PRÉVIA NFL 2019: #31 Miami Dolphins
Franquia do sul da Flórida busca, nesta temporada, seus pilares para uma reconstrução firme e eficaz
Na segunda prévia da temporada 2019-20 da NFL, chegou a hora de falarmos do Miami Dolphins. É claro que a palavra “tanking” é pesada, mas, é difícil falar sobre o que a franquia do sul da Flórida vem fazendo sem pensar nisso. Desde o head coach, até o quarterback, tudo é novo no time para esta temporada e, ao menos pelo que parece, todos estão dispostos a dar um passo atrás para colher os frutos mais adiante.
Se no começo da última temporada o torcedor dos Dolphins tinha alguma esperança de bons resultados (alimentada por três vitórias nas três primeiras semanas), nesta, há uma certeza: a equipe terá poucas vitórias. Após sete temporadas de Ryan Tannehill no comando do ataque, com 42 vitórias e 46 derrotas em temporada regular, a franquia parece ter se cansado de ficar no meio da tabela e trocou o QB, que foi para o Tennessee Titans. Com ele, saiu também Adam Gase, que logo depois assumiu o cargo no New York Jets.
Para o comando técnico, chegou Brian Flores. Coach dos linebackers e responsável pelas chamadas das jogadas defensivas do New England Patriots na última temporada (atuando, basicamente, como coordenador defensivo), Flores tem como grande marca em sua carreira a atuação da equipe de Boston no último Super Bowl, quando limitou o poderoso ataque do Los Angeles Rams a apenas três pontos. Isso o credenciou na liga e a chegada dele nos Dolphins mudou a mentalidade do time.
Com isso, saindo da água para o vinho, a franquia mostra que não quer mais temporadas de 7 a 9 vitórias, que não te credenciam nem como candidato ao título tampouco a uma boa escolha de Draft – com sorte, você pegaria playoffs. O front office mostra que não se importa em ter que ver uma ou duas temporadas de um time que vai conquistar 3 ou 5 vitórias, tendo em vista sempre o trabalho a longo prazo e as conquistas adiante.
Isso se mostra também pelas escolhas de Draft que a franquia acumulou para a próxima temporada: 10 até agora. Além disso, a equipe se livrou dos seus contratos mais altos, de atletas já veteranos, o que significa um bom cap space para assinar com free agents após essa temporada. Reshad Jones, experiente e bom safety da equipe, é um dos únicos atletas veteranos com salário alto que permaneceu na franquia.
Principais chegadas: o QB Ryan Fitzpatrick chegou para o comando do ataque da equipe. Conhecido por ter alguns momentos de “Fitzmagic” e outros, mais frequentes, de “Fitztragic”, percebe-se neste movimento que o front office buscou um líder e alguém que tenha boa influência no vestiário – mas, não necessariamente alguém que trará vitórias.
Ao lado dele, na noite do Draft os Dolphins trouxeram Josh Rosen. Vindo de UCLA, Rosen foi a 10ª escolha do Draft de 2018, mas, não conseguiu ter uma temporada consistente num Arizona Cardinals que teve dificuldades em todos os lados do campo. A aposta custou uma escolha de segunda rodada para a franquia de Miami, um preço aparentemente justo para uma aposta que a equipe faz.
Competindo pela titularidade na posição, Rosen parece ainda não ter provado sua habilidade ao corpo técnico da equipe – tanto que Fitzpatrick vem sendo colocado como o QB1 da franquia. O ex-UCLA sabe que esta segunda chance, mesmo que em condições parecidas com as que teve em seu primeiro ano, pode ser sua última oportunidade na liga. Mas, mesmo que vá muito bem, não espere que a equipe saia do topo do Draft.
Além dele, o cornerback Eric Rowe é outra chegada que merece ser destacada, colocando uma maior competição pela posição. Obviamente, Xavien Howard é indiscutível por ali, sendo um dos principais CBs na NFL, mas, do outro lado, ainda não há nada muito certo. Rowe deve brigar com Bobby McCain por mais snaps durante a temporada.
Principais saídas: Ryan Tannehill é, provavelmente, a principal saída da temporada – mas, talvez, não seja a que a torcida mais sentiu. O QB foi para o Tennessee Titans e deve ser um incômodo backup para Marcus Mariota.
Quem realmente fará falta ao torcedor da franquia será Cameron Wake. Um dos atletas mais físicos e intensos em campo, Wake era um dos maiores ídolos do elenco. Mas, na estratégia do time de não manter contratos pesados, não havia mais espaço para o defensive end.
O experiente running back Frank Gore, que foi fundamental em diversas vitórias da equipe na temporada passada, o wide receiver Danny Amendola e o DE Robert Quinn são outros exemplos de bons atletas que não fazem mais parte do elenco.
Ponto forte: num período de reconstrução, são poucos pontos que podem realmente chamar a atenção positivamente. Porém, a equipe tem jovens estrelas que podem ser as pedras fundamentais para a reconstrução da equipe.
No ataque, além de um corpo de wide receivers consistente com Kenny Stills, DeVante Parker e Albert Wilson, o time vê em Kenyan Drake um atleta que pode seguir sua evolução como running back e também como ameaça na recepção de passes. Ao lado de Kalen Ballage, são os mais promissores da unidade.
Mas, é na defesa que o time tem seus principais pilares. O cornerback Xavien Howard acabou de ter seu contrato renovado por cinco temporadas e cerca de US$ 75 milhões. Nomeado para o Pro Bowl, Howard liderou a liga na última temporada com sete interceptações e deve continuar sendo a grande força da equipe. Os jovens Minkah Fitzpatrick (safety) e Jerome Baker (linebacker) também podem ser atletas que mostrem um bom desenvolvimento para a temporada.
Ponto fraco: esse é, possivelmente, o quesito mais fácil de apontar no atual elenco dos Dolphins: a linha ofensiva da equipe é sofrível. Exceção feita a Laremy Tunsil, que é um ótimo left tackle, o restante da unidade precisa mostrar muita evolução para se tornar competitiva.
A equipe buscou no Draft uma chance de melhora, escolhendo o left guard Michael Deiter na terceira rodada. Além disso, para nós, brasileiros, vale ficar de olho em Durval Queiroz “Duzão” Neto, atleta formado no futebol americano nacional, que chegou ao time como defensive tackle mas foi trocado para o ataque e, a depender de seu desempenho durante a pré-temporada, poderá garantir uma vaga na linha ofensiva da equipe.
Calouro para ficar de olho: Christian Wilkins. Escolha de primeira rodada da equipe, o defensive tackle mostrou um ótimo trabalho na universidade de Clemson, sendo um verdadeiro líder da unidade defensiva, atuando inclusive como capitão.
Campanha em 2019: 7-9
Projeção para 2020: 3-13
Técnico: Brian Flores (primeira temporada)
Briga por: escolha alta no Draft
TABELA 2019
Semana 1: Baltimore Ravens (casa)
Semana 2: New England Patriots (casa)
Semana 3: Dallas Cowboys (fora)
Semana 4: Los Angeles Chargers (casa)
Semana 5: bye week
Semana 6: Washington Redskins (casa)
Semana 7: Buffalo Bills (fora)
Semana 8: Pittsburgh Steelers (fora)
Semana 9: New York Jets (casa)
Semana 10: Indianapolis Colts (for a)
Semana 11: Buffalo Bills (Casa)
Semana 12: Cleveland Browns (fora)
Semana 13: Philadelphia Eagles (casa)
Semana 14: New York Jets (fora)
Semana 15: New York Giants (fora)
Semana 16: Cincinnati Bengals (casa)
Semana 17: New England Patriots (fora)
POWER RANKING THE PLAYOFFS
Miami Dolphins: posição 31
Melhor nota: 6 / Pior nota: 5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.