Manual de Redação: vícios de linguagem/erros de português comuns

Abaixo, listo alguns vícios de linguagem comuns e erros de português que devem ser evitados por um jornalista.

ONDE

“Bobby Portis e Nikola Mirotic se envolveram em uma briga onde o último levou um soco do companheiro de equipe”.

Esse “onde” aí é um vício de linguagem comum, mas feio. O “onde” deve ser usado quando está falando de local, então, use outras palavras nesse tipo de situação como “em que”, “na qual”.

“Os Knicks enfrentaram os Celtics em Boston, onde costumam ter problemas” << uso correto de “onde”. Falando de lugar.

“IR FAZER”

É muito comum usarmos o verbo “ir” antes de outro verbo na linguagem falada, mas na escrita ele pode ser evitado, ganhando espaço inclusive. Alguns exemplos abaixo.

🏈 Kobe Bryant vai ser homenageado pelos Lakers

Sem vício: Kobe Bryant será homenageado pelos Lakers

🏈 Houston Texans não irá ser punido por concussão de Savage

Sem vício: Houston Texans não será punido por concussão de Savage

Importante: em alguns casos o “vai” é o único verbo possível e aí está tudo certo!

🏈 New York Yankees vence Boston Red Sox e vai à World Series

O MESMO

Evite usar “o mesmo” como sinônimo. É um termo extremamente formal e que não fica legal num texto jornalístico. Busque outros sinônimos para não precisar repetir o nome da pessoa.

AMBOS

A palavra “ambos” ou “ambas” indica duas coisas, dois times, duas pessoas, etc. Ela pode se aplicar de duas maneiras.

🏈 “Ambos os times estão eliminados”. Como destacado em vermelho, nessa situação deve haver o artigo “os” ou “as” caso fossem substantivos femininos.
Errado: “Ambos times estão eliminados”.

🏈 “O resultado foi bom para ambos”. Nesse caso em que você já citou anteriormente as duas pessoas ou times, não é necessários qualquer acréscimo à frente da palavra “ambos”.

🏈 “Ambos os dois times estão eliminados” – “O resultado foi bom para ambos os dois” << Não coloque esse “dois” na sequência de como nas frases anteriores, pois se trata de uma redundância. “Ambos” já se entende como dois.

HÁ OU A?

As duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. Porém, muita gente usa o “a” quando deveria usar “há”.

Há é a forma conjugada do verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Pode indicar tempo passado ou ser sinônimo de existir.

🏈 Ele joga nos Knicks há muito tempo.
🏈 O jogador se aposentou há 10 anos
🏈 Há vagas de emprego
🏈 Há coisas que não mudam

Devemos usar há quando nos referirmos a tempo passado, usando o verbo haver como sinônimo de faz ou tem. É “há” e não “a”.

🏈 Ele joga nos Bucks há 15 anos.
🏈 Há tanto tempo que não te via!
🏈 Estou esperando por você há duas horas!
🏈 Há três minutos você ainda não tinha chegado.

Quando se fala de tempo futuro, indicando distância, aí sim usamos “a”

🏈 Ele vai jogar daqui a três dias.

🏈 A próxima temporada começa daqui a um mês.

HOUVE OU HOUVERAM? FAZ OU FIZERAM?

No sentido de existir, acontecer ou de tempo decorrido, o verbo “haver” é impessoal, isto é, não tem sujeito e, por isso, não flexiona para o plural, permanece no singular. A flexão do verbo “haver” – “houveram” – no pretérito perfeito, no plural, não existe na Língua Portuguesa.

Observe os exemplos abaixo:

Houve muitas manifestações contra o governo.

No mês de setembro houve muitas mudanças aqui na empresa.

Houve mais participantes mulheres do que homens no concurso para Juiz Federal.

Da mesma forma ocorre com o verbo “fazer”. Quando ele tem o sentido de tempo decorrido ou de fenômenos atmosféricos, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e não flexiona, permanece no singular. Veja alguns exemplos:

Faz dez anos que não como carne vermelha.

Faz sete dias que ele não dá notícias.

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