Altuve nega uso de dispositivos no uniforme para roubar sinais
Segunda base nega que carregasse em sua camisa dispositivos eletrônicos para receber auxílio externo nos jogos
Os dias passam e o assunto na MLB segue o mesmo. O roubo de sinais e como ele pode ter sido um fator determinante em desempenho de times e atletas, especialmente do Houston Astros. Agora foi a vez de José Altuve negar através de seu agente, Scott Boras, que ele usasse uma espécie de campainha sob seu uniforme para ser alertado sobre os tipos de arremesso que viriam de seus adversários.
“Nunca usei um dispositivo eletrônico em minha carreira nas grandes ligas”, afirmou Altuve, segundo Joel Sherman, do New York Post.
Além disso, a Major League Baseball divulgou uma nota dizendo que não encontrou provas desse comportamento em sua recente investigação. “A MLB explorou dispositivos portáteis durante a sua investigação, mas não encontramos nenhuma evidência para provar o seu uso”, afirmou a liga, segundo Chandler Rome, do Houston Chronicle.
As declarações de Altuve e da MLB aparecem depois de uma suposta sobrinha de Carlos Beltran, ex-jogador dos Astros, ter publicado no Twitter que o venezuelano e Alex Bregman usavam dispositivos eletrônicos nos seus ombros direitos que os avisavam sobre os sinais durante a temporada 2019. Um exemplo seria o home run de Altuve no jogo 6 da ALCS contra Aroldis Chapman, na vitória de Houston sobre o New York Yankees, que classificou a equipe para a World Series.
https://twitter.com/Jomboy_/status/1217886556263940098
Logo depois, a família de Beltran informou que a conta do tweet não tinha nenhuma relação com eles e seria fake, segundo Marly Rivera, da ESPN americana.
A partir disso, teorias da conspiração apontaram para um vídeo no jogo 6 citado acima, em José Altuve pede para que sua camisa não seja arrancada após o home run. Ele só trocou de roupa nos vestiários, antes de ir para a comemoração junto com seus companheiros.
https://twitter.com/Starting9/status/1217892684226093056
(Foto: reprodução Twitter)
ENTENDA O CASO
Em novembro do ano passado, o ex-arremessador do Houston Astros Mike Fiers afirmou que o time trapaceou durante a campanha de 2017, em que conquistou o título da World Series, ao utilizar uma câmera para roubar sinais de equipes adversárias. Fiers hoje joga pelo Oakland Athletics.
A tecnologia, supostamente utilizada pelo time de Houston, envolveria uma câmera no campo central fornecendo imagens para uma tela instalada no caminho entre o dugout e o vestiário dos Astros. Outra possível evidência apresentada coloca jogadores e outros funcionários da franquia texana “denunciando” certos tipos de arremessos adversários via sinais sonoros.
A MLB suspendeu por um ano A.J. Hinch, técnico de Houston, e o general manager Jeff Luhnow por envolvimento na trapaça – ambos também foram demitidos pela franquia. Além disso, os Astros perderão suas escolhas de primeira e segunda rodadas do Draft da MLB deste ano e de 2021 e serão multados em US$ 5 milhões.
O caso trouxe outros desdobramentos. Acusado de também fazer parte do escândalo, Alex Cora, manager do Boston Red Sox e ex-assistente técnico dos Astros, foi demitido pelos “meias vermelhas”. A franquia de Boston também é acusada de um esquema semelhante em 2018. O mesmo aconteceu com Carlos Beltran, que perdeu seu emprego no New York Mets – antes mesmo de estrear no cargo de técnico principal – e fazia parte do elenco de Houston em 2017.