Uma nova geração que chega para assumir o controle da NHL
Depois de Sidney Crosby e Alexander Ovechkin dominarem a liga por muitos anos, Connor McDavid e Jack Eichel são o futuro
Existe um ditado popular pouco grosseiro que diz que uma geração de atletas se renova de dez em dez anos, e na National Hockey League (NHL) talvez não seja tão diferente disso. Nas últimas temporadas, os melhores jogadores, ou pelo menos os de maiores nomes, surgiram na liga entre 2003 a 2005. Agora, pouco mais de uma década depois, uma nova geração de garotos apareceu, e estes jovens jogadores são a promessa de um novo futuro.
De 2003 a 2005, o Pittsburgh Penguins foi uma das equipes que melhor soube aproveitar de suas campanhas ruins para pôr a casa em ordem; o goleiro Marc-Andre Fleury, o defensor Kris Letang e os centrais Evgeni Malkin e Sidney Crosby foram recrutados, estes dois últimos que ainda são considerados uns dos melhores jogadores do mundo e que fazem total diferença no gelo.
Outros grandes nomes como Alexander Ovechkin, Mike Green, Pekka Rinne, Zach Parise, Ryan Getzlaf, Corey Perry, Carey Price e Anze Kopitar também surgiram, com todos eles ainda ganhando destaque até hoje, e que apareceram nesse mesmo período de tempo. Porém, para que seus respectivos times pudessem selecioná-los no draft, tiveram que pagar um preço terrível.
Ainda no exemplo dos Pens, na década de 2000, passaram 4 anos consecutivos na lanterna da divisão e entre os cinco piores times da liga para que pudessem se reconstruírem. E o resultado disso? Um caneco de Stanley Cup, seguido de diversas perseguições ao mesmo título nos playoffs seguintes.
Hoje, porém, temos situações inversas: times como os Penguins, o Washington Capitals, o Los Angeles Kings, o Boston Bruins, entre outros, têm demonstrado uma queda – se não brusca – de rendimento. Sim, é verdade que a cada ano novas estrelas entram na NHL, mas poucas delas conseguem se manter, inclusive no topo, por tanto tempo como os citados acima.
Equipes que por diversas temporadas atrás eram o “saco de pancadas”, hoje são os potenciais times a uma vaga nos playoffs, como o Calgary Flames, o New York Islanders e o Florida Panthers, pois souberam mesclar corretamente o recrutamento junto com o mercado de agentes livres, além de uma crucial reformulação na dirigência de seus clubes e em suas comissões técnicas.
Atletas como Johnny Gaudreau, Sean Monahan, Aaron Ekblad, Jonathan Huberdeau, Nathan MacKinnon e Gabriel Landeskog marcam essa nova era de jovens que já estão conseguindo consolidar seus nomes entre os gigantes da NHL. Claro, sempre há outros que também tinham potenciais gigantescos e que demoram um pouco mais para se adaptarem ao nível profissional. Defensores muitas vezes são os que mais sofrem, como são os casos de Seth Jones, Darnell Nurse e Griffin Reinhart, que começaram a mostrar certa evolução.
É estranho, mas às vezes apenas um ou dois prospects (como são chamados esses jovens talentos) podem impulsionar um time a uma campanha extraordinária, enquanto outros precisam de quase uma década para se recuperarem. Esse é o caso mais claro para o Buffalo Sabres e o Edmonton Oilers, que ano após ano falharam em construir um elenco melhor.
Os nova-iorquinos recrutaram Sam Reinhart e Jack Eichel, dois centrais que são considerados os pilares desse novo time de Búfalo. Já os canadenses, passam pelo momento mais otimista dos últimos 15 anos – depois de muitas expectativas frustradas com o decorrer desse período – principalmente com a chegada de Connor McDavid, cotado como o “salvador da pátria”, assim como Crosby foi para os Penguins.
Além de McDavid, os Oilers também contam com peças cruciais para seu futuro: os defensores Nurse e Reinhart, adquirido do New York Islanders, o ala-esquerdo Taylor Hall, os centrais Ryan Nugent-Hopkins e McDavid, e o ala-direito Nail Yakupov, todos abaixo dos 23 anos de idade, escolhas de top 10 no recrutamento e que são extremamente talentosos.
Isso não significa que os veteranos automaticamente pararão de produzir e que deverão se aposentar, mas sim que cada vez mais esta nova geração lhes tomará seus respectivos espaços, até que então se tornem moedas de troca ou optem por outros caminhos. Mas, uma coisa é certa, as franquias que sofreram nesses últimos anos terão um futuro muito mais promissor do que as demais, para quem sabe até a próxima década.