Mais 5, menos 5: Quem se deu bem e quem se deu mal no trade deadline da NHL
Confira a análise das movimentações que agitaram o mercado da NHL antes do fim da janela de transferências
O dia 2 de março foi de muita agitação e correria para todos os 30 times da NHL. O dia marcava o limite para trocas na temporada 2014-2015, última chance das equipes conseguirem mudanças nos seus elencos, dentro dos objetivos de cada um. Então vamos ver quem se deu bem e quem foi mal nas negociações? Considerando o período de 11 de fevereiro até a data limite.
TOP 5 – Quem se deu bem
1) Montreal Canadiens
O general manager Marc Bergevin disse numa entrevista que times campeões são montados no NHL draft e não no trade deadline. Bem, indo contra o seu discurso, os Canadiens conseguiram melhorar o seu já muito bom elenco na janela de transferências.
A chegada mais importante é o defensor Jeff Petry, vindo dos Oilers. Montreal tem a melhor defesa da liga, mas apenas o 18º ataque, onde Petry pode ajudar, com sua qualidade de passes, principalmente no power play. Não jogará tantos minutos quanto em Edmonton, mas poderá dar um jogo ofensivo de maior qualidade vindo da linha azul.
A chegada de 3 atacantes (Torrey Mitchell, Brian Flynn e Devante Smith-Pelly) trará uma melhora às terceiras e quartas linhas, colocando o time ainda mais favorito ao título deste ano.
2) Anaheim Ducks
Os Ducks precisavam de uma defesa melhor e mais rápida, principalmente para conter os ataques velozes do Oeste nos playoffs, e conseguiram exatamente isso.
Dos 6 jogadores que chegam a Anaheim, James Wisniewski e Simon Despres são defensores que irão empurrar o nível do time para cima. Associados com a dupla ofensiva Corey Perry e Ryan Getzlaf, irão ajudar muito o muito provável campeão da divisão do Pacífico.
A saída de jogadores como Eric Brewer e Rene Bourque não afeta tanto assim o time. Talvez a maior perda seja o jovem William Karlsson, um center muito promissor. É outro já favorito que se torna ainda mais forte para a pós-temporada.
3) New York Rangers
Querendo voltar às finais da Stanley Cup, como feito na temporada passada, os Rangers adquiriram o jogador mais comentado durante as especulações , o defensor Keith Yandle, vindo dos Coyotes.
Desde 2012, os Rangers não tem a escolha no primeiro round no draft. Em troca, conseguiu Rick Nash e Martin St. Louis, que levaram New York para a final da Stanley Cup, em 2013-2014. Yandle vem se juntar a esse grupo, com seu jogo ofensivo de muita qualidade.
A chegada de James Sheppard pode ajudar a quarta linha, onde poderá jogar com Domenic Moore, Jesper Fast ou até J.T. Miller, dando mais opções para o treinador Alan Vigneault.
4) Arizona Coyotes
Don Maloney, GM de Arizona, precisava reconstruir o elenco. Conseguiu isso, talvez até mais rápido do que o imaginado.
Os Coyotes trocaram os 3 jogadores que não iriam ficar ao final da temporada (Yandle, Vermette e Michalek), e conseguiram bons jovens e escolhas no draft. A chegada de Antoine Duclair (F) e Maxim Letunov (D), 2 dos mais badalados jovens, e tendo a possibilidade de conseguir McDavid ou Eichel no draft, coloca Arizona como um time a ser visto na próxima temporada.
Com 2 escolhas no draft deste ano e mais 2 no ano que vem, Maloney poderá transformar um dos piores times na liga atualmente em uma equipe que jogará a pós temporada no próximo ano.
5) Detroit Red Wings
Se você tem um bom time, consegue melhorá-lo sem perder nenhum dos seus principais jogadores, podemos dizer que fez um bom trabalho. Os Red Wings foram cirúrgicos, atenderam suas necessidades e colocam um time ainda mais forte para a pós temporada.
Chegaram o defensor Marek Zidlicky e o veterano atacante Erik Cole. Zidlicky vem contribuir tanto defensivamente quanto ofensivamente, tirando um pouco da pressão e minutos do veterano Nicklas Kronwall. Erik Cole pode jogar na segunda ou terceira linha, produzindo pontos valiosos e se encaixa bem no modelo de posse do puck, que tanto gosta o treinador Mike Babcock.
Ainda tentando o título da divisão do atlântico, numa bela disputa com Lightning e Canadiens, Detroit chega muito forte aos playoffs.
BOTTOM 5 – Quem se deu mal
1) Toronto Maple Leafs
O plano de reconstrução, amplamente anunciado, até para justificar uma campanha pífia, começou tímido demais para Toronto. Duas das suas principais estrelas do time, Dion Phaneuf e Phil Kessel, seguem na equipe, pelo menos até o final da temporada, mesmo após o presidente do time informar a imprensa que não conta com os dois. A informação oficial do clube é que não foi oferecido por nenhuma franquia o que era pedido pelos Leafs. Phaneuf, que esteve muito perto dos Red Wings, no último dia de trocas, carrega o maior salário do time, o que prejudicou bastante a possibilidade de sua saída.
Kessel aparentemente não teve muita procura de outros times, o que pode indicar que, talvez, Toronto estivesse colocando um preço nos dois maior do que o mercado pode pagar.
Mas nem tudo foi perdido. Conseguiram mais 5 escolhas nos próximos 2 drafts, incluindo mais uma de primeira rodada neste ano, e mantiveram alguns jovens que serão a base do futuro, como os atacantes James Van Riemdsky, Nazem Kadri e o goleiro Jonathan Bernier.
2) Boston Bruins
Ano passado, terminou a fase regular como a equipe de mais pontos em toda a NHL, mas caiu cedo nos playoffs. Nesta temporada, irá brigar até o último jogo pela vaga de wild card no Leste. Você conclui que seu time teve uma queda e precisa de reforços, certo? Peter Chiarelli, GM dos Bruins, não acha isso.
Chegaram a Boston os atacantes Brett Connolly e Max Talbot, vindos de Tampa Bay e Colorado, respectivamente. Além da saída de Jordan Caron, os Bruins cederam 3 escolhas nos próximos 2 drafts pelos 2 jogadores.
Connolly é muito jovem, 22 anos, e pode ser um atacante produtivo. Talbot, veterano, campeão com os Penguins em 2008-2009, traz força física e muitos hits. Mas ainda falta um atacante que faça gols, ainda mais com a contusão de Krejci, que pode tirá-lo dessa reta final, além de um reforço para a defesa, já que desde da saída de Johnny Boychuk para os Islanders, o setor vem se mostrando mais frágil.
3) Edmonton Oilers
Praticamente todo o elenco dos Oilers foi especulado nos mais diversos times até o dia 2 de março. Mas a única negociação envolvendo o time canadense foi a saída do defensor Jeff Petry para Montreal. Boa recompensa? Duas escolhas no draft desse ano, na segunda e na quinta rodada. Saiu muito barato.
Olhando nome por nome, a equipe tem vários jogadores jovens que podem montar um elenco vitorioso em alguns anos. Nomes como Eberle e Yakupov tem tudo para levar os Oilers a melhores colocações. Mas a movimentação perto da trade deadline foi muito tímida. Talvez todas as fichas estejam sendo colocadas no draft, onde podem conseguir uma das duas primeiras escolhas, e tornar Connor McDavid ou Jack Eichel pilares de um novo Edmonton Oilers.
4) New Jersey Devils
O treinador e general manager Lou Lamoriello sempre garantiu os Devils na briga por uma vaga nos playoffs. Mesmo quando perguntado sobre a estratégia do time na última semana de trocas, Lou garantia que queria reforços para levar o time a pós temporada.
Bem, passado o dia 2 de março, isso não aconteceu. Perdeu o defensor Marek Zidlicky para Detroit e Jaromir Jagr para Florida, recebendo em troca escolhas no draft dos próximos 2 anos, nenhuma na primeira rodada.
Seja a curto ou a longo prazo, o resultado para os Devils foi ruim. São remotas as chances de playoffs nesta temporada, e sem muitas opções para o futuro. New Jersey tem um time envelhecido, que pode precisar de um longo tempo para o retorno às vitórias.
5) Tampa Bay Lightning
Ainda na briga pelo título da divisão do Atlântico, Tampa Bay conseguiu o defensor Braydon Coburn, vindo dos Flyers, que vai ajudar muito a linha azul do time. O problema foi o que a equipe perdeu na última semana de trocas.
Em troca de Coburn, Tampa Bay mandou o também defensor Radko Gudas e 2 escolhas no draft desse ano, na primeira e terceira rodadas. Radko está lesionado e não joga mais nessa temporada, mas é um dos melhores defensores do time.
Além de Gudas, cedeu Brett Connolly para Boston, recebendo 2 escolhas no draft, segunda rodada este ano e em 2016. Considerando que não terão escolha na primeira rodada, o time vai ao draft sem muitas perspectivas e acabou abrindo mão de 2 jogadores que podem estar em alto nível por bastante tempo.