Onde estão os ‘heróis’ da NHL?
Eles surgiram como uma aposta da liga para popularizar o esporte e foram esquecidos anos depois
Quando o seu esporte favorito está em apuros, quem poderá defendê-lo? O Chapolin Colorado? Não, infelizmente não estou falando do intrépido herói interpretado pelo ator Roberto Gómes Bolaños e que teve a sua carreira encerrada no final de novembro… Mas sim de outros 30 personagens criados pelo quadrinista Stan Lee – mesmo criador de X-Men e Homem-Aranha – escolhidos como guardiões dos clubes da NHL.
A iniciativa tinha um objetivo bem claro: atrair crianças e jovens para o esporte e aproximar os super-heróis do hóquei no gelo – qualquer semelhança com a Disney e o Anaheim Ducks é mera coincidência.
Assim, em janeiro de 2011, durante o All-Star Game daquele ano, os 30 heróis do hóquei no gelo foram apresentados. O projeto intitulado de “Guardian Project” foi revelado ao público e deveria ser permanente pelos anos seguintes da liga ao associar os novos heróis aos emblemas dos clubes e sua torcida.
Para dar vida aos personagens, um investimento pesado foi feito em produtos para crianças e vídeos em 3D produzidos pela empresa de tecnologia Oxford Metrics Group – a mesma que fornece software tridimensional para jogos como Call of Duty e Assassin’s Creed.
Tudo isso, junto com a criatividade e genialidade de Stan Lee gerou uma expectativa acima do normal dos fãs do esporte e de histórias em quadrinhos. Infelizmente, tudo não passou de expectativa e o projeto se tornou um dos maiores fracassos de marketing da liga.
Diferentemente do que fez a Disney na década de 90, que acertou ao popularizar dentro e fora dos Estados Unidos a franquia dos “ducks” de Anaheim, o Projeto Guardião não teve o retorno monetário esperado, além de diversas críticas dos torcedores quanto aos personagens e poderes considerados “inúteis”.
Com a baixa aceitação popular de alguns heróis, que não transmitiram carisma de imediato – o que falar então do Pittsburgh Penguins e seu representante Ciclope/Pinguim – eles acabaram voltando ao anonimato. O sumiço foi potencializado ainda pelo Lockout que atingiu o esporte no ano seguinte (2012-2013) e que paralisou as atividades esportivas.
Mas, e agora que estamos chegando no final de 2014 , por onde eles andam? Será que estão ‘vivos’ ou foram dominados pelas forças das trevas?
Quase quatro anos após o lançamento, essa pergunta é difícil de ser respondida . Os Gerentes da NHL congelaram – literalmente – o projeto, mas não o abandonaram em definitivo. O mercado investidor parece esperar por novas ideias ou por uma nova reformulação.
Para tentar levantar a moral e salvar os heróis, a NBC Universal – mesma emissora que possui direitos de transmissão de partidas da NHL – adquiriu uma parte das ações em falência e prometeu produzir programas de televisão e filmes em um futuro próximo. Desde então, a empresa não divulga mais nada sobre o assunto.
Do curto tempo em que estiveram na ativa salvando o mundo, os heróis da NHL apresentaram algumas ações de marketing interessantes e que merecem ser destacadas em qualquer esporte. As mais impactantes delas foram as cutscenes transmitidas em 3D para a platéia antes de cada jogo da temporada. Quem acompanhou ao vivo nos estádios viu as histórias do heróis serem transmitidas rapidamente antes de cada partida oficial. Elas seguiam posteriormente em uma HQ digital disponibilizada no site do projeto.
Atualmente, a NHL faz uma referência rápida a cada um deles. Em sua loja, apenas um único artigo está sendo vendido com o logo “Guardian Project“. Até que uma reformulação seja anunciada – e isso pode levar ainda mais alguns anos – vale a pena lembrar o que foi feito para cada time da liga e quem sabe escolher o seu favorito…
Clique aqui e conheça os heróis das 30 franquias da NHL.