[PRÉVIA] Playoffs da NFL: Los Angeles Chargers @ New England Patriots
Phillip Rivers e companhia têm a dura missão de tentar vencer Brady fora de casa
Chegamos finalmente ao final de semana mais legal do futebol americano: o round divisional dos playoffs da NFL. É aqui que o filho chora e a mãe não vê, quando os oito melhores times da liga se enfrentam para decidir quem vai à final de conferência para disputar uma vaga no Super Bowl. Saints, Rams, Cowboys, Eagles, Chiefs, Patriots, Chargers e Colts são os prestigiados deste ano.
Nesta prévia temos um dos melhores duelos de quarterback da rodada. De um lado o supercampeão, peso pesado, marido da Giselle Bundchen e GOAT: Tom Brady, pelo poderoso New England Patriots. Do outro lado temos o desafiante, 5 vitórias e 5 derrotas em playoffs, braço torto nos lançamentos precisos, bom de fazer filhos: Phillip Rivers, do Los Angeles Chargers. Para quem gosta de jogo aéreo, a partida promete. Na temporada regular, Brady foi o sétimo em jardas aéreas enquanto Rivers foi o oitavo.
Na tarde deste domingo (13), os Chargers vão a Foxborough, Massachusetts, para enfrentar Bill Belichick e seus comandados. Confira abaixo os destaques deste grande confronto.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
NEW ENGLAND PATRIOTS
O que dizer dos Patriots no round divisional dos playoffs? Podemos começar com o fato de que eles avançaram para a final de conferência em todos os anos desde 2010. Isso significa que nas últimas sete temporadas o time de Boston venceu todos os confrontos nesta fase divisional. É um domínio sem precedentes na história da liga, que começa e termina com quarterback (Brady) e técnico/general manager (Bill Belichick).
Mas não é só da dupla que vive a maior dinastia do futebol americano. É importante frisar que a defesa dos Patriots sempre cumpre um papel determinante nos títulos conquistados pela equipe. No ano passado, por exemplo, o time foi apenas o 31º colocado em DVOA (estatística avançada do site Football Outsiders), e essa deficiência apareceu no Super Bowl ao ceder 41 pontos para o Philadelphia Eagles de Nick Foles. Este ano, a equipe subiu para a 16ª colocação, mesma posição que ocupou em 2016 quando se sagrou campeão contra o Atlanta Falcons.
Essa melhora defensiva se deve muito à saúde do linebacker Dont’a Hightower – que ficou fora dos playoffs no ano passado – e à evolução do jogador de linha defensiva Trey Flowers, que deve dar muito trabalho à suspeita linha ofensiva dos Chargers, especialmente se alinhado contra o right tackle Sam Tevi, que teve muitas dificuldades durante o ano protegendo o quarterback em jogadas de passe. A boa defesa do coordenador Brian Flores ainda conta com os irmãos Devin e Jason McCourthy na secundária, além do cornerback calouro revelação, J.C. Jackson, que terminou o ano jogando muito bem.
Do lado ofensivo, apesar dos rumores de declínio de Brady, Edelman e Gronkowski, o time foi o 5º em DVOA e adicionou ao seu arsenal uma arma que edições anteriores dessa equipe não possuía: o jogo terrestre. Sony Michel, Rex Burkhead e James White ajudam a tirar a pressão do jogo aéreo e ajudam demais no domínio da posse de bola para os Patriots. White, especialmente, costuma crescer muito nessa fase da temporada – tanto correndo com a bola quanto recebendo passes – e é uma válvula de escape importante para a equipe.
(Foto: Mike Ehrmann/Getty Images)
LOS ANGELES CHARGERS
Os desafiantes à hegemonia patriota contam com talvez o melhor arsenal ofensivo da liga. Os skill players do ataque comandado por Rivers são “ridículos”, como diria Everaldo Marques. São eles: os pro bowlers Melvin Gordon e Keenan Allen, a ótima dupla de recebedores Mike e Tyrell Williams, o futuro hall da fama Antonio Gates, e o jovem fenômeno Hunter Henry – que se recupera de lesão sofrida na pré-temporada e pode jogar já neste domingo. No total, o time teve sete jogadores eleitos para o Pro Bowl, quatro no ataque (Rivers e o center Mike Pouncey completam o quadro), dois na defesa (Melvin Ingram e o calouro Derwin James) e um em special teams (Adrian Phillips).
Para comandar esse esquadrão estrelado os Chargers contam com o ótimo Anthony Lynn, um técnico em ascensão que ainda iremos ouvir falar bastante nos próximos anos. Desde que chegou à equipe, Lynn venceu 21 dos 32 jogos de temporada regular, sem contar a vitória contra o Baltimore Ravens na semana passada. Especialista no jogo terrestre (foi técnico dos running backs de diferentes franquias entre 2004 e 2014), o head coach de Los Angeles conseguiu extrair o melhor de ambos os lados da bola de sua equipe. Em 2018, os Chargers tiveram o 3º melhor DVOA no ataque e o 8º melhor na defesa.
A chave para os Chargers pode ser o kicker, Michael Badgley, que foi bem na semana passada ao converter cinco de seis chutes – um deles de 53 jardas. Famosa pelas decepções com os chutadores, a franquia de LA quer deixar para trás esse estigma, tanto que para isso resolveu assinar um segundo chutador, Nick Rose, apenas para chutar os kickoffs, especialidade do jogador e deficiência de Badgley, e assim conter os retornos do perigosíssimo retornador de New England, Cordarelle Patterson.
(Foto: Divulgação/Los Angeles Chargers)
QUEM PODE DECIDIR
Sony Michel – Saíamos um pouco do óbvio. É claro que Brady e Rivers terão muita influência no resultado da partida, mas eu acredito que o fiel da balança deva ser o jogo terrestre. Aqui incluo James White e Rex Burkhead pelos Patriots, que tiveram sucesso durante partes da temporada e passaram a ser uma das principais armas do time de Belichick. As baixas temperaturas – e possibilidade de nevar durante o jogo – devem compelir os times a tentar estabelecer o jogo terrestre e controlar a posse da bola.
Mike e Tyrell Williams – Eu havia escolhido Gordon, mas resolvi mudar de última hora após estudar bastante para esse confronto. Uma marca dos times de Bill Belichick é anular as principais armas ofensivas dos adversários. Ou seja, para vencer os Patriots seus jogadores “coadjuvantes” por assim dizer precisam se destacar e tomar conta do jogo. Isso significa que a dupla de Williams (que não são irmãos) vai precisar reproduzir algumas boas atuações que tiveram durante a temporada. Um pouco inconstantes – dada a natureza de recebedores número 2 e 3 da equipe – ambos possuem armas letais capazes de fazer as defesas sofrerem. Mike é o chamado recebedor de posse, que implica em jogadores altos e fortes capazes de buscar passes contestados com base na força e na envergadura. Já Tyrell é a famosa ameaça profunda, jogador de muita velocidade capaz de receber passes no fundo da defesa. Com tantas armas diferentes – e sabendo que Belichick vai tentar anular Gordon e Allen – a chave para os Chargers deve ser os matchups um-contra-um dos Williams contra a secundária dos Patriots, que jogou muito bem no mês de dezembro, especialmente o calouro Jackson.
PALPITE
Apostar contra os Patriots nesta rodada dos playoffs é desafiar a história. O time já provou que não perde em casa nos playoffs – a última vez que isso aconteceu foi em 2010 – e não deu nenhum motivo para desconfiarmos que a narrativa pode ser diferente desta vez. Porém, do outro lado da moeda está um time acostumado a jogar fora de casa: por conta da mudança de cidade, os Chargers não contam com uma forte torcida na área de Los Angeles, e acabam tendo de enfrentar gritos adversários em todos os jogos da temporada. Isso talvez explique o porquê o time foi tão bem jogando fora de casa no ano – contando com a vitória na rodada de wild card dos playoffs, os “bolts” venceram oito jogos e perderam apenas um longe de sua cidade.
Apesar disso – e da vontade forte deste redator de apostar em Phillip Rivers – o clima frio e hostil de Massachusetts aliado ao histórico dos Patriots me compele a ir na lógica e palpitar em um avanço de New England para mais uma final de conferência da AFC.
Palpite José: New England Patriots
Palpite The Playoffs: New England Patriots
AGENDA DA PARTIDA
Dia: 13/01/2019
Horário: 16h05, horário de Brasília
Local: Gillete Stadium, em Foxborough, Massachusetts
Transmissão para o Brasil: ESPN e Watch ESPN