[PRÉVIA NFL] A Divisão Leste da AFC em 2017
Patriots seguem com amplo favoritismo na divisão; enquanto rivais têm pretensões menos ambiciosas
Desde quando Tom Brady assumiu a titularidade do New England Patriots, no meio da temporada de 2001 da NFL, os Pats conquistaram a Divisão Leste da AFC em impressionantes 14 oportunidades (só perdeu em 2002 para o New York Jets e em 2008, temporada em que Brady se lesionou na Semana 1, para o Miami Dolphins). E parece que em 2017 a coisa não será diferente, dada a fragilidade dos três adversários de divisão da franquia de Foxborough.
Campeões do Super Bowl LI após virada inacreditável contra o Atlanta Falcons, os Patriots vêm para essa temporada com a mesma força que faz a dupla Brady/Belichick dominar sua divisão (e por que não a própria liga?) nos últimos 16 anos, mesmo com as doídas lesões de Julian Edelman e Cyrus Jones na pré-temporada.
Já o mesmo não pode se dizer de seus rivais. Presente na pós-temporada em 2016, o Miami Dolphins sofreu um duro golpe com a lesão de seu quarterback titular, Ryan Tannehill, e terá em Jay Cutler, que já estava aposentado após deixar o Chicago Bears, o homem que comandará seu ataque. Já Buffalo Bills e New York Jets, de campanhas ruins ano passado, estão ainda mais enfraquecidos.
BUFFALO BILLS
A “Era Rex Ryan” em Buffalo acabou ao fim da última temporada sem deixar muitas saudades aos sofridos torcedores do leste do estado de Nova Iorque e Sean McDermott, que por cinco anos coordenou a defesa do Carolina Panthers, é o novo dono de uma ingrata missão: tirar dos Bills o posto de franquia há mais tempo sem participar dos playoffs (a última aparição da equipe na pós-temporada foi em 1999).
E essa missão será complicadíssima. As trocas do dia 11 de agosto que trouxeram o cornebackk E.J Gaines (ex-Rams) e o wide receiver Jordan Matthews (ex-Eagles) a Buffalo selaram as saídas de Sammy Watkins e Ronald Darby da franquia. Matthews, aliás, chegou lesionado ao time e é dúvida para a estreia do time, dia 10, contra o New York Jets.
Outras perdas sentidas foram a do cornerback Stephon Gilmore e a do running back Mike Gillislee, que foram para o rival New England Patriots, alem dos wide receivers Robert Woods, que foi para o Los Angeles Rams, e Marquise Goodwin, que agora faz parte do San Francisco 49ers.
Para o ataque, Tyrod Taylor é dúvida para a partida de estreia após sofrer uma concussão na semana 3 da pré-temporada, mas deve ser o titular. Além de Matthews, o camisa 5 contará com alvos como Corey Brown, ex-Carolina Panthers, Andre Holmes, ex-Oakland Raiders e Zay Jones, draftado na segunda rodada deste ano.
A secundária espera que Tre’Davious White, escolha de primeira rodada no Draft, seja o cornerback que dê a profundidade necessária ao setor.
Campanha em 2016: 7 vitórias, 9 derrotas – terceiro da AFC East
Previsão para 2017: 5 vitórias, 11 derrotas
Briga por: boa posição no Draft 2018
Principais chegadas: Jordan Matthews (wide receiver), E. J. Gaines (cornerback) e Steven Hauschka (kicker)
Principais saídas: Sammy Watkins (wide receiver), Stephon Gilmore (cornerback), Ronald Darby (corneback), e Robert Woods (wide receiver)
Primeira escolha no último Draft: Tre’Davious White (cornerback – LSU)
Principal jogador ofensivo: Tyrod Taylor (quarterback)
Principal jogador defensivo: Kyle Williams (defensive tackle)
Head coach: Sean McDermott
Foto: Reprodução / Facebook Buffalo Bills
MIAMI DOLPHINS
Em 2016, Miami voltou aos playoffs após oito anos (foi derrotado pelo Pittsbugh Steelers na rodada de Wild Card) e tinha boas expectativas para 2017 até uma péssima notícia cair como uma bomba no sul da Flórida: a lesão no ligamento cruzado anterior do joelho de Ryan Tannehill, que tirou o titular da equipe desde 2011 de toda a temporada.
Para seu lugar, os Dolphins tiraram Jay Cutler da aposentadoria. Cutler sabe que a chance dada por Adam Gase em Miami será a última de sua carreira. Gase aliás trabalhou com o QB no Chicago Bears na temporada de 2015, com sucesso entre a dupla.
Se Cutler é visto com desconfiança, o principal recebedor dos Dolphins é visto com cada vez mais respeito pela torcida. Contemporâneo de Odell Beckham Jr. em LSU, Jarvis Landry tem predicados tão bons quanto seu ex-companheiro para se manter como um dos principais receivers da NFL. No jogo corrido, Jay Ajayi chega com moral para tentar fazer mais um bom ano.
A defesa foi o setor que sofreu mais perdas. Quatro vezes Pro Bowler, Mario Williams foi cortado. Earl Mitchell, Dion Jordan e Jelani Jenkins também deram adeus a Miami. Por tudo isso, a chegada de Charles Harris, draftado na primeira rodada deste ano, além da chegada do linebacker Lawrence Timmons (ex-Steelers) e a manutenção de Kiko Alonso merecem atenção especial para Gase, que precisam de uma defesa entrosada para novamente jogar em janeiro.
Campanha em 2016: 10 vitórias, 6 derrotas – segundo na AFC East, derrotado pelo Pittsburgh Steelers na rodada de Wild Card
Previsão para 2017: 8 vitórias, 8 derrotas
Briga por: vaga de Wild Card
Principais chegadas: Jay Cutler (quarterback), Lawrence Timmons (outside linebacker)
Principais saídas: Earl Mitchell (defensive tackle), Mario Williams (defensive end), Dion Jordan (defensive end) e Jelaini Jenkins (outside linebacker)
Primeira escolha no Draft: Charles Harris (defensive end, Missouri)
Principal jogador ofensivo: Jarvis Landry (wide receiver)
Principal jogador defensivo: Ndamukong Suh (defensive tackle)
Head coach: Adam Gase
Foto: Reprodução vídeo
NEW ENGLAND PATRIOTS
Julian Edelman se machucou e está fora da temporada. Se a lesão do principal recebedor seria um problemaço para todas as outras 31 franquias da NFL, Bill Belichick consegue encontrar oportunidades. E Danny Amendola, Chris Hogan, Rob Gronkowski e cia. terão Tom Brady (como sempre) em ótima forma para fazer o ataque dos Pats fluir mesmo sem seu principal alvo. Veio ainda Brandin Cooks, do New Orleans Saints, deixando o corpo de recebedores ainda melhor.
No jogo corrido, Mike Gillislee veio do rival Buffalo Bills, Rex Burkhead, do Cincinnati Bengals, e dividirão o posto com alguns nomes como Brandon Bolden e James White, o herói improvável do Super Bowl LI.
Falando em heróis improváveis, Malcolm Butler, o homem da interceptação milagrosa no Super Bowl XLIX, recebe companhia de outro jogador vindo de Buffalo: Stephon Gilmore, cornerback que foi ao Pro Bowl na última temporada. A secundária, porém, perdeu Cyrus Jones na última semana da pré-temporada.
A linha defensiva, que perdeu jogadores como Alan Branch e Chris Long, merece atenção redobrada de Belichick. Para o setor, a principal chegada foi de Lawrence Guy, vindo do Baltimore Ravens.
Campanha em 2016: 14 vitórias, 2 derrotas – campeão do Super Bowl LI
Previsão para 2017: 15 vitórias, 1 derrota
Briga por: título do Super Bowl
Principais chegadas: Brandin Cooks (wide receiver) Stephon Gilmore (cornerback), Mike Gillislee (running back) Rex Burkhead (running back)
Principais saídas: Martellus Bennett (tight end), LeGarrette Blount (running back), Chris Long (defensive end)
Primeira escolha no último Draft: Derek Rivers (linebackers, Youngstown State)
Principal jogador ofensivo: Tom Brady (quarterback)
Principal jogador defensivo: Malcolm Butler (cornerback)
Head coach: Bill Belichick
Foto: Billie Weiss/Getty Images
NEW YORK JETS
O torcedor dos Jets acompanhará a temporada 2017 de maneira sádica. O facão passou pesado em Florham Park após a temporada ruim de 2016 (cinco vitórias e 11 derrotas. Poucos sobraram para contar a história: desde o ataque, em que os recebedores Eric Decker e Brandon Marshall foram cortados, a linha ofensiva, em que Nick Mangold foi cortado, passando pela secundária, onde o ídolo Darrelle Revis saiu, chegando à elogiadíssima linha defensiva da equipe, onde Sheldon Richardson deu adeus e finalizando com a saída de David Harris, linebacker símbolo da última era de ouro da franquia, no início desta década.
Com tantas saídas, é até difícil ver algo bom em um cenário de terra arrasada. O quarterback Josh McCown terá a missão de levar um ataque capenga e que até a última sexta-feira não tinha um recebedor primeira linha. Envolvido na troca que tirou Richardson dos Jets, Jermaine Kearse chega vindo do Seattle Seahawks para tentar ser esse alvo. No jogo corrido, o veterano Matt Forte deverá ser cada vez mais substituído por Bilal Powell, de alguns lampejos em 2016.
A secundária dos Jets traz as duas primeiras escolhas da franquia no último Draft: os safeties Jamal Adams e Marcus Maye. Já a linha defensiva segue sendo o setor mais forte da franquia mesmo com a saída de Richardson. Muhammad Wilkerson e Leonard Williams só terão que se preocupar com o fato de entrarem demais em campo, pois, com um ataque tão fraco, o cansaço será iminente.
Todos esses cortes evidenciam um objetivo bem claro para o lado verde de NY: a primeira escolha do Draft de 2018, ano em que o único título de Super Bowl dos Jets completa 50 anos.
Campanha em 2016: 5 vitórias, 11 derrotas – quarto da AFC East
Previsão para 2017: 1 vitória, 15 derrotas
Briga por: primeira escolha do Draft 2018
Principais chegadas: Josh McCown (quarterback), Jermaine Kearse (wide receiver), Demario Davis (linebacker)
Prinipais saídas: Ryan Fitzpatrick (quarterback), Brandon Marshall (wide receiver), Eric Decker (wide receiver), Darrelle Revis (cornerback), Nick Mangold (center), Sheldon Richardson (defensive tackle), Calvin Pryor (safety) e David Harris (linebacker).
Primeira escolha no último Draft: Jamal Adams (cornerback, LSU)
Principal jogador ofensivo: Jermaine Kearse (wide receiver)
Principal jogador defensivo: Muhammad Wilkerson (defensive end)
Head coach: Todd Bowles
Foto: Reprodução Twitter/New York Jets
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