[PRÉVIA] NFL Power Ranking 2018 The Playoffs: #2 Los Angeles Rams
Depois de um 2017 acima do esperado, os Rams chegam em 2018 com outro patamar e pensando em título
Depois de 14 anos longe dos playoffs e um ano depois da decepcionante temporada de reestreia em Los Angeles, os Rams montaram a maior reviravolta na história da NFL em 2017. Em uma temporada de recordes e prêmios individuais, Sean McVay liderou a equipe ao título divisional em uma temporada que se encerrou com uma derrota para os Falcons no primeiro jogo de playoffs em Los Angeles em 40 anos. Em sua segunda temporada, McVay conta com um sério influxo de talento em posições fundamentais e a expectativa de que esse ano pode ser o ano dos Rams.
Vale a pena lembrar que em 2017 o time conseguiu ser o primeiro time na história da liga a contar com o melhor jogador ofensivo (Todd Gurley) o melhor defensivo (Aaron Donald) e o melhor head coach (Sean McVay). Se 2016 Goff era considerado um “bust”, a primeira escolha do Draft daquele ano acabou a temporada seguinte indo ao seu primeiro Pro Bowl, e com uma sintonia incrível com seu técnico. O QB terá as armas ideias pra continuar evoluindo na liga e encostar no jogador que saiu uma escolha depois dele em 2016, Carson Wentz.
O momento da ascensão dos Rams veio no tempo ideal. Na divisão, o Seattle Seahawks foi da “Legion of Boom” à “Legion of Who?” perdendo todos os destaques da secundaria. O Arizona Cardinals entrou em uma séria decadência nos últimos dois anos, culminando na aposentadoria de Bruce Arians e Carson Palmer, forçando o time e entrar em modo de reformulação. E o San Francisco 49ers, com a chegada de Jimmy G promete ser a grande ameaça na divisão nos próximos anos, mas ainda parece estar um pouco distante de bater de frente com o time de Los Angeles. A rivalidade entre Shanahan e McVay deve ser explosiva, mas as carências do time adversário ainda os deixam longe de ser uma ameaça aos Rams.
O resultado é que algo menos que o título divisional será uma grande decepção para os Rams em 2018. Os grandes desafios virão nos playoffs. Um time que demonstrou com as aquisições na offseason que acredita que a conhecida “janela de Super Bowl” está aberta e deve forçar uma campanha boa nos playoffs, mas pra isso vai precisar evoluir em cima do que foi construído na temporada passada.
Talvez nenhum outro time na NFL conta com uma dupla tão dinâmica comandando o time como McVay e Wade Phillips, coordenador defensivo. O treinador mais jovem na história da liga já e considerado uma espécie de gênio ofensivo, lendo defesas para Goff na linha de scrimmage, fato que deu o que falar em 2017. McVay utiliza todo o tempo disponível de comunicação com seu QB para auxiliá-lo a ler as defesas. Com seus audibles extrovertidos como “Tupac” e “Ric Flair”, a comunicação até os últimos 15 segundos deve continuar em 2018, resta saber se os adversários apreenderam a contra-atacar o jovem gênio.
A grande mudança na parte ofensiva vem com a aquisição de Brandin Cooks, que entra na vaga de Sammy Watkins no corpo de recebedores. Watkins, que exerceu a função tática de esticar o campo e abrir espaço para seus companheiros, decepcionou como primeira opção de Jared Goff pros passes longos, nunca demonstrando sintonia com o jovem QB. Cooks e Goff parecem ter clicado instantaneamente durante o training camp. Se os vídeos dos TDs longos vazados nas últimas semanas forem alguma indicação de sucesso, Cooks pode ter um ano entre os wide receivers mais produtivos da liga em 2018. Duvide! Basta olhar o que McVay fez quando teve DeSean Jackson em Washington. O ex-Saints e Patriots deve fazer a mesma função de WR de alta velocidade e parece ser a arma que faltava ao melhor ataque da liga.
Com a renovação de Todd Gurley, os Rams (e jogadores de fantasy que draftam o RB) esperam que o camisa 30 repita as atuações do ano passado. Fazer de novo 2.000 jardas e 19 TDs vai ser difícil, mas o ex-calouro do ano e atual melhor jogador ofensivo da liga continua como a principal figura ofensiva da equipe e tenta se isolar como melhor jogador da sua posição.
A defesa é o setor em que o time mudou drasticamente. Em 2017, Philips implementou sua defesa 3-4 em vez da 4-3 adotada por Greg Wiliams nos últimos anos. O resultado, como era de se esperar em um ano de transição, foi um pouco inconsistente, com uma linha que pressionava muito bem e uma secundaria com fome de turnovers. Algumas peças que não se encaixavam bem no sistema prejudicaram a defesa terrestre, e foram despachadas antes dessa temporada.
A grande deficiência na linha era na posição de NT. Para isso, Ndamukong Suh veio para a vaga que não tinha um titular cativo. Há uma certa dúvida se Suh vai encaixar bem em um sistema em que ele pouco jogou durante sua carreira, a mesma dúvida que rodeava Aaron Donald no ano passado. O resultado? Melhor jogador defensivo da temporada. Uma linha que conta com Donald, Suh, e Michael Brockers tem o potencial para dominar qual quer OL na NFL.
A secundária também recebeu um baita upgrade, com a nova dupla de CBs Marcus Peters e Talib. Os dois, que são os líderes de INTs desde que entraram na liga, devem se aproveitar muito da pressão criada pela DL. São personalidades fortes, porém jogadores de muito talento. A confiança de sucesso passa diretamente sobre a experiencia e qualidade de uma das melhores mentes defensivas da NFL, Wade Phillips, que nas palavras de Sean McVay, “tem mais swag que todos os jogadores dos Rams”.
(Fotos: Reprodução Twitter/Los Angeles Rams; divulgação NFL)
Principais chegadas: Brandin Cooks WR, Ndamukong Suh DT, Marcus Peters CB e Aquib Talib CB
Principais saídas: Robert Quinn EDGE, Alec Ogletree ILB, Trumaine Johnson CB
Ponto mais forte: linha defensiva. Com a aquisição de Suh, os Rams montaram um grupo que pode se transformar na melhor linha defensiva na história da liga. Com Donald e Suh alinhados lado a lado, OLs serão forcadas a dedicar 4 ou até 5 jogadores para segurar os demolidores de Los Angeles. Com dois monstros que forçam cobertura dupla e mesmo assim conseguem desabar pockets e plugar espaços para RBs com frequência, coordenadores ofensivos terão a opção de dobrar ou triplicar a marcação em cima de Donald e Suh, ou confiar que seus bloqueadores conseguirão segurar ambos sozinhos, coisa que raramente aconteceu durante suas carreiras. Com essa marcação especial, Michael Brockers ficará livre com bloqueio mano a mano durante grande parte dos jogos. Brockers, pouco badalado, porém vem da melhor temporada de sua carreira. Se adaptando a uma nova função como DE no esquema 3-4 de Phillips, era comum ver Donald por um lado e Brockers do outro fechando espaço para QBs. Acredito que Brockers se aproveitará muito bem com a aquisição de Suh e terá um ano ainda melhor em 2018.
Quer aumentar o pesadelo? Qual será a reação de OLs e esquemas de bloqueio quando os três trocarem de posição diante da linha de scrimmage? Algo que irá acontecer com a polivalência dos três. Quem também irá se beneficiar é o grupo de linebackers. No esquema de Phillips, um dos quatro LBs sempre entra como rusher. A diferença pro 4-3 é que não fica claro por onde o quarto rusher irá atacar, confundindo OLs ainda mais quando o quinto homem vem no blitz. Com Matt Longacre (liderou os Rams em sacks durante o início da temporada passada), Samson Ebukhan e Ogbonnia Okoronkwo, os Rams têm um grupo de jovens talentosos LBs com qualidade de chegar no QB, ainda mais quando atacam livre de marcação. Porém quem vai se aproveitar mais serão as integrantes da secundária. Com tanta pressão, os QBs vão apanhar durante o jogo com frequência. Com ou sem sack, alguns vão sentir a pressão e lançar passes precipitados. O resultado serão passes pato mortos, fora do alvo e erros de leitura na secundária. Com Talib e Peters se impondo fisicamente na marcação mano a mano, Robey-Coleman, Joyner e Johnson livres na marcação zona e nickel, aguardem muitas INTs dos Rams este ano – e algumas retornadas para TDs. Minha expectativa é que o time termina o ano como líder de turnovers da NFL.
Ponto mais fraco: linebackers e linha ofensiva – porém tudo não é perfeito na terra de Hollywood. Há sérias dúvidas sobre o grupo de LBs que perdeu dois líderes em Ogletree e Barwin e hoje não conta com nenhum grande nome. Outro problema é a OL, que ano passado foi a única que manteve todos os titulares saudáveis durante toda a temporada, porém a idade e a condição física de alguns jogadores preocupa. Não é à toa que o time foi de OL com as duas primeiras escolhas no Draft. A confiança que o time pode superar essas deficiências passa direto pela qualidade dos coordenadores: Aaron Kromer tem se destacado trabalhando com talentos na OL; Wade Phillips sabe montar uma defesa com LBs sem muito destaque melhor que qual quer outra mente na NFL.
Calouro para ficar de olho: Ogbonnia Okoronkwo (linebacker) – jogador que veio do Oklahoma Sooners com a escolha de quinto round e tem tudo para conquistar uma posição no time. Samson Ebukhan e Matt Longacre são os titulares pra começar o ano, porém o “pesadelo nigeriano” tem o talento físico para cavar uma vaga nesse time. Com 17 sacks em dois anos, Okoronkwo é um pass rusher natural pro esquema de Phillips. Em nível técnico ele ainda é um pouco cru, mas terá em Phillips o professor ideal para ajudar a desenvolver sua técnica e se transformar em um pass rusher de alto nível na NFL. Com a atenção que deve ser dada ao trio na linha defensiva, os Rams têm o esquema perfeito para que um jogador pelas pontas se destaque. Okoronkwo quebrou o pé durante o training camp e foi operado, algo que deve retardar sua integração ao time. Menção honrosa para Micah Kiser, ILB de Virginia, outro que deve encaixar no esquema de Phillips, e pode ser um trunfo dos Rams contra o jogo terrestre.
Head coach: Sean McVay (desde 2017) – histórico: 11-5. Entrando para o seu segundo ano sobre o comando dos Rams, Sean McVay foi eleito melhor HC da temporada de 2017. O treinador mais jovem na história da NFL terminou sua primeira temporada com um recorde de 11 vitorias e 5 derrotas, porem perdeu a única partida de playoffs que disputou.
Campanha em 2017: 11-5, campeão de NFC West. Nos playoffs acabou eliminado em casa para o Atlanta Falcons pelo placar 26-13 em um jogo que demonstrou toda inexperiência da equipe. Os erros nas jogadas de special teams custaram caro. Com dois punts entregues de volta ao adversário, o nervosismo do time acabou sendo fator importante na derrota.
Projeção para 2018: 13-3
Brigam por: título da NFC e uma chance de representar a conferência no Super Bowl
TABELA 2018
Semana 1: Raiders (Fora)
Semana 2: Cardinals (Casa)
Semana 3: Chargers (Casa)
Semana 4: Vikings (Casa)
Semana 5: Seahawks (Fora)
Semana 6: Broncos (Fora)
Semana 7: 49ers (Fora)
Semana 8: Packers (Casa)
Semana 9: Saints (Fora)
Semana 10: Seahawks (Casa)
Semana 11: Chiefs (casa – México)
Semana 12: bye week
Semana 13: Lions (Fora)
Semana 14: Bears (Fora)
Semana 15: Eagles (Casa)
Semana 16: Cardinals (Fora)
Semana 17: 49ers (Casa)
POWER RANKING THE PLAYOFFS
Los Angeles Rams: posição 2
Melhor nota: 10 / Pior nota: 9
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, Luis Felipe Saccini e Ricardo Pilat. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.
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Texto de Raphael Fraga – USA na Rede