Façam suas as apostas: o Mundial de Basquete de 2014 vai começar! Quais as chances do Brasil?
Seleção brasileira estreia sábado na Copa do Mundo de Basquete, contra a França. Será que podemos sonhar alto?
Neste sábado começa o 17° Mundial de Basquete. Nas edições anteriores, durante 28 anos, a taça foi intercalando de mão. Já passou por norte-americanos (2010, 1994, 1986), espanhóis (2006) e iugoslavos (2002, 1998, 1990). O Brasil já pegou nesse troféu também, mas em 1959 e 1963. Agora na Espanha, sede dos jogos deste ano, a seleção brasileira busca por mais uma medalha, depois da última em 1978. Esta foi o bronze conquistado pelo time comandado pelo brasileiro Ary Vidal e estrelado por Marcel, Oscar Schmidt, Robertão e Carioquinha.
Hoje, em 2014, a seleção brasileiro é bem diferente daqueles tempos de 1970. A começar pelo técnico que não é brasileiro. Rúben Magnano é argentino, vencedor dos Jogos Olímpicos de 2004 com a rival Argentina. O atual time brasileiro está há 36 anos sem ganhar uma medalha em mundiais e ficou 18 anos sem participar de um Olimpíada, antes dos jogos de Londres 2012. O Brasil se prepara para sediar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e a seleção de futebol acabou de levar uma goleada histórica na Copa do mundo de 7 a 1 para a Alemanha. Tudo bem que o esporte é outro, mas esse resultado refletiu em toda a sociedade brasileira. Quem sabe uma vitória histórica em outro esporte possa apagar por um tempo essa lembrança triste. Bem, nada do que eu disse é novidade.
Mas, quais são as chances do Brasil vencer este Mundial? (ou melhor, a Copa do Mundo de Basquete – nova nomenclatura dada pela FIBA). Bem, elas são algumas. É como a ex-jogadora de basquete da seleção feminina Hortência falou: “É a melhor seleção no papel”. O próprio técnico da Sérvia, adversária do Brasil nesta primeira fase do torneio, ressaltou: “Para mim, o Brasil é um dos candidatos a medalha. Uma vez disse a vocês, disse à federação, ao treinador, a todo mundo que o elenco é incrível, com craques da NBA”.
Os jogadores atuais da seleção brasileira também passam otimismo em suas jogadas e palavras: “Sabemos das nossas condições e o céu é o nosso limite” (Nenê – pivô); “A expectativa é a melhor possível” (Raulzinho – armador); “Nosso time é experiente e tem ótimos jogadores em todas as posições” (Larry Taylor- o armador norte-americano naturalizado brasileiro); “Este grupo está em seu último mundial, e o momento é esse” ( Alex – ala); “Queremos demonstrar que somos capazes de tudo e que temos talento, garra e caráter para levar o Brasil para o topo” (Marcelinho Huertas – armador); “Estamos indo com força máxima. Sabemos do nosso potencial e da chance de ganhar uma medalha” (Varejão – pivô); “O lado bom é o entrosamento que temos, jogando o quarto Mundial seguido. Viemos de uma grande Olimpíada.” (Splitter – pivô); “Temos muito claro que nosso garrafão é um dos melhores. O jogo também pode ser de dentro para fora e não apenas ao contrário” (Magnano – técnico da seleção).
O Brasil tem um potencial enorme neste Mundial de Basquete. O time é composto por: quatro jogadores da mais conhecida liga do mundo, a NBA; um jogador que acabou de conquistar a medalha de campeão na própria NBA; um armador que acabou de ganhar o campeonato espanhol pelo Barcelona; dois atletas campeões brasileiros do Novo Basquete Brasil (NBB). A maioria dos jogadores são veteranos em mundiais, sendo que cinco vão para o seu quarto mundial (Leandrinho, Alex, Varejão, Tiago Splitter e Guilherme Giovannoni ). Com isso, é um grupo que joga há alguns anos juntos.
Alguns jornalistas e comentaristas esportivos já chamaram esta seleção de “vovôs”. Afinal, a média de idade é de 29 anos, tendo o mais velho com 39 (Marcelinho Machado) e o mais novo 22 (Raulzinho). Mas, esses profissionais da comunicação estão enganados, até porque vi muita garra, disposição e superação neste mês nos jogos de preparação. É uma equipe de experiência e união! Pontos importantíssimos para um time ser campeão de um torneio internacional. Lógico que esses não são os únicos elementos chave para a vitória. Mas, só de tê-los, coloca o Brasil a frente de outros adversários.
Boa preparação
Apesar do fracasso brasileiro no pré-mundial, que quase o deixou fora do próprio mundial, as apostas nesta seleção são altas. Após anos fora de Olimpíadas, o Brasil foi o quinto colocado em Londres (2012). No último Sul-americano, em julho deste ano, mesmo sem todos os jogadores da seleção principal, o time ficou em terceiro. Perderam para Venezuela que foi a vencedora do torneio. Além disso, nesse mês os brasileiros fizeram nove amistosos preparatórios e ganharam seis deles. Foram derrotados pela Lituânia – nos minutos finais do jogo, após ficar quase a partida inteira na frente no placar; pela Argentina de 85 a 80 na casa dos hermanos; e pelos Estados Unidos, em Chicago, por 95 a 78. Mas, se engana aquele que achar que o Brasil jogou muito mal contra o “Dream Team”. Os brasileiros chegaram a ficar poucos pontos atrás dos norte-americanos. No terceiro quarto ficou 68 a 63.
Nesses jogos preparatórios, uma coisa fez falta: os lances livres. Nos oito primeiros amistosos o aproveitamento foi de 59% (108/184). A seleção poderia ter ganhado da Lituânia e da Argentina se tivesse acertado todos ou quase todos os arremessos parados. No Mundial de Basquete, não dará para ficar no “poderia”, “teria” e “conseguiria”. O futuro do pretérito tem que ficar longe do Brasil. É a vez do “fez”, “concluiu” e “conseguiu”!
É bem verdade que a seleção brasileira enfrentará alguns jogos bem duros nesta primeira fase do torneio e nas demais também. Confira a lista de jogos do Brasil no Grupo A da Copa do Mundo de Basquete 2014:
30/08 vs França (campeã da última Eurocopa/ 8ª colocada no ranking da FIBA)
31/08 vs Irã (20°)
01/09 vs Espanha (anfitriã/ 2ª).
03/09 vs Sérvia (11°)
04/09 vs Egito (aparentemente, adversário mais fraco/ 46°).