Super Bowl LIV: 5 motivos para acreditar no título do San Francisco 49ers
Confira as principais razões para acreditar na conquista do hexacampeonato dos Niners no Super Bowl
Está chegando a hora. A decisão da 100ª temporada da NFL nunca esteve tão próxima. No próximo domingo (2), o Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins, recebe o Super Bowl LIV. E a franquia que detinha o maior número de títulos até pouco tempo atrás, pode fazer companhia aos maiores vencedores do esporte.
O San Francisco 49ers, dono de cinco conquistas de Super Bowl, tentará emplacar mais um título para se igualar a New England Patriots e Pittsburgh Steelers, maiores vencedores com seis Lombardi Trophies cada um.
Após a vitória sobre o Green Bay Packers, por 37 a 20, no jogo do título da Conferência Nacional, os Niners estarão em sua sétima aparição em Super Bowl de sua história.
A franquia da Califórnia ressurgiu das cinzas na concorrida Divisão Oeste da NFC, de uma sequência de quatro temporadas negativas até a conquista da melhor campanha da conferência em 2019. As 13 vitórias na temporada regular não aconteciam há oito anos e a vantagem de decidir em casa as partidas de playoffs encerraram um jejum que se mantinha desde 1997.
Nem o mais otimista torcedor dos 49ers imaginaria que após uma temporada decepcionante de apenas quatro vitórias em 2018, o ano seguinte reservaria momentos tão especiais. Os Niners são só o terceiro time a chegar no Super Bowl após vencer quatro ou menos jogos na temporada anterior (Cincinnati Bengals de 1988 e St. Louis Rams de 1999).
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Para voltar ao protagonismo que lhe foi peculiar, sobretudo nos anos 80, os Niners tiveram de passar por uma reformulação completa. Do elenco, ao treinador até ao general manager. Após uma brilhante passagem como coordenador ofensivo dos Falcons, chegando ao Super Bowl LI e coroando Matt Ryan como MVP daquela temporada, Kyle Shanahan ganhou sua primeira oportunidade como treinador principal. Ao lado dele, o ex-jogador e comentarista da TV americana John Lynch também teria sua primeira aventura no comando de um front office da NFL. Dois navegantes de primeira viagem para conduzir San Francisco de volta ao rumo das vitórias.
Em três anos trabalhando juntos, Lynch e Shanahan reformularam por completo o elenco do time, reuniram um grupo jovem e talentoso com suas escolhas de primeira rodada, além de movimentos precisos na free agency para montar a dominante equipe de 2019.
O resultado foi uma temporada marcada pelo incrível desempenho de sua defesa, a imposição de um jogo terrestre agressivo e a primeira temporada completa na NFL do sempre questionado quarterback Jimmy Garoppolo.
Portanto, o The Playoffs elenca agora os 5 principais motivos para acreditar que, no domingo, os 49ers sairão de campo vitoriosos e levantarão o sexto título de sua história diante do Kansas City Chiefs.
(Foto: Divulgação/San Francisco 49ers)
COMPROMETIMENTO AO JOGO TERRESTRE
Apesar dos incríveis números da defesa dos 49ers, tudo que a equipe não quer neste Super Bowl é lidar com Patrick Mahomes e suas longas campanhas ofensivas. A melhor forma de limitar a produção do QB dos Chiefs é mantê-lo fora de campo.
Neste contexto, o antídoto será dar continuidade ao sucesso que a equipe teve durante toda a temporada correndo com a bola. Raheem Mostert lidera o backfield dos Niners, após ter seu melhor jogo da carreira, ao registrar 220 jardas terrestres e quatro touchdowns na conquista do título da NFC. Matt Breida e Tevin Coleman acumulam mais de 500 jardas de scrimmage cada um e se mostraram efetivos ao longo de todo ano.
As contribuições de George Kittle e Kyle Juszczyk, enquanto bloqueadores, têm sido fundamentais para a equipe atingir a impressionante média de 144 jardas terrestres por partida, 4,6 jardas por tentativa e 23 touchdowns corridos na temporada regular. Números que colocam os 49ers como líderes absolutos da liga.
San Francisco é uma das equipes mais dinâmicas da NFL quando o assunto é jogo terrestre, alinhando nas mais diversas formações com o objetivo de confundir as defesas adversárias. O funcionamento das jogadas por terra serão a chave do sucesso, para então Jimmy Garoppolo tirar proveito das jogadas de play action, e encontrar Emmanuel Sanders, Deebo Samuel e George Kittle, especialistas em ganhar jardas após a recepção.
DEFESA DOMINANTE
Uma das razões de San Francisco estar em posição de vencer mais um Super Bowl certamente é a agressividade de sua linha defensiva. Mais do que isso, a profundidade em seu elenco neste setor. A equipe sofreu com lesões durante a temporada, mas foi capaz de manter o nível de intensidade e desempenho nas ausências de Dee Ford e D.J. Jones.
Se por um lado, Jones, que fazia uma ótima temporada, sofreu uma séria lesão e só retorna ano que vem, por outro, Ford reúne 100% de suas condições e será vital para deixar Mahomes desconfortável no pocket.
DeForest Buckner, Nick Bosa, Arik Armstead e Solomon Thomas serão um desafio e tanto para a linha ofensiva dos Chiefs, que tem suas qualidades, especialmente, na proteção de passe. Mitchell Schwartz, right tackle de KC, é um dos melhores de sua posição na NFL. Andy Reid e o coordenador ofensivo, Eric Bieniemy, sabem que terão de desenhar jogadas para que Mahomes não prenda demais a bola.
Longas leituras do quarterback dos Chiefs podem ser tudo que a linha defensiva dos Niners deseja. A unidade contabilizou 48 sacks durante a temporada regular – a quinta melhor marca da liga – e somou outros nove sacks nas duas partidas de pós-temporada. Os números da defesa de San Francisco são ainda mais impressionantes quando analisadas as estatísticas de jardas aéreas cedidas por partida (170), colocando a equipe da Califórnia como a melhor de toda NFL.
BATALHA DOS TURNOVERS
Apressar o passe é apenas uma das maneiras de limitar a produção ofensiva de um ótimo ataque. A outra, obviamente, é roubar a bola do adversário. E nenhuma equipe se mostrou tão eficiente nesta temporada, em provocar turnovers e recuperar a posse de bola, como a equipe de San Francisco.
Dominar o tempo de posse de bola pode ser um bom indicativo, mais do que isso, liderar a batalha dos turnovers pode ser determinante para sair do campo com a vitória. A chave deste Super Bowl pode estar exatamente aí. A defesa que se sobressair neste duelo terá uma grande vantagem. E neste aspecto, a defesa dos 49ers leva enorme vantagem quando comparada com a produção defensiva dos Chiefs.
Os Niners lideram a NFL com 23 fumbles forçados, e com 15 recuperados se colocam como a quarta equipe que mais retomou a posse de bola via defesa.
Os comandados de Kyle Shanahan provocaram cinco turnovers em seus dois jogos de pós-temporada. Já os Chiefs, contabilizaram apenas um roubo de bola, em um retorno mal sucedido dos times especiais dos Texans. A unidade defensiva de Kansas City ainda não conseguiu interceptar ou recuperar fumbles nos playoffs desta temporada.
Já pelo lado dos Niners, só Richard Sherman obteve uma interceptação em cada uma das partidas antecedentes ao Super Bowl LIV.
A VOLTA POR CIMA DE JIMMY GAROPPOLO
Com o título da NFC, Jimmy Garoppolo aumentou seu recorde para 23 vitórias e cinco derrotas. Sim, o QB dos Niners venceu 23 dos 28 jogos que atuou até hoje. Defendendo os 49ers, são 19 vitórias e cinco derrotas em 24 partidas, e média de 29 pontos por jogo desde que foi nomeado titular da equipe em 2017.
Após um início arrasador com cinco vitórias nas últimas cinco partidas de 2017, as expectativas em torno da equipe eram altíssimas com Jimmy G no comando do ataque. No ano seguinte, no entanto, o QB teve de lidar com uma séria lesão no joelho e passou por um longo processo de recuperação para estar pronto para estreia da equipe em 2019. Os 49ers fecharam a temporada regular com 13 vitórias e três derrotas na primeira campanha completa de Garoppolo na NFL.
Entretanto, nem os números expressivos de Jimmy G são capazes de calar os críticos de seu jogo. Enquanto o quarterback dificilmente terá exibições estelares como Patrick Mahomes, Garoppolo não tem decepcionado quando requisitado. As críticas não cessaram quando os 49ers venceram os Packers, em uma partida em que o QB lançou apenas oito passes em todo confronto. Fato é que ele tem entregado a produção que dele se espera.
Nesta temporada, Garoppolo lançou 3.978 jardas, 27 passes para touchdown e 13 interceptações. Números que o colocam como o 5º melhor em acerto de seus passes (69,1%), 3º em jardas por tentativa (8,4) e 8º em passer rating (102,0). Em situações críticas de último quarto, seus números são ainda melhores, com 105,9 de rating.
Garoppolo é constantemente alvo de críticas por ser apenas um game manager. No entanto, com um dominante jogo terrestre e uma defesa capaz de vencer jogos, talvez Jimmy G não precise ser o dono do time como muitos esperam. O QB é apenas mais uma peça da engrenagem bem desenhada por Kyle Shanahan. Mesmo assim, quando solicitado em jogos que o time esteve atrás do placar, ele completou 72,7% de seus passes, 11 passes para touchdown, três interceptações e um passer rating de 115,7.
KYLE SHANAHAN E JOHN LYNCH
Shanahan e Lynch têm feito excelente trabalho no que se refere à historia dos 49ers desde que assumiram os cargos de head coach e general manager, respectivamente. Os dois são responsáveis por criar laços entre o elenco atual com as lendas históricas da franquia e campeões do Super Bowl como Steve Young, Jerry Rice, Ronnie Lott e Joe Montana.
Na preparação para a disputa do Super Bowl LIV, os ex-atletas se reuniram com o elenco para passar um pouco da experiência e salientar o que representa vestir a camisa de uma das franquias mais vitoriosas da NFL.
Dentro de campo, Shanahan tem se mostrado uma das mentes ofensivas mais brilhantes da liga, desenvolvendo jogadas criativas e cheias de variações. San Francisco é a equipe que mais usa a movimentação de seus jogadores pré-snaps, induzindo defensores ao erro e permitindo que os recebedores ganhem muitas jardas após a recepção.
Lynch, considerado por muitos como o executivo do ano, tem realizado um trabalho fantástico. O GM foi responsável pela troca com os Patriots na aquisição do quarterback Jimmy Garoppolo. Selecionou talentos importantes no Draft como Nick Bosa, Deebo Samuel, George Kittle e Dre Grennlaw, além das adições pontuais na free agency com a chegada de Kwon Alexander, Dee Ford e Richard Sherman.
A parceira entre head coach e general manager foi questionada em seu início, mas não demorou três temporadas para o trabalho da dupla ser recompensado com a volta dos Niners ao maior palco do futebol americano.