Quarterback: cargo de confiança no futebol americano
Treinadores irão apostar nos mais velhos e semana 1 terá apenas um rookie titular
Quarterback: posição no futebol americano, na qual o atleta é responsável por realizar as jogadas ofensivas, desde os lançamentos para wide receivers e tight ends, até os passes curtos para seus runnings backs. Para uma linguagem comum: é o cérebro do time, a cabeça pensante do seu sistema ofensivo, é o cara no qual tem a confiança do time inteiro e quando menos esperar tira um coelho da cartola. Fazendo uma analogia com as demais modalidades esportivas, o QB é como um “camisa 10” do seu time de futebol, um levantador no vôlei ou aquele armador no basquete, onde a jogada passa por ele.
E quando esse QB fica com uma idade avançada e chega uma garotada cheia de vontade, o que deve ser feito: deixar no banco de reservas por uma temporada ou dar cancha ao novato e ver no que dá? Pois é, alguns times estiveram com esse dilema ao escalar seu titular durante a pré-temporada da NFL e chegaram a uma conclusão de que o momento é deixar a gurizada na reserva.
Na temporada 2012/13, a NFL viveu uma das maiores (e melhores) safras de QBs nos últimos anos. A liga teve nada mais do que seis calouros atuando como titulares, sendo cinco deles, começando desde a semana 1. Nomes como Andrew Luck, Russell Wilson, Colin Kaepernick, Robert Griffin III, Ryan Tannehill e Brandon Weeden apareceram para mostrar aos ‘dinossauros’ que ser quarterback não é só apenas lançar a bola e sim correr com ela.
Wilson e Kaepernick são considerados ‘os caras’ dessa nova geração, mas como todo jovem sedento por adrenalina, precisam saber controlar o cronômetro e aprenderem ler a defesa adversária para não levarem tantos sacks ou interceptações. É nessas horas que uma equipe precisa de um jogador do naipe de um Peyton Manning, Tom Brady, Aaron Rodgers e Drew Brees, pois eles leem as defesas e sabem quando não dá para fazer tal jogada, mudam de ideia em cima da hora. O único que “naufragou” naquela safra de 2012 foi Brandon Weeden. O QB foi escolhido pelo Cleveland Browns, mas não conseguiu bons desempenhos, acabou sendo dispensado e atualmente está no Dallas Cowboys.
Se há duas temporadas tivemos seis calouros, em 2014 apenas uma equipe irá começar a temporada regular com um rookie de titular: Oakland Raiders. O novato Derek Carr desbancou o experiente Matt Schaub na briga pelo posto de líder do ataque do time graças ao bom desempenho na vitória dos Raiders contra o Seahawks por 41 a 31, quando acertou 11 passes de 13 para 143 jardas e três touchdowns, atuação que, sem sombra de dúvidas, pesou muito para a decisão do treinador Dennis Allen.
E quanto aos demais calouros? Johnny Manziel (Cleveland Browns) teve boas atuações durante a pré-temporada, mas o técnico Mike Pettine optou pela experiência de Brian Hoyer. Segundo ele, Manziel é até talentoso, mas Hoyer (que teve passagens por Patriots, Steelers e Cardinals) está bem a frente do que ‘Johnny Football’.
Blake Bortles (Jacksonville Jaguars) e Teddy Bridgewater (Minnesota Vikings) também foram preteridos por quarterbacks mais velhos. Embora não ser tão bom tecnicamente, Chad Henne venceu a ‘queda de braço’ com Bortles nos Jaguars.
Já no caso dos Vikings foi até surpreendente a escolha de Matt Cassel como titular. Bridgewater é um dos jogadores mais inteligentes que saíram do draft de 2014, chegou a ser cotado em alguns momentos como uma das três primeiras escolhas e apesar de ser novato. É uma aposta da franquia e acabaria com aquela jogadinha manjada de toda temporada quando a bola é passada para Adrian Peterson e seja o que Deus quiser.
Por um lado, pode até ser conveniente segurar essa gurizada por alguns jogos ou mesmo por uma temporada, até mesmo para não queimá-los, principalmente quando atuam em equipes que estão em reconstrução, mas acredito que se o cara é realmente bom, que tenha conseguido bons números nos treinamentos e jogos de pré-temporada, por que não arriscar e bancar a escalação dos calouros? No mais, se esta safra será boa como aconteceu em 2012, só o tempo dirá, por que talento eles têm, mas por enquanto, o negócio é seguir o ditado do “manda quem pode mais e obedece quem tem juízo” e sem fazer ‘biquinho’ ou ‘birra’ no banco de reservas, pois no momento, o esporte requer homens e não meninos.