[ENTENDA O JOGO] Como é feita a pontuação no beisebol
Hoje te explicamos o que é uma 'corrida', o que movimenta o placar num jogo do beisebol
Você, que começou a acompanhar mais recentemente o beisebol, certamente tem ou teve dificuldades para entender como cada equipe pontua durante o jogo. Talvez até já tenha se perguntado por que numa partida não se usa exatamente a palavra “ponto” ou outra palavra semelhante.
A questão é um pouco complexa, pois no beisebol “o ponto” é construído basicamente a cada jogada, e pode ser alcançado de várias maneiras. O curioso para os novatos no esporte é que se torce para quem rebate, mas quem anota a “corrida”(run em inglês) – o ponto do beisebol, pode ser outro jogador, que está em base no momento da rebatida.
Certo, você provavelmente não deve ter entendido nada. Mas para que você não precise ler novamente o parágrafo acima, iremos dissecar o “ponto” do beisebol nesta nossa coluna ENTENDA O JOGO.
Foto: Al Bello/Getty Images
Primeiro, vamos chegar em base
O campo de beisebol também é conhecido pelo formato de um diamante possui quatro bases. Uma delas, de onde partem os arremessos e rebatidas, é chamado home plate. Mesmo ele sendo onde tudo começa, o home plate é considerado (de forma conjectural) como a “quarta base”.
Ou seja a primeira base é a mais à direita, a seguinte (à frente do home plate) é a segunda base, a próxima e à esquerda é a terceira base; a última é o home plate. Veja a figura abaixo.
Após conseguir uma rebatida válida (dentro do campo) o jogador vira um “corredor” (daí o nome corrida), e ele está apto a percorrer e tocar em ordem todas as quatro bases, da primeira até o home plate – ele também pode chegar em base de outras maneiras, como walk por exemplo, mas explicamos isso melhor lá embaixo.
O que acontece é que: se o corredor partir em direção a uma base, esta também pode ser “conquistada” momentaneamente por um jogador da defesa, desde que a toque com a posse da bolinha. Desta forma o corredor opta por ficar estacionado na base anterior ou de forma segura na mais próxima.
OBS: Exceção ao home plate, pois a partir do momento que é feita uma rebatida dentro do campo, o jogador que está rebatendo se torna automaticamente um corredor e deve obrigatoriamente se dirigir à primeira base.
Outra possibilidade é que um corredor, se tocado pela bolinha (na luva e em posse de um defensor) é automaticamente eliminado, a não ser que esteja em contato com alguma base. Ou seja, vale bastante a pena ir avançando as bases aos poucos e partir para a próxima base na rebatida de outro companheiro do time, para que não haja tempo da defesa tentar o eliminar.
Em qualquer situação que um jogador do ataque alcançou uma base, ele é um corredor – até que ele seja eliminado, ou a equipe tenha três jogadores eliminados naquela entrada. Ou seja, a bola no beisebol sempre está em jogo. Em qualquer situação, o corredor(es) pode(m) partir para próxima, inclusive num arremesso errado de algum jogador da defesa.
Numa mesma entrada, o jogador pode percorrer quantas bases conseguir, e até mesmo, esperar em alguma base uma rebatida de outro companheiro.
Como se anota uma corrida no beisebol?
Após percorrer a 1ª, 2ª, 3ª bases e o home plate, o corredor conquista uma corrida (completa) e anota 1 ponto para sua equipe (até que enfim!!). Sempre que um jogador tocar no home plate após percorrer todas as bases, ele completa esse ponto.
Como explicado, para que isso aconteça, normalmente ele deve ser “impulsionado” por um companheiro que conseguiu uma rebatida. Uma rebatida simples (em que o rebatedor chega apenas na primeira base), pode levar um corredor da primeira para a segunda base. Uma dupla (quando o rebatedor pode ir até a segunda base), pode levar o corredor da primeira para a terceira base, em alguns casos, até direto ao home plate.
Além disso, existem as “posições de anotar corridas”. Estamos falando de segunda e terceira base. Um corredor que esteja nelas, normalmente, pode chegar ao home plate através de qualquer rebatida válida de seu companheiro, mesmo uma simples.
E mais: é possível pontuar mesmo numa rebatida não válida. É com a chamada rebatida de sacrifício. Quando o rebatedor é eliminado, seja por bola rasteira ou alta, mas o corredor na terceira base dispara para o home plate – em bola rasteira, ele pode disparar direto; em bola alta, ele precisa esperar na 3B e só corre quando a bolinha estiver na luva de um jogador de defesa, normalmente longe da jogada.
Foto: Richard Rodriguez/Getty Images
E o home run?
Outra forma de conseguir ponto é através do famoso home run. Quando um jogador rebate a bolinha para fora dos limites do campo, dentro do território de jogo, todos os jogadores que estiverem em alguma base participam do “home run” e anotam automaticamente (após tocarem formalmente todas as bases) uma corrida cada. Se as bases estiverem sem ninguém apenas o rebatedor anota a corrida. Se houver três jogadores em base, acontece o chamado “grand slam”.
Há também o “inside-the-park home run”, que ocorre quando após uma rebatida dentro do campo, o rebatedor consegue percorrer todas as bases diretamente. Um momento sempre inusitado.
Lembrando que não é permitido ultrapassar um companheiro de ataque que esteja em base; a sequência deve sempre ser mantida, caso contrário, o jogador que vem mais atrás torna o forçadamente o companheiro seguinte em um corredor, e ele só poderá estar salvo na base posterior.
Foto: Gregory Shamus/Getty Images
Qual a diferença entre corrida e corrida impulsionada?
Aqui uma explicação relevante para iniciantes. A corrida é computada ao jogador quando ele a anota, ou seja, quando ele percorre as três bases e volta ao home plate. A corrida impulsionada (sigla RBI) é creditada ao rebatedor que tornou possível a corrida do companheiro. Ou seja, se um atleta consegue uma rebatida válida ou de sacrifício, e assim um colega na terceira base corre até o HP e anota a corrida, é considerado uma corrida impulsionada (1 RBI) para o rebatedor.
Num home run, por exemplo, se houver um jogador em base, quem conseguiu o HR ganha duas corridas impulsionadas na conta (a do companheiro e a própria), além de uma corrida (a própria). Vale dizer que no beisebol o RBI é mais valorizado que a corrida em si, pois mostra a capacidade de um jogador de fazer seu time pontuar. Afinal, quem chega em base só pode completar a corrida se alguém o impulsionar, em via de regra,
Mais maneiras de pontuar
POR WALK: Se o arremessador lançar 4 bolas fora da zona de strike (o que configura o walk, a menos que rebatedor tente contato com a bolinha num desses lances) e há jogadores em todas as 3 bases, todos são impulsionados uma base à frente, e o que está na terceira anota uma corrida automática.
POR HIT BY PITCH: mesma lógica anterior. O hit by pitch nada mais é do que uma bola (intencional ou não) de um arremessador no rebatedor. Quando isso acontece, a vítima avança uma base e se as bases estiverem lotadas, uma corrida é anotada.
POR BALK: punição dada ao arremessador por movimentos fora das regras. Neste caso, todos os jogadores que estão em bases, avançam automaticamente duas bases. Se for suficiente para chegar ao home plate, corrida ou corridas são anotadas.
Vale lembrar que, após o término da entrada (quando três jogadores do ataque são eliminados), as bases conquistadas são desconsideradas, e a entrada seguinte se inicia com as bases vazias. Se quiser entender um pouco sobre a dinâmica do ataque, veja este texto sobre o lineup (a ordem de rebatida do ataque).
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