PRÉVIA NFL 2020: #29 New York Giants
Sem a presença de Eli Manning e um novo corpo técnico no lado azul de Nova York na busca por um time mais competitivo
Ultimamente, quando se fala de Nova York nos esportes americanos, temos muitos problemas, frustrações e alguns anos de sofrimento e temporadas fracassadas dos times da Big Apple. E o New York Giants não fica atrás quando se trata deste dilema, desde que conquistou o Super Bowl XLI, em fevereiro de 2012, vivendo uma uma instabilidade do corpo técnico e decisões ruins vindas do front office.
Agora, os Giants entram na temporada de 2020 da NFL em uma nova era, que sua torcida espera que traga bons frutos. Após 16 anos com Eli Manning como o principal nome do time, o quarterback decidiu se aposentar depois de perder a posição de titular para Daniel Jones em 2019, que se mostrou o novo escolhido para liderar o time ao seu quinto Lombardi Trophy.
E o jovem DJ terá agora o desafio de evoluir em seu segundo ano na liga com o head coach recém-chegado, Joe Judge, que assume pela primeira vez o cargo principal de um treinador na NFL como uma aposta para mudar o patamar do time dos últimos anos. De ser um figurante e lutar por escolhas altas nos Drafts para voltar a ser uma organização competitiva e que ao menos lute por uma vaga nos playoffs, já que o protagonismo ainda parece bem distante da realidade do Big Blue.
Junto com Judge, chegam para comandar o time Jason Garrett – demitido do Dallas Cowboys após mais uma temporada abaixo do esperado no rival da NFC East. Ele assume o cargo de coordenador ofensivo para contribuir com o desenvolvimento do jovem ataque com Daniel Jones, Saquon Barkley, Sterling Shepard, Darius Slayton, Evam Engram, Will Hernandez e bons reforços vindos do Draft deste ano como Andrew Thomas, Matt Peart e Shane Lemieux.
Já na unidade que causa mais sofrimento para o torcedor da franquia, Patrick Graham assume como coordenador defensivo e head coach assistente após um ano no mesmo cargo com o Miami Dolphins. Essa é a segunda passagem de Graham com os Giants, após ser treinador de linha defensiva em 2016, e o desafio dele para esta temporada é dos grandes, já que o time sofreu muito em 2019 em pressionar o quarterback adversário. O grupo de linebackers teve problemas em diversos jogos, só que é a secundária que é o ponto que realmente carrega o maior peso da condição ruim da unidade.
E isso ficou ainda pior depois que Deandre Baker foi preso e está sendo processado por quatro acusações de roubo utilizando uma arma de fogo em uma ocorrência durante a offseason, e foi colocado na lista de suspensão preventiva do comissionário enquanto aguarda julgamento – ainda pode pegar uma sentença mínima obrigatória de 10 anos e até a prisão perpétua na justiça. Um jogador que foi de vencedor do Jim Thorpe Award (prêmio dado ao melhor defensive back universitário) em Georgia e escolha de primeira rodada do Draft do ano passado, para alguém que pode ter jogado sua carreira no lixo.
Outro que também foi cortado do New York Giants por fazer besteiras foi o kicker Aldrick Rosas, que foi preso após causar um grave acidente de carro e fugir do local. E para substituí-lo chegou o veterano Chandler Catanzaro, que permanece em NY após ter jogado nos Jets recentemente.
Quando falamos de recrutamento, após tantas críticas, finalmente se pode dizer que o general manager Dave Gettleman teve um Draft sólido e que reforçou praticamente todas as necessidades dos Giants. Conseguiu o left tackle tão necessário para o time em uma classe com grandes talentos para posição na escolha de Andrew Thomas, que deve repetir em New York o trabalho que fez em Georgia. Ainda mais depois que o LT titular, Nate Solder, optou por não participar desta temporada devido à pandemia de COVID-19.
Na segunda rodada, Gettleman conseguiu um baita steal com o safety ex-Alabama Xavier McKinney, que chega para cobrir o fundo do campo com Jabrill Peppers. Fora outros nomes como os OLs Matt Peart e Shane Lemieux, e bons nomes para o corpo de DBs e LBs.
Na free agency o time teve alguns questionamentos ao trazer a preço de ouro o DB James Bradberry, apostar no contestado linebacker LB Blake Martinez e contratar um novo reserva para Jones em Colt McCoy. O time ainda conseguiu que Leonard Williams aceitasse a franchise tag e colocaram a opção de quinto ano do contrato de calouro em Engram e Peppers.
Em suma, a equipe do New York Giants não briga pelo protagonismo nem da própria divisão, ainda mais com uma tabela considerada desafiadora. A esperança é que o trabalho que será desenvolvido por Joe Judge colha frutos para o ainda não assumido rebuild da franquia, que vem nesse processo transitório há alguns tempo.
(Foto: Reprodução Twitter/New York Giants)
Principais chegadas: O desempenho do front office na free agency não foi dos melhores. Chegaram com algum destaque o DB James Bradberry, o OT Cameron Fleming e o LB Blake Martinez, mesmo o primeiro vindo muito caro e os dois últimos sendo muito contestados.
Os defensores vêm para suprir carências urgentes na unidade agora comandada pelo novo coordenador Patrick Graham. Já Fleming vem para a rotação da OL e pode ser utilizado como right tackle já que Andrew Thomas deve começar protegendo o blind side no início da temporada e Matt Peart ainda deverá ser moldado ao nível profissional para assumir a função mais pra frente.
Principais saídas: Assim como nas chegadas, poucos jogadores de real importância saíram do New York Giants da última temporada para cá. Os principais nomes são do corpo de linebackers, em que Alec Ogletree e Kareem Martin deixam de fazer parte do elenco depois de pouco mostrarem em 2019.
Outro nome que deve ser sentido este ano em campo, mas não dentro do vestiário, é o do cornerback Janoris Jenkins. Ele foi dispensado em dezembro, mas com a situação dos DBs em NY sendo precária, ainda deve ser uma ausência que será sentida.
OBS: DeAndre Baker ainda não saiu, mas depois da sua provável condenação por roubo com arma de fogo e entrar na lista do comissionário, dificilmente o cornerback permanecerá no Big Blue após ter sido escolhido na primeira rodada do Draft do ano passado.
Ponto forte: É difícil falar de um ponto forte numa franquia que não tem tido o melhor dos desempenhos em campo. Contudo, não posso deixar de destacar que os playmakers do ataque podem ser o diferencial na balança para qualquer coisa que a equipe almeje.
Se a linha ofensiva funcionar e Daniel Jones conseguir se livrar dos turnovers, terá à disposição armas como Saquon Barkley, Golden Tate, Sterling Shepard, Darius Slayton, Evam Engram e companhia, para distribuir bem a bola como a válvula de escape que a franquia precisa para evoluir e deixar de ser coadjuvante na NFC East.
Ponto fraco: Se tem algo que tem sido uma dor de cabeça no New York Giants há algum tempo é a sua defesa. A unidade consegue ser uma das piores da liga, principalmente depois da sua mudança para o esquema 3-4, com problemas para pressionar o quarterback e uma secundária que não consegue marcar os adversários de uma forma contundente.
A meta em 2020 é que a equipe consiga evoluir a unidade com a adição de novos linebackers, tanto via free agency como via Draft, melhorar a secundária com as peças que vieram da mesma forma, e ter um pass rush mais contundente, ainda mais com Leonard Williams assinando sua franchise tag e com Markus Golden permanecendo mais um ano depois de assinar sua tender de agente livre restrito.
Calouro para ficar de olho: Será que os Giants finalmente perceberam a importância de uma boa linha ofensiva e escolheram o seu left tackle ideal no Draft deste ano? Com Andrew Thomas, todos os problemas da OL não estarão resolvidos, mas com toda certeza foi uma escolha acertada, mesmo que inicialmente a ideal era colocá-lo do lado direito para se adaptar ao nível profissional, mas a opção de Nate Solder de não jogar em 2020 acelerou esse processo.
Thomas é um OT que joga em um estilo que combina força com uma excelente atuação no jogo corrido. Se destaca muito nos bloqueios angulares e sabe usar bem as mãos quando precisa proteger o lado cego do seu under center. E já que New York segue querendo ter um DNA terrestre e de força nas trincheiras, centrando o ataque no talento de Saquon Barkley, mas não pode deixar de proteger Daniel Jones contra o pass rush e os turnovers, foram dois coelhos com uma cajadada só.
Campanha em 2019: 4-12
Projeção para 2020: 6-10
Técnico: Joe Judge (desde 2020) – histórico na NFL: primeiro trabalho como head coach
Briga por: Escolha alta no Draft de 2021
TABELA 2020
Semana 1: Steelers (casa)
Semana 2: Bears (fora)
Semana 3: 49ers (casa)
Semana 4: Rams (fora)
Semana 5: Cowboys (fora)
Semana 6: Washington (casa)
Semana 7: Eagles (fora)
Semana 8: Buccaneers (casa)
Semana 9: Washington (fora)
Semana 10: Eagles (casa)
Semana 11: Bye week
Semana 12: Bengals (fora)
Semana 13: Seahawks (fora)
Semana 14: Cardinals (casa)
Semana 15: Browns (casa)
Semana 16: Ravens (fora)
Semana 17: Cowboys (casa)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2020
New York Giants: posição 29
Melhor nota: 6 / Pior nota: 6
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.