Fora do Mundial de Basquete, seleção brasileira visa agora uma medalha nos Jogos Olímpicos 2016
Após eliminação traumática, o que esperar do basquete brasileiro nos próximos anos?
A última quarta-feira poderia ser apagada da memória dos brasileiros. O precipitado “adeus” no 17° Mundial de Basquete, após uma derrota para a já antes vencida Sérvia, decepcionou e acabou mais uma vez com o sonho de medalha. Mas, será que o Brasil teria motivos para ficar feliz mesmo assim? “Escapamos de uma chance real de medalha, mas o balanço final tem que ser positivo”, pontua o próprio técnico Rubén Magnano. Ficamos em 6° colocado no torneio, a melhor posição do time depois de 24 anos. Bem que poderia ter vindo com uma medalha junto, mas fazer o que… Além disso, temos as Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro, daqui dois anos. Obaaaa!
Mas, calma. Não cante vitória antes da batalha. Afinal, foi justamente o que a seleção brasileira de basquete fez contra a Sérvia na quarta. É, torci para Marcelinho Huertas e seus companheiros até os minutos finais dessa partida. Acreditei até o apito final que daria para virar e vencer. Mas eu estava cega ao não perceber que aquela não era a equipe que eu vi jogar contra a Argentina e vencer por 20 pontos. Os comandados por Rúben Magnano entraram “topetudos”, quero dizer, com a certeza que iriam derrotar a Sérvia mais uma vez. E ali se acabava mais um sonho de medalha em Mundial.
As esperanças de medalha acabaram, mas por enquanto! Vamos ter que esperar 2016 para brigar mais uma vez por um pedaço de bronze, prata ou ouro. Desta vez, será nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Estaremos em vantagem, ao jogar em casa. E como o ala Marquinhos disse: “Mostramos que a seleção brasileira é um time bem armado e que tem todas as condições de representar muito bem o país nas Olimpíadas de 2016”. Mas, aquele tal do psicológico precisará ter uma atenção redobrada. Afinal, se a pressão na seleção já era grande disputando o Mundial na Espanha, imagina sendo em casa? A tensão será muito maior.
Os jogadores e comissão técnica precisarão ter um cuidado maior para não acontecer o que aconteceu com o futebol brasileiro na Copa do Mundo 2014 (7×1 para a Alemanha). Além disso, não dá para deixar para se preparar um ou dois meses antes. Tem que ser a longo prazo. Digo isto, pois a seleção masculina de basquete só ficou completa para este Mundial de Basquete um mês antes. E olha que tivemos Sul- Americano dois meses antes e um pré-mundial um ano atrás.
É triste lembrar que um time forte como o Brasil foi apenas convidado a participar do Mundial 2014. Isso porque não estava completo no pré-mundial, que valia vaga para o torneio. Mas, por quê? Porque os brasileiros da NBA, que dão o equilíbrio e força no garrafão, pediram dispensa para a seleção! Isso foi um absurdo. Independente das causas, a única que poderia ser aceitável é a impossibilidade de jogar por estar machucado. O resto é resto!

Atletas da brasileiros da NBA precisam mostrar que querem jogar pela seleção em todos os campeonatos (Foto: Divulgação FIBA)
O que Leandrinho, Splitter, Varejão e Nenê têm de lembrar é que o Brasil precisa deles em quadra (e fora também). Esta ajuda não é só por uma medalha. Significa muito mais! Significa expandir o esporte dentro do país. O basquete já foi a segunda modalidade mais popular no Brasil. Agora é o quarto ou quinto… A nossa liga de basquete, o NBB, esta cada vez mais crescendo, mas a seleção precisa caminhar junto para a modalidade ter visibilidade. Resultado: mais patrocínio e atletas revelados, ginásios lotados e mais apoio ao esporte.
O próximo desafio será a Copa América 2015, que dá duas vagas para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Tudo bem, que o Brasil já está classificado, por ser sede. Mas, poderá ser um grande teste, podendo enfrentar os norte-americanos, os eternos rivais argentinos e os surpreendentes México e Venezuela. Espero que a consciência dos jogadores brasileiros da NBA pese e eles vejam a importância de se preparar e reunir antes do Rio de Janeiro.