Anthony Rizzo volta para casa após massacre em escola
Ex-aluno da Marjory Stoneman Douglas High School, astro retornou à Flórida após atirador abrir fogo e causar 17 mortes
O massacre causado por um jovem que abriu fogo contra estudantes de uma escola em Parkland, sul da Flórida, atingiu em cheio um dos melhores jogadores da Major League Baseball. Anthony Rizzo, titular da 1ª base do Chicago Cubs e um dos personagens da conquista da World Series em 2016, estudou na Marjory Stoneman Douglas High School, cenário do tiroteio que terminou com 17 estudantes mortos por outro ex-aluno, Nikolas Cruz, de 19 anos.
Nesta quinta-feira (15), horas após o massacre, ele deixou o complexo de pré-temporada dos Cubs em Mesa, Arizona, onde estava desde domingo, e retornou ao sul da Flórida para ficar ao lado de parentes e amigos. Há cerca de três meses, Rizzo doou US$ 150 mil para a escola com o objetivo de garantir iluminação para os campos de beisebol e softball, além de incentivar uma campanha de arrecadação que garantiu mais US$ 100 mil para a causa.
Ainda na quarta-feira (14) o jogador postou uma mensagem no Twitter lamentando o massacre e pedindo que a cidade uma-se e mantenha-se forte. “Parkland e Coral Springs (cidade vizinha), por favor sejam fortes! Isso está fora de controle, e nosso país precisa desesperadamente de mudanças. Eu espero que o momento mais escuro de minha casa (Parkland) traga união e que possamos encontrar o amor. Rezarei por todos”, escreveu ele.
Parkland and Coral Springs please stay strong! This is out of control and and our country is in desperate need for change. I hope In this darkest of times back home this brings everyone together and we can find love. You’re all in my prayers 🙏🏻🙏🏻
— Anthony Rizzo (@ARizzo44) 14 de fevereiro de 2018
Durante a inter-temporada, o infielder organizou também em Parkland um evento beneficente que arrecadou quase US$ 1 milhão para sua fundação, que custeia pesquisas e ajuda famílias que enfrentam casos de câncer infantil. Na ocasião, ele recebeu uma homenagem da prefeita Christine Hunschofsky, que entregou ao astro uma medalha por conta do esforço por causas humanitárias.
Outro jogador dos Cubs manifestou-se sobre o caso. Albert Almora é de Miami, cidade que fica a cerca de 80 quilômetros do palco da chacina. O jogador, que chegou a atuar na escola, confirmou que tais situações alteram o cotidiano. “Atualmente, você pensa duas vezes antes de ir a algum lugar, pois coisas como essa podem acontecer a qualquer momento. Minhas preces vão para as vítimas e todos os familiares afetados. Vivenciar isso muda sua vida para sempre”, afirmou ele.
Almora foi avisado pelos pais, por telefone, e tão logo ouviu o nome da escola, lembrou-se de que seu companheiro frequentou a Marjory Stoneman Douglas High School. “Sei que ele foi até lá algumas vezes na intertemporada. É uma situação horrorosa. A única coisa que podem fazer é unir-se. Estamos todos aqui por Anthony e pela escola e todos os parentes (…) eu pessoalmente não conheço ninguém, mas é parte da família do sul da Flórida”, concluiu.
Pai de um pequeno menino, ele também falou sobre a escalada de situações semelhantes nos Estados Unidos. “Algo precisa ser feito. Eu não sei o que é, não devo falar porque realmente não tenho ideia. Eu li em algum lugar que houve 18 mass shootings (tiroteios em massa) nos dois primeiros meses do ano. Isso não pode acontecer. Não importa quais são suas crenças, ou suas posições políticas, isso não pode ocorrer. São muitas vidas de inocentes perdidas por nenhuma razão. Não consigo aceitar”, desabafou Almora.
Diversas mortes no tiroteio em Parkland impactam diretamente o esporte local. Aaron Feis era vigia e também assistente técnico do time de futebol americano da escola (foi inclusive técnico de Rizzo, que também jogava futebol americano). Quando percebeu que os tiros eram reais, e não um treinamento (no começo do ano, funcionários passaram por um curso sobre como agir em caso de tiroteios), Feis usou o corpo como escudo, protegendo outros alunos dos disparos, segundo testemunhas. Ferido, foi levado a um hospital, mas não resistiu e morreu durante a madrugada.
A equipe de futebol americano da Marjory Stoneman Douglas High School reconheceu, em sua conta no Twitter, a bravura do assistente técnico. “É com grande tristeza que a família do futebol americano confirma a morte de Aaron Feis. Ele era assistente técnico e vigia. De forma altruísta, protegeu estudantes do atirador, até ser atingido. Ele morreu como herói e estará para sempre em nossa memória e nossos corações”, garante o texto postado no começo da manhã de quinta-feira.
It is with Great sadness that our Football Family has learned about the death of Aaron Feis. He was our Assistant Football Coach and security guard. He selflessly shielded students from the shooter when he was shot. He died a hero and he will forever be in our hearts and memories pic.twitter.com/O181FvuHl3
— MS Douglas Football (@MSDEagles) 15 de fevereiro de 2018
Outra morte confirmada foi a do diretor de esportes da escola, Chris Hixon, que atuava também como técnico do programa de lutas da Marjory Stoneman Douglas. Também perderam a vida o nadador Nick Dworet, que já havia aceitado uma bolsa de estudos para defender a Universidade de Indianapolis, e Alyssa Alhadeff, que defendia o Parkland Soccer Club. Atleta da equipe feminina de basquete, Maddy Wilford foi baleada, passou por cirurgia e seu estado de saúde foi descrito como grave pela técnica do time. “Maddy está lutando pela vida! Por favor, rezem por Maddy, ela foi baleada diversas vezes”, escreveu no Facebook a técnica Marilyn Rule Heinrich.
*Notícia atualizada às 17h40 de 15/2/2018
Crédito das imagens: Reprodução/MLB e Reprodução/Twitter