Ranking: os quarterbacks calouros da temporada 2019 da NFL #1
Daniel Jones, Kyler Murray, Dwayne Haskins... acompanhe o ranking dos calouros de 2019!
Está de volta a coluna mais lida de 2018: RANKING DOS QUARTERBACKS CALOUROS. Que alegria! Nada como analisar o jogo daqueles que representam a esperança de milhares de torcedores após serem draftados para assumir o trono de quarterback de franquias miseráveis da NFL.
Após uma classe sensacional em 2018 com o candidato a MVP Baker Mayfield, o dinâmico Lamar Jackson, os inconsistentes-mas-otimistas Sam Darnold e Josh Allen e o azarado Josh Rosen, 2019 nos presenteou com outra classe com nomes interessantes para a posição.
Por isso, uma vez por mês iremos ranquear os calouros em uma ordem que certamente não irá te deixar satisfeito e lhe fará xingar muito no twitter (@theplayoffs).
Vamos aos nomes!
(Foto: Reprodução Twitter/Around The NFL)
1º Kyler Murray – Arizona Cardinals
Kyler larga na frente no nosso ranking quase que por W.O. Com Danny Dimes e Dwayne Haskins começando a temporada no banco de reservas de suas respectivas equipes, não há como deixar de dar a liderança para o número 1 do draft de 2019.
Murray é um jogador um tanto quanto polêmico. Não por conta de qualquer declaração ou atitude fora do campo – apesar de haver quem discorde de sua atitude em relação à MLB – e sim por conta de seu estilo nada ortodoxo de jogar o esporte. Pra começo de conversa, o quarterback tem apenas 1,78m (se tanto) de altura, o que faz dele o jogador titular mais baixo da posição na liga. Some-se a isso o fato que o jogador atuava em um sistema ofensivo bem diferente daquele praticado por times profissionais, que envolve muitas corridas e esquemas táticos desenvolvidos especialmente para deixar recebedores livres em um campo com regras um pouco diferentes no futebol americano universitário.
Na pré-temporada, os números não foram espetaculares (23/36, 193 jardas, 0 TDs, 0 INTs), mas o consenso geral é que Murray foi bem nos jogos contra os Chargers e os Vikings, e mal contra o Oakland Raiders.
Que levaria (levará?) algum tempo para Murray se habituar à NFL ninguém duvidada. Apesar de ter “herdado” um de seus técnicos universitários em Kliff Kingsbury, o jogo profissional é um quebra-cabeças muito diferente daquele que o jovem quarterback estava acostumado a enfrentar. Nem por isso o vencedor do Heisman Trophy não vai conseguir solucionar o enigma e entregar uma carreira de sucesso para os fãs de Arizona. O risco é alto, mas mantenho por enquanto a aposta que Murray será o quarterback mais bem sucedido dessa classe, caso se mantenha saudável.
2º Daniel Jones – New York Giants
DANNY DIMES! Nos meus dez anos cobrindo a NFL, não me lembro de um quarterback calouro ter uma pré-temporada mais “hypada” do que Daniel Jones nos Giants. Isso se deve a dois fatores: primeiro, porque Jones completou 29 de 34 passes para 416 jardas, dois touchdowns e nenhuma interceptação (rating de 137,3) em quatro jogos na preseason. Segundo porque o jovem quarterback de Duke foi uma das escolhas mais contestadas dos últimos tempos, com muitos analistas e fãs execrando Nova York por ter gasto uma escolha tão alta em um jogador que quase ninguém considerava valer tamanho investimento.
Por isso, cada passe de Danny Dimes foi hiperanalisado por ambos os lados – tanto aqueles que queriam crucificar o general manager Dave Gettleman e aqueles que apoiaram a decisão da franquia -, levando a novos exageros que estamos agora acompanhando. De bust certo para futuro dos Giants, o jogador em apenas quatro amistosos já sentiu um pouco do que é jogar no maior mercado da liga: vença e você é um herói, perca e você é um inútil.
Como todo exagero, há verdades e inverdades nas declarações sobre Jones, tanto aquelas do draft quanto as de agora. Nem bust certo e nem franchise quarterback ainda, o jovem passador tem qualidades e deficiências que precisam ser exploradas e trabalhadas para garantir uma longa e produtiva carreira. Com um jogo semelhante ao do veterano que deve eventualmente substituir (Eli Manning), Jones vem mostrando presença no pocket e precisão nos passes, duas características fundamentais para o sucesso na posição. No entanto, Jones ainda não demonstrou conseguir trabalhar a progressão de leituras quando sua primeira opção na jogada não estiver livre. Claro que aqui cabe um disclaimer que na maioria das vezes a primeira opção estava livre de marcação e Jones corretamente identificou e fez o passe com precisão. No entanto, cabe mencionar também que o jogador enfrentou em sua grande maioria defesas reservas, distantes em talento das defesas que eventualmente o quarterback irá enfrentar em sua carreira.
Dito isto, o otimismo dos fãs é justificado. Jones até aqui superou as expectativas de todos (fora dos Giants) e mostra – tanto dentro quanto fora de campo – que deve ser capaz de assumir a posição em Nova York
(Foto: Reprodução Instagram/New York Giants)
3º Dwayne Haskins – Washington
Outro time da NFC East que apostou em um quarterback calouro na primeira rodada foi a franquia de Washington. Haskins certamente conta com um currículo mais condecorado do que Jones, especialmente no tocante a estatísticas de passe no futebol americano universitário. Até por isso, a franquia foi elogiada por conseguir selecionar o time na 15ª posição do draft deste ano, especialmente por aqueles que defendiam que Haskins era um prospecto superior a Jones.
Por enquanto, a vitória fica para o lado azul da divisão. Isso porque, enquanto Jones teve uma pré-temporada quase perfeita, Haskins oscilou em suas primeiras partidas com a camisa de Washington (32/58, 409 jardas, 2 TDs, 2 INTs). Mesmo assim, o novato ex-Ohio State demonstrou flashes do potencial que levou o time a gastar uma escolha de primeira rodada para contar com ele.
É inegável que Haskins tem habilidade de fazer jogadas, evidenciado por seus 50(!) passes para touchdown em sua última – e única – temporada no futebol americano universitário. Uma das principais dúvidas sobre o jogador é justamente sua falta de experiência. Com apenas uma temporada como titular no college, falta experiência para assumir imediatamente a titularidade de Washington e guiar o time a vitórias nos domingos.
Por isso, vai ser bom para o jogador começar o ano na reserva e aprender um pouco com os veteranos Case Keenum e Colt McCoy. Mas não se engane, o futuro da franquia está nos ombros do ex-buckeye, e se as evidências com outros quarterbacks draftados na primeira rodada nos últimos anos nos dizem alguma coisa, esse futuro está mais próximo do que imaginamos.
(Foto: Jason Miller/Getty Images)
4º) Ryan Finley – Cincinnati Bengals
A partir daqui vamos fazer uma coisa que não fizemos ano passado. Vamos além dos quarterbacks escolhidos na primeira rodada. Isso porque em 2018 tivemos cinco quarterbacks escolhidos no primeiro dia do draft, enquanto em 2019 foram apenas três. Mas não esquente, temos dois fortes candidatos ao título de melhor quarterback no draft, ainda que tenham demorado um pouco mais para serem escolhidos.
O primeiro deles é Ryan Finley, da Universidade de North Carolina State, selecionado na quarta rodada do draft pelo Cincinnati Bengals. Com números sólidos-mas-não-espetaculares no futebol americano universitário, Finley era (é) considerado por muitos um futuro quarterback reserva na NFL. Essa narrativa começou a mudar após uma boa pré-temporada (34/46, 305 jardas, 2 TDs, 0 INTs) do reserva de Andy Dalton. Com uma presença de pocket interessante, um bom trabalho de pés e sólida tomada de decisões, Finley de repente começa a se tornar uma opção viável para o futuro dos Bengals.
Se (ou quando) Andy Dalton começar a decepcionar, a pressão ficará grande para o novo técnico Zac Taylor apostar em seu quarterback calouro. Estaremos de olho.
5º) Jarrett Stidham
Mais um quarterback draftado por Bill Belichick no meio do draft, Stidham vai tentar seguir no mínimo os passes de seus antecessores Jimmy Garoppolo e Jacoby Brissett, que deixaram New England para receberem contratos lucrativos como titulares de outras franquias.
Outro cenário plausível é eventualmente substituir Tom Brady como franchise quarterback dos Patriots, se um dia Brady realmente decidir parar de jogar. Stidham, que jogou em Auburn, vem surpreendendo no ataque de Josh McDaniels. Em números na pré-temporada (61/90, 731 jardas, 4 TDs, 1 INT), o jogador só perde – entre os calouros – para Daniel Jones. Em todas as quatro partidas da temporada, o jovem quarterback teve um rating acima de 95,7.
Com uma carreira bem mais ou menos no college, Stidham ainda tem um longo caminho pela frente, mas se tem algo que aprendemos a confiar nos últimos anos é no olho de Belichick para achar valor na posição de quarterback para além das primeiras rodadas do draft.
Menções Honrosas: Drew Lock (machucado), Will Grier.