Promessas da NCAA, ex-NBA e sobrinho de lenda: a alternativa seleção de basquete norte-americana para o Pan-2015
Desde 1983 sem ganhar ouro em Pans, americanos desembarcam em Toronto apostando suas fichas em promessas da NCAA
Sem as estrelas da NBA e com uma equipe bastante alternativa, há algum tempo, os Estados Unidos não valorizam o torneio de basquete masculino dos Jogos Pan-Americanos, tanto que, desde 1983, os norte-americanos não conquistam uma medalha de ouro na competição.
Apesar dos “poréns”, sob o comando de Mark Few, técnico também da universidade de Gonzaga, os Estados Unidos desembarcam em Toronto, sede da edição deste ano do Pan, com um time que conta com valores interessantes e, quem sabe, pode colocar fim no jejum de títulos.
Com o torneio de basquete masculino do Pan-2015 começando nesta terça-feira (21), o portal The Playoffs não perde tempo e analisa o elenco norte-americano para os Jogos.
As estrelas da NCAA
Do elenco de 12 jogadores, três nomes chamam a atenção em especial: Ron Baker, Malcolm Brogdon e Melo Trimble. Jogando por Wichita State, Virginia e Maryland, respectivamente, os três são os principais nomes da equipe pelo fato de figurarem entre os nomes de maior destaque no âmbito do basquete universitário norte-americano.
Baker é um dos melhores arremessadores da NCAA. Com uma habilidade singular em converter bolas de três pontos, o ala de Wichita State chegou a comandar sua universidade a ter uma campanha perfeita na temporada de 2013-2014, tendo a ser referência dentro de quadra ao longo do Pan, além de ter a chance de mostrar na competição que está apto a se eleger para o Draft do próximo ano.
Na mesma posição de Ron Baker, destaque também para Malcolm Brogdon. Fundamental nas duas últimas ótimas temporadas de Virginia, Brogdon surge como um nome de destaque quando se comenta sobre o potencial defensivo de um jovem. Já tendo passado por uma cirurgia no pé, alguns analistas chegaram a colocar em xeque sua condição física, o que, na última temporada, ele mostrou não ser problema ao ter acumulado uma boa média de 14 pontos por partida, além de 4 rebotes e 2,4 assistências.
Por fim, entre os principais nomes da NCAA, pinta também o armador Melo Trimble, de Maryland. Avaliado como um recruta cinco estrelas quando chegou ao college basketball, o jovem de 20 anos é apontado como um dos atletas com maior potencial dentro do basquete universitário e, em sua primeira temporada na universidade, já deu mostras de seu talento ao marcar mais de 20 pontos em sete jogos ao longo do ano.
Os coadjuvantes da NCAA
Além dos três nomes já citados, a NCAA contará com outros quatros representantes no elenco norte-americano: Shawn Long (ala-pivô, Louisiana Lafayette), Taurean Prince (ala, Baylor), Kaleb Tarczewski (pivô, Arizona), Denzel Valentine (ala, Michigan State).
Os quatro nomes compartilham de grande experiência no basquete universitário com os três caminhando para a sua última temporada na NCAA antes de decidirem sua elegibilidade para a NBA, o que revela a opção do treinador Mark Few por jogadores mais experientes. Neste panorama, o destaque maior fica por conta de Tarczewski, que chegou a ser cotado a ser uma possível escolha de primeira rodada no Draft deste ano, porém, abdicou disto para jogar mais uma temporada por Arizona, sonhando com a chance de se despedir da universidade com um título.
Vale destacar também Denzel Valentine. Longe de ser um dos atletas mais badalados, o ala de Michigan State teve uma ótima temporada regular e foi importante na campanha dos Spartans, que chegou até o Final Four. Na caminhada, o principal destaque ficaram por conta de suas grandes atuações na fase decisiva, incluindo um atuação de 22 pontos e 11 rebotes na derrota para Duke, justamente no último jogo antes da final nacional.
O ex-NBA e os estrangeiros
Do elenco, o jogador com passagem mais recente pela NBA é Ryan Hollins. O pivô de 30 anos, que colecionou ótimas atuações no basquete universitário por UCLA, foi draftado na segunda rodada em 2006 pelo Charlotte Bobcats e, depois, acumulou passagens por Dallas Mavericks, Minnesota Timberwolves, Cleveland Cavaliers, Boston Celtics, Los Angeles Clippers e Sacramentos Kings, sendo que, na última temporada, atuou justamente pelos Kings, quando teve média de 9,6 minutos por partida, acumulando 3 pontos e 2,2 rebotes.
Fechando o elenco de 12 atletas, Mark Few convocou também três atletas que atuam no exterior, além de um da D-League (a liga de desenvolvimento da NBA). São eles: Bobby Brown (armador, Donguan Leopards-China), Anthony Randolph (ala-pivô, Lokomotiv Kuban-Rússia), Keith Langford (ala, UNICS Kazan-Rússia) e Damien Wilkins (ala, Iowa Energy-D-League)
Entre os quatro estrangeiros, cada um conta com algum ponto em particular de destaque, e as particularidades vão desde recordes estabelecidos no basquete europeu à laços familiares famosos.
Bobby Brown é o jogador que mais marcou pontos em uma única partida da Euroliga na década de 2000 (assinalou 41 quando jogava pelo Montespachi Siena, da Itália).
Anthony Randolph foi a 14ª escolha geral do Draft de 2008 – foi escolhido à frente de nomes de destaque da atualidade, como Roy Hibbert e Serge Ibaka – mas nunca engrenou na NBA e busca o recomeço na Europa.
Keith Langford é o único do “grupo estrangeiro” que não passou mais de uma temporada na liga norte-americana e disputou apenas dois jogos nela em passagem relâmpago pelo San Antonio Spurs em 2007.
Por fim, Damien Wilkins, o mais experiente do elenco todo com 35 anos, passou quase 10 anos na NBA, contudo, não obteve feitos expressivos, ganhando destaque mais pelos seus laços familiares do que por seu basquete, já que é sobrinho de Dominique Wilkins, nove vezes All-Star e famoso por sua habilidade em enterrar. Em sua carreira, o jogador menos famoso da família Wilkins rodou o mundo, tendo passado até mesmo pelo basquete porto-riquenho e, atualmente, joga pelo Iowa Energy, equipe da D-League.
Calendário
Com este elenco, os Estados Unidos parte em busca de uma medalha e a caminhada se inicia nesta terça-feira (21), contra a Venezuela. Depois, antes da fase semi-final e final, ainda medirá forças com Porto Rico, na quarta (22), e com o Brasil, na quinta (23).
Vale lembrar que, no torneio de basquete dos Jogos Pan-Americanos, as equipes são divididas em dois grupos com quatro em cada e os dois primeiros avançam para a fase semi-final, disputa no sistema de mata-mata. Além de Estados Unidos, Venezuela, Porto Rico e Brasil, também disputam a competição em Toronto: República Dominicana, México, Argentina e Canadá.