Opinião: raio-x dos favoritos para o Super Bowl LII
Na coluna desta semana, Raphael Fraga destaca quais os 4 times que julga serem os mais preparados para conquistar a NFL
Chegou aquela época do ano em que as emoções se misturam. Em poucas semanas saberemos quem representara cada conferência no maior espetáculo do esporte anual. Nesta semana vou destacar quatro times, dois de cada conferência, que acredito serem os reais contenders ao Super Bowl. Vamos a eles.
New England Patriots
O leitor que acompanha a NFL de 2000 em diante certamente só conhece uma realidade em New England, a do time entrar sempre como um dos favoritos. Neste ano a equipe começou a temporada com a expectativa de até ser invicta, mas a realidade foi bem distante; o time perdeu a invencibilidade logo no seu primeiro jogo, mas mesmo assim os Patriots entram para os playoffs como o forte favorito da AFC.
São 17 anos de experiência nesse tipo de situação, nenhuma equipe na NFL hoje está mais acostumada com playoffs e Super Bowl, nenhum outro time tem um QB como Tom Brady. Os Patriots entram para a pós-temporada jogando em casa ate o Super Bowl, fator determinante nas últimas campanhas vitoriosas.
Com um ataque eficiente, mas baleado, Brady deve focar muito nos passes para seus RBs e ter Gronk como a “bola de segurança”. Tendo em vista a queda de rendimento no último mês da temporada do quarterback, ele e Josh McDaniels (coordenador ofensivo) fugiram um pouco da bolas longas para Hogan (machucado) e Cooks, que dominaram o playbook dos Patriots durante bom tempo do ano e voltaram a fazer o feijão com arroz que os trouxe mais um Vince Lombardi ano passado.
Sabemos também dos problemas da linha ofensiva e da inconsistência de Butler e Gilmore na secundária, somado isso a problemas de relacionamento do elenco e a eminente despedida dos coordenadores. Creio que é um ano de tudo ou nada e apenas com um Tom Brady brilhante os Patriots chegarão mais uma vez.
Jacksonville Jaguars
Jacksonville ou “Sacksonville”. Independente do nome, os Jaguars entram para os playoffs com a melhor defesa da NFL. Nenhuma outra equipe consegue pressionar tanto o QB fora do blitz como os Jags em 2017. Combinando essa pressão com a melhor dupla de CBs da liga (Ramsey e Bouye), os adversários podem até ganhar deles, mas ninguém ganha desse time com drop back e passes simples.
Sacksonville força equipes a jogar no ritmo deles. Se o ataque conseguir cooperar podemos, sim, ver os Jaguars vencendo os Steelers no domingo. O problema é que a equipe tem uma deficiência muito grande na posição chave do jogo.
Blake Bortles simplesmente não inspira confiança. Depois de impressionar no mês de novembro, Bortles voltou a ser o velho QB “meia boca” nos últimos jogos da temporada e nos playoffs não mostrou confiança diante dos Bills, tanto que teve mais mais jardas correndo que passando.
O ataque dos Jaguars tem que controlar a posição de campo, não deixar a defesa com espaço curto para defender e aproveitar das situações favoráveis que o adversário permitir. Porém a falta de experiência pode pesar nos momentos decisivos, e para quem gosta de torcer para Davi contra Golias, Jacksonville é o azarão da vez nesses playoffs.
Minnesota Vikings
A casa do Super Bowl LII poderia se chamar Valhalla e as Valkirias chamam os Vikings para duelar em Valhala mais uma vez. Como os guerreiros nórdicos, a equipe de Minnesota é agressiva, forte e gosta de uma bela briga; nenhuma outra defesa tem sido tão consistente nos últimos anos na NFC como a dos Vikings.
Com um front seven que vence a batalha nas trincheiras com frequência e um talento como Everson Griffin ditando o canto do pocket, é difícil imaginar uma linha ofensiva segurando o poderoso pass rush dos Vikings. Para piorar a situação dos coordenadores ofensivos adversários, a secundaria dos Vikings é repleta de talentos.
Só o QB mais corajoso se arrisca na direção de Xavier Rhodes ou lança a bola sobre a cobertura de Harrisson Smith, o melhor safety da atualidade. Sobre o velho clichê da liga de que defesas vencem Super Bowls, eu diria que essa defesa merece um título.
No ataque o ponto fraco do time é indiscutivelmente o seu QB. Case Keenum tem tido um ano brilhante e improvável, énão podemos acreditar que ele resgataria uma vitória com o braço caso os Vikings fiquem atrás no placar. Mesmo com essa deficiência, temos que elogiar a linha ofensiva, que é uma das maiores e mais fortes da liga, cansando pass rushers e abrindo espaço para o jogo terrestre; com tempo Keenum também pode achar suas armas aéreas.
E as armas aéreas dos Vikings se equilibram muito bem. As bolas longas para Stefon Diggs, para os braços seguros de Adam Thielen (um dos melhores WRs do ano), ao tamanho pelo meio do campo de Kyle Rudolph, que também teve um ano digno de entrar na conversa entre os melhores TEs da liga. E vamos lembrar que os Vikings podem jogar em casa todos os jogos, incluindo o Super Bowl em casa (caso os Eagles percam para os Falcons), fator importantíssimo que pode levar o time a erguer seu primeiro Vince Lombardi.
New Orleans Saints
A NFL se prepara para a despedida de uma grande era de quarterbacks. Há alguns anos perdemos Peyton Manning, agora parece que estamos na última temporada de Big Ben e Brady promete jogar por mais algumas temporadas. O último da lista tem tudo que esses outros têm, mas às vezes acaba sendo ignorado, pois Drew Brees tem recordes como QB, um título de Super Bowl e talento pra competir com qualquer jogador em atividade na função. Brees é simplesmente o QB mais preciso na historia da liga; não é à toa que ele mais uma vez quebrou o recorde de porcentagem de passes completos em uma temporada, tendo 3 dos 4 melhores números em um ano no quesito.
Mas esse time de New Orleans é muito mais que Brees. Após algumas temporadas em que o camisa 9 era forçado a vencer partidas com o braço, Sean Payton decidiu reformular internamente, mudando de estratégia e a cara do time; se no ano passado a defesa era uma peneira, neste a equipe solidificou o sistema defensivo com ótimas aquisições na free agency e no Draft.
Se em 2016 a equipe dependia dos passes longos de Brees, agora os Saints entram para os playoffs com um ataque equilibrado e eficiente, com uma dupla de RBs que fez história levando os dois para o Pro Bowl. Calouro ofensivo do ano, Alvin Kamara é um terror para qualquer coordenador defensivo e somado a força e potência de Mark Ingram, o backfield fica muito imprevisível.
A verdade é que New Orleans é a equipe mais equilibrada desses playoffs no quesito experiência e juventude. No caminho estarão os Vikings, que os derrotaram na estreia com muita facilidade, mas hoje o encontro é parelho e creio que quem passar irá representar a NFC no Super Bowl.
Uma jornada para o segundo título de Brees seria uma bela forma de premiar a melhor equipe no Draft de 2017, que escolheu Lattimore, Ramczyk e Kamara, provando que escolhas bem feitas mudam completamente o destino de uma equipe na NFL.
(Fotos: Divulgação/NFL.com)
*Por Raphael Fraga
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