Barry Bonds polemiza sobre o Hall da Fama
Envolvido em polêmicas, ex-astro garante que é integrante do Hall da Fama na alma e coração
Um integrante da comissão técnica roubou o show durante o primeiro encontro dos jogadores do Miami Marlins com a imprensa na preparação da franquia para a temporada 2016 da Major League Baseball. Nada de Giancarlo Stanton, Dee Gordon ou Jose Fernandez, o centro das atenções era o novo hitting coach dos Marlins, Barry Bonds, ex-outfielder do San Francisco Giants, recordista de home runs da MLB e um dos envolvidos no escândalo de esteroides anabolizantes que mudou a história e a imagem do beisebol.
Bonds aproveitou o encontro, que ocorreu no sábado (20) no Marlins Park, para botar mais lenha na fogueira na última polêmica envolvendo seu nome, a eleição para o Hall da Fama. Como ocorre com outros nomes de sua geração (notadamente o arremessador Roger Clemens), ele não decola na votação por conta da rejeição relacionada ao uso dos esteroides, e o fato de ter recebido votos de apenas 44% dos eleitores na rodada encerrada em janeiro não muda sua percepção sobre a situação.
“No meu coração e na minha alma, e Deus sabe, eu sou um integrante do Hall da Fama”, afirmou o polêmico astro ao garantir que todos seus ex-colegas e ex-treinadores compactuam com tal posição. Questionado sobre o motivo da rejeição dos jornalistas responsáveis pela escolha dos integrantes do Hall, ele disse que não integra esse grupo, dizendo que caberia aos próprios repórteres descobrir quais são as razões.
Argumentos estatísticos não faltam para que Barry Bonds chegue ao Hall da Fama: com ou sem esteroides, ele soma 762 home runs, 1.996 corridas impulsionadas (quarto maior número da história), e 2.558 walks, dos quais 688 intencionais (nos dois casos, a melhor marca da MLB), com grandes temporadas pelo Pittsburgh Pirates no início da carreira e números monstruosos nos Giants, muitos deles acrescidos de um ponto de interrogação sobre o uso de drogas para melhorar a performance.
Quando falou sobre o caso, Bonds talvez não esperasse um rápido apoio dos ex-colegas de MLB, mas ele veio a galope. Eleito em seu primeiro ano como candidato, e com o maior percentual de todos os tempos, Ken Griffey Jr., ex-astro do Seattle Mariners, avalizou a posição do ex-companheiro de bastões e luvinhas neste domingo, data em que atuou como fiscal honorário na tradicional Daytona 500, dando a largada para a prova mais conhecida da Nascar.
“Acho que de um modo geral, quando você olha para o que os atletas fizeram, ele é sim um membro do Hall da Fama”, explicou o craque eleito com 99.3% dos votos. Griffey, contra quem nunca houve qualquer suspeita de uso de drogas para melhoria de performance, disse ainda que, na sua opinião, os números de Bonds ao longo da carreira falam por si só, e são a credencial necessária para sua entrada no seleto grupo dos homenageados em Cooperstown.
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