TOP 5: os melhores quarterbacks do Draft da NFL de 2020
Confira as melhores opções disponíveis para a posição de quarterback em 2020
A temporada da NFL chegou ao fim – o que significa que já é hora de voltarmos as atenções para o draft. E, como de praxe, o The Playoffs traz mais uma série apresentando os cinco melhores prospects de cada posição.
Mantendo a tradição, o kickoff caberá aos quarterbacks. A classe de 2020 traz uma seleção interessante de talentos. E, levando em conta a atual configuração do Draft, não seria surpresa ouvir três desses nomes no top 10 em abril.
Lembrando que: 1. as opiniões aqui são baseadas na análise do autor; 2. a ordem abaixo não significa necessariamente a ordem em que eles devem ser escolhidos, uma vez que cada time pode ter diferentes visões e necessidades no Draft.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
1 – Joe Burrow, LSU
O líder desta lista não poderia ser mais óbvio. Burrow dominou o college football em 2019, coroando uma das melhores atuações individuais na história do college football com uma votação recorde para vencer o Heisman Trophy. Em janeiro, o MVP comandou LSU rumo ao título nacional invicto.
Naturalmente, a evolução do quarterback imediatamente salta aos olhos. Nascido em Ohio, Burrow, assim como a maioria dos garotos do estado, cresceu sonhando em defender as cores dos Buckeyes. O sonho virou realidade quando o quarterback foi recrutado por Ohio State em 2014. Mas Burrow não conseguiu a vaga de titular, passando um ano como redshirt e dois como reserva do já esquecido J.T. Barrett. Após perder a disputa direta contra Dwayne Haskins e com o diploma em mãos, Burrow rumou para LSU. Começava aí a caminhada inesperada rumo ao topo.
O primeiro ano como titular foi apenas razoável. Após um começo bastante lento em um ataque voltado ao jogo terrestre, Burrow lançou para apenas 2.894 jardas e 16 touchdowns, com um aproveitamento de apenas 57,8% nos passes. A mudança começou com a chegada de Joe Brady ao coaching staff. Os Tigers adotaram a spread offense, e, com um grupo estelar de recebedores, aumentaram a responsabilidade do quarterback. Burrow correspondeu – com sobras. Foram 5.671 jardas, 60 passes para touchdown e apenas seis interceptações, com impressionantes 76,3% de aproveitamento.
Extremamente seguro no pocket, Burrow hoje exibe um ótimo trabalho com os pés, além de facilidade para realizar leituras, até mesmo sob pressão. Com um ótimo ball placement, o vencedor do Heisman consegue encaixar passes em pequenas janelas, além de acertar alvos em profundidade com frequência. Para finalizar, Burrow também demonstrou habilidade para estender jogadas com as pernas quando exigido. Um prospect completo e que torna o anúncio da primeira escolha geral uma mera formalidade.
2 – Tua Tagovailoa, Alabama
Tagovailoa apresentou o cartão de boas-vindas ao college football no maior palco de todos – a final nacional. Ainda como true freshman e saindo do banco, assumiu o comando do ataque no lugar de Jalen Hurts e conduziu Alabam rumo ao título em uma virada improvável. No ano seguinte, superou Hurts ainda no spring camp e foi nomeado titular.
Tua Tagovailoa representou uma quebra de padrões em Tuscaloosa. Se antes o programa comandado por Nick Saban dificilmente contava com quarterbacks de elite, agora passava a ter no signal-caller o principal jogador.
Excelente no pocket, Tagovailoa demonstra calma e maturidade com a bola nas mãos. O quarterback também consegue executar leituras e progressões com facilidade. Não é incomum observar Tagovailoa escaneando diferentes alvos em uma mesma jogada. Mesmo sob pressão, o agora ex-Crimson Tide jamais desvia os olhos de campo, característica rara para QBs jovens. Além disso, Tua possui uma excelente capacidade atlética, podendo recorrer às corridas quando necessário. Canhoto, possui uma mecânica de arremesso pouco convencional, mas que entrega resultados. A baixa estatura, listada oficialmente em 1,83m, também será alvo de questionamentos, embora esse pareça ser, de maneira geral, um problema cada vez menor entre scouts.
O principal questionamento, evidentemente, é com relação ao extenso histórico de lesões. Aos 21 anos, Tagovailoa já acumula um procedimento cirúrgico em cada tornozelo, além da mais recente lesão no quadril. Embora a recuperação, ao que tudo indica, esteja bem encaminhada, naturalmente ainda há muitas questões quanto à longevidade do quarterback na NFL.
Em três temporadas de college football, Tagovailoa disputou 32 jogos por Alabama, acumulando 7.442 jardas, 87 touchdowns e 11 interceptações. Correndo com a bola, foram outras 340 jardas e nove touchdowns em 107 tentativas.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
3 – Justin Herbert, Oregon
Herbert é o quarterback dos sonhos para a maioria dos scouts. Com 1,98m de altura e muita força no braço, o jogador vindo de Oregon possui o molde ideal para ser desenvolvido em um futuro astro.
Apontado como principal QB para o Draft de 2019, Herbert surpreendeu ao anunciar que retornaria a Eugene para cumprir o último ano de elegibilidade. Nascido e criado no estado, Justin Herbert ainda desejava levar os Ducks ao palco nacional. A vaga nos playoffs escapou por muito pouco, mas a temporada ainda foi positiva: título da Pac 12 e um MVP na conquista do Rose Bowl.
A carreira do quarterback no college foi marcada por altos e baixos. As duas primeiras temporadas foram interrompidas por lesões. Em quatro anos, Herbert jogou sob o comando de três comissões técnicas diferentes. No entanto, podendo trabalhar com o mesmo grupo em 2018 e 2019, o QB demonstrou evolução.
O talento é inegável, e o potencial para crescimento é grande. Porém, o ex-Ducks ainda está em desenvolvimento. Herbert não é um pocket passer completo. Pouco exigido em Oregon, demonstrou capacidade para buscar uma segunda leitura quando necessário, mas ainda tem o hábito de fixar-se apenas na primeira opção disponível. Além disso, Herbert também precisa melhorar nas tomadas de decisões, uma das principais causas para os erros no college. Na NFL, o QB será ainda mais castigado.
No geral, Justin Herbert justifica as expectativas criadas. No sistema correto, é fácil imaginá-lo como um futuro franchise quarterback. Em quatro temporadas como titular em Oregon, acumulou 10.541 jardas, 95 touchdowns e 23 interceptações, com aproveitamento nos passes de 64%.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
4 – Jake Fromm, Georgia
Uma das últimas adições à classe, Fromm é, possivelmente, um dos jogadores mais subvalorizados. Ainda como true freshman, ganhou a vaga de titular em Georgia e não a largou mais. Em três anos, “expulsou” dois quarterbacks de cinco estrelas – o antigo titular, Jacob Eason e o agora titular de Ohio State, Justin Fields. Ainda na temporada de novato, levou o time à final nacional e esteve a alguns minutos de conquistar o título. Feitos dignos de nota. Embora os dois últimos anos não tenham sido tão produtivos, o quarterback manteve os Bulldogs na disputa pelos playoffs, ajudando o time a alcançar outras duas finais de conferência – isso em meio a uma porta giratória de recebedores.
Jake Fromm não é o quarterback mais espetacular da classe, e produz highlights com uma frequência menor em comparação aos demais. Com um porte físico apenas razoável, o QB dos Bulldogs possui um braço com força aceitável, mas nada que salte aos olhos.
Embora não possua as características físicas, Fromm é um dos quarterbacks mais bem preparados da classe para assumir o posto de titular na NFL. Demonstrando uma maturidade acima da média para um jogador com apenas três anos de carreira no college, Fromm tem facilidade para executar progressões, vasculhar o campo em busca de alvos e fugir à primeira leitura. Também executa checkdowns e outros passes curtos e intermediários com agilidade, ponto muito positivo para a transição rumo à NFL. E se tais características podem render o rótulo de game manager, basta assistir à atuação de gala no Sugar Bowl deste ano para perceber que o QB de Georgia também consegue esticar o campo verticalmente. Fromm pode não ter um teto tão alto como outros nomes da classe, mas, no pior dos casos, será no mínimo um backup com carreira longa.
Fromm encerrou a carreira universitária com 43 jogos disputados, 8.236 jardas lançadas, 78 touchdowns, 18 interceptações e aproveitamento nos passes de 63,3%.
(Foto: Reprodução site oficial/University of Georgia Athletics)
5 – Jacob Eason, Washington
O último nome da lista, Eason foi recrutado por Georgia para ser o futuro dos Bulldogs. Após um ano de estreia irregular, mas com muitas demonstrações de potencial, o quarterback viu a carreira estagnar no segundo ano. Lesionado ainda na estreia, perdeu a vaga para Jake Fromm. Ao fim da temporada, conseguiu a transferência para o estado natal, Washington. Cumpriu um ano de redshirt como parte do regulamento e voltou a campo em 2019, após dois anos parado.
Eason é outro protótipo de quarterback ideal. Com ótima altura e um canhão no lugar do braço direito, o produto dos Huskies é capaz de executar os mais diversos arremessos sem qualquer esforço. Por outro lado, Eason definitivamente seria beneficiado por mais um ano em Washington. A entrada no Draft, queimando o último ano de elegibilidade, pareceu desnecessariamente apressada.
Ainda cru, Eason apresenta problemas com muitas decisões questionáveis. Como é comum entre QBs com estilo semelhante, sofre com a terrível síndrome de super-herói, e ocasionalmente tenta buscar jogadas impossíveis. Assim como a maioria dos quarterbacks do college, Eason frequentemente trava em uma primeira leitura, fixado apenas no alvo principal da jogada.
Jogador com potencial, Jacob Eason precisará de uma temporada – ou até mais – como reserva, além de um bom mentor e um staff experiente na NFL, com paciência para lapidar o estilo de jogo e corrigir os erros. Caso isso aconteça, é possível imaginá-lo como um futuro titular.
Em três temporadas universitárias, o quarterback disputou 27 jogos como titular, acumulando 5.590 jardas, 39 touchdowns e 16 interceptações, com aproveitamento de 59,8% nos passes.
(Foto: Reprodução site oficial/University of Washington Athletics)