Quando os 31 goleiros da NHL chegaram na liga e de onde eles são?
Conheça o histórico de cada goleiro titular da NHL; Curiosidades, estatísticas e o ano de entrada na liga
Podemos afirmar que a NHL é uma liga globalizada. Obviamente, composta em sua maioria esmagadora por atletas de países que convivem com invernos mais rigorosos dos que estamos acostumados a sentir aqui no Brasil, mais especificamente divididos entre a Europa e a América do Norte. Mas, de onde são estes atletas e quando eles ingressaram na liga? Vamos mergulhar numa breve história sobre os goleiros apresentada por Sam McCaig no site TheHockeyNews.com.
Importante frisar que apenas 12 dos 31 goleiros ainda estão defendendo as franquias que os draftaram. Entre eles, só 7 escolhidos em primeira rodada. Notem a quantidade de bons goleiros que nem foram escolhidos em draft. É curiosa a soma de bons jogadores que vão compôr esta categoria em nossa lista.
Seguiremos com a ordem do draft de cada atleta.
1997
Com mais de mil jogos em sua carreira, o canadense Roberto Luongo (FLA) do Florida Panthers, foi escolhido pelo New York Islanders na quarta posição geral do draft daquele ano e continua atuando em alto nível, apesar dos 39 anos. Luongo jogou apenas 5 partidas nesta temporada até o momento, mas tem 4 vitórias e uma média de .956 de porcentagem de defesa. Para seu crédito, ele tem de 800 jogos de vantagem para David Aebischer (214 partidas na NHL) também escolhido no draft de 1997.
2000
Mencionando os Islanders outra vez, o time de Nova Iorque selecionou Rick DiPietro como first overall pick de 2000. O goleiro nunca se estabeleceu na NHL alternando entre a principal liga de hóquei no gelo do mundo e a afiliada AHL até aposentar-se em 2014. No mesmo draft, os vizinhos de Manhattan escolheram o sueco Henrik Lundqvist (NYR) 204 picks depois. A carreira dele é inquestionável, e o New York Rangers tem um dos melhores goleiros da liga por quase duas décadas, jogando no Madison Square Garden.
2001
Em 2001, 21 goleiros foram selecionados nas nove rodadas daquele evento que ocorreu em Sunrise, na Florida. Apenas dois (Pascal LeClarie 8º pelo Columbus Blue Jackets e Dan Blackburn 10º pelo New York Rangers) foram escolhidos entre os primeiros 10 jogadores. No entanto, o estadunidense Craig Anderson (OTT), pick 75 do Chicago Blackhawks e hoje no Ottawa Senators, e o canadense Mike Smith (CGY), pick 161 do Dallas Stars que atualmente joga no Calgary Flames, foram os únicos que conseguiram longevidade e sucesso. Smith tem em seu currículo uma participação no All-Star Game de 2016-17, além de uma medalha de ouro olímpica em 2013-14, temporada em que ele chegou até a marcar um gol e outra no mundial na temporada seguinte.
2003
Profícuo, o draft de 2003 teve apenas quatro goleiros selecionados. Todos ainda atuando na NHL nos dias de hoje. A primeira escolha geral daquele evento foi ninguém menos que Marc-André Fleury (VGK) pelo Pittsburgh Penguins. E foi pelo time da Pensilvânia que o jogador natural de Sorel, no Canadá, construiu uma carreira sólida e vitoriosa, conquistando três vezes a Stanley Cup ao lado de Sidney Crosby e cia. Designado para ser o pilar de uma nova franquia, o goleiro embarcou para Vegas em 2017, e liderou o time para a final logo no ano de estreia. Outra habilidade que possui é o carisma. Todos na liga o adoram!
Nascido em Quebec, também no Canadá, Corey Crawford (CHI) foi o segundo goleiro escolhido naquela noite de 22 de junho no Tennessee. O Chicago Blackhawks anunciou Crawford na posição 52, e ali começava uma história que rendeu mais três títulos para o time da cidade do vento. Mesmo com um início de temporada complicado, Crawford é ainda uma segurança aos torcedores dos Hawks nos dias de hoje.
Os outros jogadores que entraram na NHL em 2003 e que são titulares, foram Jimmy Howard (DET) e Brian Elliott (PHI). O primeiro continua vestindo a camisa do time que o escolheu na posição 64, o Detroit Red Wings, apesar de inúmeros rumores sobre a sua saída diante de uma fase de ostracismo dos Wings nos últimos anos. O estadunidense Howard só assumiu a titularidade na equipe em 2009, meses depois da derrota para os Penguins na última vez que o time de Detroit disputou a Stanley Cup. Já o canadense Elliott, não é unanimidade, mas participou de um All-Star Game, e conquistou o Jennings Trophy como goleiro menos vazado da temporada 2011-12, vestindo a camisa do St. Louis Blues.
2004
O ano em que o finlandês Pekka Rinne (NSH) do Nashville Predators entrou na liga. O goleiro que é todo ano concorrente direto ao Vezina Trophy – mas que venceu apenas uma vez essa disputa na temporada passada -, foi apenas o 30º goleiro selecionado, sendo a pick 258. Quarto goleiro mais bem pago da NHL hoje com um contrato de US$ 7 milhões, e que assinou sua renovação no último dia 3 de novembro por mais US$ 10 milhões divididos em dois anos, foi um dos grandes responsáveis pela campanha dos Preds até a final em 2016-17.
Nascido na região de Regina, no Canadá, Devan Dubnyk (MIN), foi escolhido na primeira rodada do draft pelo Edmonton Oilers na 14ª posição geral, mas só se garantiu como titular em 2015, quando se mudou para o Minnesota Wild.
2005
Dentre os goleiros titulares que ainda estão ativos na NHL que acompanhamos hoje em dia, o evento realizado na capital canadense em 2005, foi o que trouxe a melhor safra destes. Carey Price (MTL) dispensa apresentações. Considerado por muitos o melhor goleiro da liga, Price foi a 5ª escolha geral pelo Montreal Canadiens. Sejamos justos, ele já viveu bons e maus momentos em sua carreira. As lesões o atrapalharam muito também, mas Price é sem sombra de dúvidas uma aposta assertiva dos Habs. Falta-lhe o título da liga que mesmo com o bom início do time, é improvável. Mesmo assim, a sala de premiações do jogador nascido na Columbia Britânica, é nobre. São três medalhas de ouro entre Jogos Olímpicos, e os mundiais juvenil e principal. Ele ainda tem uma troféu Vezina para melhor goleiro, um Jennings por ter sido menos vazado, um Hart por ter sido o MVP e um Ted Lindsay por ser o MVP no julgamento da NHLPA, além de ser o goleiro que mais vestiu a camisa da franquia.
Ainda na primeira rodada, outro jogador espetacular foi introduzido ao maior campeonato de hóquei no gelo mundial. Tuukka Rask (BOS), a pick 21, foi anunciado pelo Toronto Maple Leafs. Rask foi trocado para o Boston Bruins em 2006 pelo bom goleiro Andrew Raycroft e de lá pra cá, foram duas aparições nas finais com uma vitória e uma derrota. O finlandês foi campeão como backup de Tim Thomas em 2010-11. Dois anos mais tarde, Rask voltou para as finais, desta vez como titular. Mas, não conseguiu evitar a derrota para os Blackhawks. Constantemente entre os favoritos para o troféu Vezina, ele só conquistou o prêmio em 2013-14.
O norte-americano Jonathan Quick (LAK) só apareceu na 72ª posição geral, ou seja, na terceira rodada. Foi escolhido pelo Los Angeles Kings, time que defende atualmente. Com uma elasticidade incomum, Quick é aquele goleiro que vale o ingresso. Toda a técnica que desenvolveu, serviu para que ele colecionasse prêmios e conquistas. Além dos dois títulos (2011-12 e 2013-14), ele tem também um Conn Smyth Trophy – para melhor jogador dos playoffs -, e dois troféus Jennings. Apesar das inúmeras lesões que estão incomodando suas performances recentemente, Quick é um vencedor. Natural de Denver, nos Estados Unidos, Ben Bishop (DAL) que foi goleiro dos Kings em um dos afastamentos de Quick por lesão também foi selecionado na terceira rodada daquele draft. Apesar do sucesso que o projetou com a camisa do Tampa Bay Lightning, Bishop foi uma escolha do St. Louis Blues no dia 31 de julho de 2005.
2006
O defensor Erik Johnson foi a primeira pick em 2006 pelo St. Louis Blues, mas acabou se transferindo para o Colorado Avalanche em 2011, jogando ao lado do único goleiro draftado naquele ano e que ainda é titular da sua equipe, Semyon Varlamov (COL). Escolhido na posição 23 também na primeira rodada, assim como Johnson, o goleiro teve problemas físicos que comeram um bom tempo da carreira do jogador nascido em Samara, na Rússia. Porém, problemas pessoais também mancharam sua imagem. Em 2013 ele foi acusado de violência doméstica ao ter supostamente agredido a então namorada Evgenyia Vavrinyukat. A melhor temporada de Varlamov foi em 2013-14 quando foi campeão da divisão Central sob o comando de Patrick Roy.
2008
Atual campeão da NHL, Braden Holtby (WAS) foi a 93ª escolha do Washington Capitals em 2008, e é de longe o goleiro mais bem sucedido daquele draft. Goleiro acostumado com decisões, Holtby é um frequentador comum de jogos de playoffs. São 82 jogos decisivos para o canadense. É o mesmo que uma temporada regular inteira. Um dado estatístico relevante é que Holtby nunca encerrou uma temporada com porcentagem de defesas menor que .900. Vale lembrar também que na campanha do título de 2017-18, ele perdeu a posição de titular para Philipp Grubauer, mas logo reassumiu a posição e conquistou a Stanley Cup.
O sueco Jacob Markstrom (VAN) e o canadense Jake Allen (STL) também foram selecionados naquele ano. O primeiro pelo Florida Panthers na 31ª posição geral, que na época correspondia a segunda rodada do draft. Hoje o goleiro defende o Vancouver Canucks, mas está preparando o terreno para o jovem Thatcher Demko que deve subir ao cargo principal e reinar por um tempo no time da Columbia Britânica. Já Allen, veio três posições depois pelos Blues e tem a carreira marcada por inconsistências.
2009
Em 2009, Robin Lehner (NYI) – que hoje está no New York Islanders -, foi escolhido pelo Ottawa Senators na 46ª posição geral. Lehner nunca foi um goleiro de ponta mas vem crescendo em sua carreira. Chegou para os Isles depois de três temporadas de evolução flagrante em seu jogo enquanto atuava pelo Buffalo Sabres. Apesar do bom momento dentro do gelo, Lehner concedeu entrevista explicando que em março de 2018 foi diagnosticado com distúrbio bipolar causado por um pós-trauma de estresse e precisou ser internado. O sueco disse na entrevista que pensou até em tirar a própria vida. Felizmente, Lehner tem cuidado do problema com a ajuda dos companheiros de equipe e da família. Na mesma entrevista, ele comentou sobre a importância de trocar Buffalo por NYC: “Finalmente encontrei alguém que acreditasse em mim. Estou sóbrio”.
2010
O Detroit Red Wings já tinha Howard quando decidiu buscar outro goleiro em 2010. Não era prioridade, portanto Petr Mrázek (CAR) veio só na quinta rodada daquele draft. Navegando entre a NHL e a AHL, Mrázek foi procurando seu espaço. Na temporada 2015-16, ele atuou em 54 jogos e foi muito seguro, terminando aquele ano com 2.33 em média de gols sofridos por jogo além de .921 em porcentagem de defesas. Porém, quando parecia que iria se firmar, deixou o rendimento cair bruscamente até não fazer mais parte dos planos dos Red Wings. O goleiro tcheco foi trocado para o Philadelphia Flyers próximo ao deadline em fevereiro de 2018 e virou opção em Carolina durante a offseason. A titularidade no entanto está ameaçada com as boas atuações de Scott Darling.
2011
O único goleiro titular da geração de 2011 é John Gibson (ANA) do Anaheim Ducks. A 39ª pick do time californiano é hoje a grande estrela da equipe. Depois de um início conturbado nesta temporada em que ele sofreu tiroteios frequentes e se mostrou preparado para o desafio com defesas inacreditáveis, Gibson tem se mostrado bastante frustrado com o mal desempenho da equipe, agredindo rivais dentro do gelo. Mas, o norte-americano ainda é a maior aposta do gerente geral Bob Murray para o gol dos Ducks. Tanto que além de ter desbancado o concorrente Frederik Andersen no duelo direto pela posição em Anaheim anos atrás, Gibson também teve seu contrato renovado no último dia 4 de agosto no valor de US$ 51 milhões divididos em 8 anos. Portanto, se nada ocorrer de forma surpreendente no staff do time, ele deve alcançar os melhores números da franquia em sua carreira.
2012
Se 2005 pode ser considerado o melhor draft desta lista para alguns, outros dirão que 2012 é talentosa. Dos 31 titulares da NHL hoje, outros quatro saíram daquele evento que começou no dia 22 de julho em Pittsburgh. Nascido em Tyumen, na Rússia, Andrei Vasilevskiy (TBL) foi selecionado pelo Tampa Bay Lightning na 19ª posição geral. Assumiu o posto com a saída de Ben Bishop e só tem evoluído desde então. O ponto forte de Vasilevskiy tem sido suas performances em playoffs. Sempre muito tranquilo, comete poucos erros e passa segurança aos companheiros, mesmo não sendo alguém que apareça nos tapes de melhores defesas do ano.
Quando Fleury se lesionou na reta final da temporada 2015-16, Matt Murray (PIT) parecia ainda cru para assumir tamanha responsabilidade. Mesmo com 13 partidas impecáveis, Murray que foi selecionado no draft de 2012 na 83ª posição, levantava dúvidas sobre sua capacidade de ajudar o time a conquistar a Stanley Cup. Bem, o final desta história todos já sabem. Franzino, o jogador natural de Ontario, no Canadá, foi crescendo e é um atleta de 24 anos com dois títulos no currículo. Ambos, enquanto ainda cumpria seu contrato de novato, ou seja, um fenômeno.
O dinamarquês Frederik Andersen (TOR) também ingressou na NHL naquele ano. Mais especificamente, quatro posições depois de Murray. Escolhido pelo Anaheim Ducks, ele foi preterido pela franquia do oeste norte-americano após dividir as funções com Gibson. O Toronto Maple Leafs tinha planos mais ambiciosos para o goleiro e os Ducks acabaram selecionando Sam Steel e Antoine Morand com o que receberam na troca que levou o jogador ser o titular do time canadense. Andersen tem em Toronto um time bastante competitivo e recheado de jovens estrelas que podem ajuda-lo a conquistar um título importante.
Por fim, Connor Hellebuyck (WNG) do Winnipeg Jets foi selecionado pela franquia de Manitoba na quinta rodada e demorou para se encaixar no time. Mas, com os números que somou na temporada passada, quebrando recordes de uma historia não tão longa dos Jets, ele vem sendo um dos principais destaques da equipe. As 44 vitórias que o norte-americano conquistou em 2017-18 fizeram de Hellebuyck o maior vencedor da liga em uma mesma temporada.
Não draftados
Sergei Bobrovsky (CBJ) é goleiro do Columbus Blue Jackets mas começou sua carreira em Philadelphia. Sem ser escolhido em drafts, o goleiro russo pode ter sido considerado “bom demais” para jogar pelos Flyers. Claro que isso é uma brincadeira com o histórico negativo que o time da cidade do amor fraterno alimenta.
Antti Raanta (ARI) defende o jovem e talentoso time do Arizona Coyotes. Mas chegou aos Blackhawks em 2013-14 também sem passar pelo draft. Com uma carreira de sucesso na liga finlandesa, Raanta chamou a atenção dos olheiros da NHL e com 24 anos desembarcou nos Estados Unidos para tentar as sorte. Antes de defender os Coyotes, ele ainda foi backup de Lundqvist nos Rangers.
Martin Jones (SJS) não é o goleiro dos sonhos de nenhum torcedor de qualquer que seja a franquia da NHL. Mas o canadense é um goleiro capaz de fazer o seu trabalho com muita disciplina. Por vezes, Jones incorpora o espírito do jogo e se torna simplesmente intransponível. Foi assim que ele ajudou o San Jose Sharks a disputar a Stanley Cup contra o Pittsburgh Penguins em 2015-16.
Keith Kinkaid (NJD) poderia ser deixado de fora desta lista porque o New Jersey Devils tem Cory Schneider como o principal goleiro do time. Mas por conta de tantas lesões que o afastam constantemente das funções no gol dos Devils, nossa lista agrega outro jogador que não foi draftado. Porém, as atuações do goleiro nascido em Nova Iorque nos playoffs da temporada passada foram desastrosas.
Carter Hutton (BUF) nunca foi unanimidade por onde passou, mas parece ter elevado a qualidade do jogo dos goleiros do Buffalo Sabres. Um time que tem sofrido com jogos com performances abaixo da média nesta posição e que somando outros fatores, luta hoje para sair do poço que encontrou em 2017. Uma tarefa das mais complicadas e o jogador natural de Ontario tem dado conta do recado, por enquanto.
O último nome de nossa lista é do jogador nascido na Caledonia, Canadá, Cam Talbot (EDM). Goleiro do Edmonton Oilers que foi backup de Lundqvist em Nova Iorque. Chegou para Edmonton como titular e tem feito toda a diferença desde então. O problema do time é a diferença terrível de resultados quando Talbot está descansando. Mas com ele no gelo, a turma de McDavid não tem muito com o que se preocupar.
(Foto: Divulgação Site/NHL)