[PRÉVIA] Playoffs da NFL – NFC Wild Card: New Orleans Saints x Minnesota Vikings
Vingança à vista? Analisamos a partida de Wild Card da NFC entre New Orleans Saints e Minnesota Vikings
Neste domingo (5), o Mercedes-Benz Superdome recebe um jogo de dois ótimos times pelo Wild Card da NFC. O time da casa, New Orleans Saints, chega aos playoffs da NFL com um incrível recorde de 13-3, mesmo tendo acumulado lesões ao longo de sua campanha. Do outro lado, o Minnesota Vikings chega após um 10-6 muito consistente, mas marcado por duras derrotas contra adversários de peso.
Este jogo definitivamente não traz boas lembranças aos torcedores da Louisiana. No divisional round da temporada 2017, os Saints visitaram os Vikes e, mesmo sem pontuar no primeiro tempo, chegaram ao último lance do jogo com a vitória praticamente garantida.
À época, Case Keenum era o quarterback do Purple Rain, e, desesperado em busca de um receiver no último lance da partida, lançou uma bola na lateral do campo para Stefon Diggs. O WR fez a recepção e, quando virou, o safety Marcus Williams errou o tackle, deixando o campo livre para ele avançar mais de 60 jardas e fazer os milhares de fãs presentes no U.S. Bank Stadium explodirem em alegria. O Milagre de Minneápolis será lembrado por muitos anos ainda.
Desta vez, o jogo será na casa de Drew Brees, e o momento de cada equipe é bastante diferente. Os Saints são bem mais experientes, afirmando nomes como Michael Thomas, Alvin Kamara, Marshon Lattimore ao longo destes dois anos. Além disto, a experiência de Bress e de Sean Payton dão credibilidade a um time quase imbatível jogando em seus domínios na pós-temporada.
Do outro lado, Keenum foi substituído por Kirk Cousins, a defesa segue o alto nível daquela existente em 2017 e o time aprendeu a correr com a bola de forma bem consistente. Dalvin Cook, naquela partida, estava machucado, e, neste domingo, estará voltando de uma lesão dolorosa para aumentar as chances de Minnesota.
(Foto: Jamie Squire/Getty Images)
MINNESOTA VIKINGS
Vamos começar pelos visitantes, certo? Após garantir a seed #6 da NFC com uma semana de antecedência, os Vikings não se importaram muito com a derrota na última semana para o Chicago Bears. A campanha sólida da equipe contra adversários fora de sua divisão empolga o torcedor (10-2 quando enfrentou times que não estão na NFC North).
O grande nome da equipe, no ataque, é justamente Cook. O running back teve uma temporada formidável e é o grande responsável pelo sucesso da franquia ao longo do ano. Ao correr com consistência, o time por vezes deixou o quarterback lançar menos de 15 passes durante todo o jogo. Como o jogo por terra acaba sendo muito eficiente, o time abusa de situações de play action (quando o QB finge que entrega a bola para o corredor e tenta um passe). A partir disto, Adam Thielen e Diggs (ele mesmo!) têm a missão de encontrar espaços entre as coberturas ou simplesmente bater sua marcação individual para avançarem no campo.
O grande problema do ataque, para mim, é a falta de presença de seu QB em jogos grandes. Quando encarou defesas que o pressionaram demais, Kirk Cousins acabou se perdendo, como no jogo que decidiu o campeão do Norte contra os Packers, no qual seu ataque conseguiu apenas 7 first downs ao longo do duelo (segunda pior marca de qualquer equipe na temporada). Além de seu QB não ser confiável, os Vikings sofreram com lesões de Cook e Thielen durante o ano e, mesmo em campo, duvido que estes jogadores estejam 100% para a partida.
A defesa, por sua vez, é uma unidade impositiva. Com jogadores decisivos nas três unidades, consegue modificar uma partida em apenas um lance. Inclusive, vale citar a mesma partida contra os Packers, na qual conseguiu acumular vários turnovers, os quais poderiam ter sido mais bem aproveitados e dado a vitória à equipe. Vale destacar Danielle Hunter, um dos melhores pass rushers da NFL. O defensive end evolui a cada ano e pode ser um problema para a linha dos Saints.
Além de Hunter, os Vikes têm no grupo o safety que considero o mais inteligente da liga: Harrison Smith. Um dos jogadores defensivos mais subestimados da NFL, Smith consegue exercer qualquer função, desde coberturas ao fundo do campo até mesmo entrar em blitz para pressionar o quarterback e aplicar tackles para perda de jardas.
(Foto: Reprodução Twitter/Minnesota Vikings)
NEW ORLEANS SAINTS
Será que finalmente chegou a vez dos Saints? Após dois bons anos, a franquia precisa eliminar o hábito de perder para o inacreditável. Em 2017, o já citado “milagre” tirou o time e, em 2018, a arbitragem não viu a falta mais clara da história e causou a derrota para os Rams na final da NFC.
Se conseguir superar seus traumas, a equipe deve vencer os Vikes e avançar para viajar até a fria Green Bay e encarar os Packers. Com uma campanha 13-3, os Saints normalmente estariam com uma semana de bye week, mas este ano o número de vitórias foi mais elevado, forçando a equipe a disputar o wild card.
No ataque, obviamente podemos destacar Drew Brees. O quarterback não somente tem o recorde de touchdowns e jardas lançadas na história da NFL, mas também não demonstrou estar sofrendo com o passar do tempo. Perto de completar 40 anos, o produto de Purdue ainda é um dos melhores em atividade e deve ser um grande problema para qualquer defesa.
Mesmo um dos melhores da história não conseguiria fazer nada sem um time, e Brees está muito bem servido em sua unidade. Sua OL é uma das melhores protegendo o QB, e ele ainda pode contar com Kamara e Thomas. Mesmo que Kamara não tenha empilhado números incríveis, consegue correr contra qualquer defesa e deve ser muito utilizado para variar o jogo ofensivo da equipe. Thomas, por sua vez, recebeu mais passes em 2019 que qualquer WR da história em uma mesma temporada, isto já mostra o que o (pra mim) melhor jogador ofensivo (não QB) de 2019 é capaz de fazer.
Por fim, o ataque ainda pode contar com Jared Cook, tight end que cresceu muito de produção nos últimos jogos e Taysom Hill, jogador que atua literalmente em todas as posições do ataque (ainda não o vimos como OL, mas você duvidaria?), e tem produzido muito bem em todas elas. Mesmo enfrentando uma ótima defesa, este ataque deve causar estrago.
A defesa, por sua vez, é muito subestimada, pois conta com jogadores nem tão famosos, mas muito competentes. A começar pelo incrível Cameron Jordan, defensive end que pode bater qualquer tackle da liga. O jogador tem sido uma das armas defensivas mais confiáveis, empilhando sacks e sendo muito eficiente também contra as corridas.
Na secundária, Lattimore tem encarado Julio Jones e Mike Evans duas vezes por ano, sempre com muita competência. Inclusive, para mostrar a importância do cornerback, basta olhar a produção de Jones na vitória dos Falcons sobre os Saints, uma vez que a maioria de suas recepções e jardas vieram após a saída do produto de Ohio State por lesão.
A defesa, como um todo, é ótima contra o jogo corrido, e isto terá de ser provado contra uma das poucas equipes na liga que prefere correr a passar a bola. E, com isto, entramos na análise de matchups de nossa prévia.
(Foto: Wesley Hitt/Getty Images)
O JOGO
Separamos alguns enfrentamentos que devem ser decisivos nos duelo:
– Jogo Terrestre Vikes x Defesa Saints: A equipe de Minnesota terminou a temporada regular como a sexta melhor correndo com a bola, marca que seria ainda melhor se Cook tivesse permanecido saudável. Mesmo assim, conseguir alcançar 133,3 jardas por terra como média por partida, é um feito incrível que demonstra a importância de correr para os Vikings. Contudo, irá enfrentar a quarta melhor defesa pelo chão, que cede apenas pouco mais de 90 jardas por partida. O vencedor deste duelo deverá decidir quem terá mais a posse da bola, e acredito que, neste ponto, a vantagem é de New Orleans.
– Michael Thomas x secundária Vikings: Apesar da defesa de Minnesota ser realmente formidável, não parece haver na NFL uma pessoa capaz de marcar Thomas. O jogador tem desafiado todos os marcadores e os vencido, mesmo quando seu quarterback titular se machucou e passou a receber passes de Bridgewater. Com 149 recepções para 1.725 jardas e 9 TDs, ele é a maior ameaça de New Orleans. A defesa adversária conta com bons nomes entre seus defensive backs, mas tem sofrido mais do que deveria com tanto talento no elenco. Ao final da temporada regular, foram mais de 230 jardas por partida só pelo ar e este é outro matchup no qual vejo vantagem para os Saints.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
QUEM PODE DECIDIR
Dalvin Cook: Mesmo machucado, é o jogador capaz de soltar a zebra em New Orleans e fazer o Minnesota Vikings vencer este duelo. Em 14 jogos deste ano, conseguiu 1.135 jardas terrestres em 250 tentativas, liderando todos os RBs no quesito por boa parte do ano. Além disto, adicionou mais de 500 jardas em recepções, mostrando que é uma boa arma na hora de receber também.
Drew Brees: Ainda que tenha muito talento no grupo, Brees é o grande nome desta franquia toda vez que estiver em campo. O QB sofreu com uma lesão e passou boa parte da temporada lesionado, mas é capaz de modificar jogadas e acertar passes como poucos. Embora vá enfrentar uma defesa muito bem estruturada por Mike Zimmer, o quarterback dos Saints deve ser capaz de vencê-la e conduzir seu time à vitória.
SOBRE A PARTIDA
Dia: 05/01/2020
Horário: 15h05, horário de Brasília
Local: Mercedez-Benz Superdome, em Nova Orleans (Lousiana)
Transmissão para o Brasil: ESPN e Watch ESPN
PALPITE: New Orleans Saints
O momento de Michael Thomas é incrível. O WR parece impossível de ser marcado por apenas um defensor, o que força a marcação dobrada e abre espaços para outros jogadores. A experiência de dupla Sean Payton/Drew Brees deve pesar a favor, visto que já é vitoriosa há muito tempo. Na defesa, o jogo corrido é bem combativo e, na hora do passe, Jordan é um dos melhores apressando o QB, que terá de vencer o bom grupo de linebackers e Lattimore. Por tudo isto, acredito na vitória do New Orleans Saints, que, se confirmar, terá um difícil duelo contra os Packers fora de casa no divisional round.