Há vida para o Dallas Cowboys sem Ezekiel Elliott
Running back ficará fora de 6 jogos depois da abertura da temporada, mas Cowboys podem se sair bem sem ele
Na terça-feira (05), a NFL oficializou uma suspensão de seis jogos para o running back titular dos Dallas Cowboys, Ezekiel Elliott. Porém, o jovem atleta conseguirá estar em campo na primeira partida da temporada, domingo (10), contra o New York Giants, antes de começar a cumprir a punição.
Elliott é acusado de agredir uma ex-namorada em julho de 2016, na cidade de Columbus, Ohio, onde é localizado o campus de Ohio State. Com isso, a franquia do Texas perde um de seus principais jogadores ofensivos da temporada passada e peça fundamental do esquema de Jason Garrett. Mas o quanto essa ausência será sentida realmente pelos Cowboys?
O calendário dos Cowboys é sim bem complicado nesses primeiros jogos. A equipe estreia contra os Giants no AT&T Stadium, enfrentando uma forte defesa logo de cara. Falando em boas defesas, na semana seguinte a equipe vai até Denver enfrentar os Broncos e logo em seguida vai até Arizona enfrentar os Cardinals, que conta com uma das melhores defesas contra o jogo corrido da liga. Ainda devem enfrentar os Rams, Packers, 49ers e Redskins sem Zeke, que deve voltar contra os Chiefs na Semana 9.
Na temporada regular de 2016, Dallas teve um total de 2.396 jardas terrestres, com Elliott sendo responsável por 68% destas, 15 touchdowns terrestres e média de 5,1 jardas por tentativa. Tais números o colocaram até mesmo na discussão para MVP. Além disso, contribuiu para o desenvolvimento de Dak Prescott, quarterback da equipe também selecionado no Draft do ano passado e calouro ofensivo do ano. Com a excelente linha ofensiva de Dallas, ambos conseguiram dividir a atenção das defesas adversárias e terem uma temporada fenomenal como calouros. Mas aí está o grande diferencial dos Cowboys, a linha ofensiva.
Em 2015, a linha ofensiva dos Cowboys era composta por Doug Free (RT), Zach Martin (RG), Travis Frederick (C), Tyron Smith (LT) – começaram os 16 jogos – e La’el Collins (LG) – então calouro, começou jogando 11 partidas. Após DeMarco Murray ter uma temporada sensacional em 2014 e ter saído de Dallas rumo a Philadelphia, o comandante do jogo terrestre da equipe foi Darren McFadden – que assim como Elliott também foi a quarta escolha geral de um Draft (2008). O ex-jogador do Oakland Raiders substituiu Joseph Randle como titular na semana 7 e teve sua segunda melhor temporada da carreira em 2015, com 1.089 jardas terrestres e média de 4,6 jardas por tentativa.
Ou seja, apesar de em 2016 o jogo terrestre de Dallas ter sido excepcional – segundo melhor da liga em jardas terrestres e jardas por carregada, atrás apenas do Buffalo Bills -, já era destaque em 2015 – 5º melhor em jardas por carregada e 9º em jardas terrestres – e em 2014, com Murray sendo eleito o melhor jogador ofensivo do ano – 3º melhor em jardas por carregada e 2º em jardas terrestres.
McFadden, agora mais velho, Rod Smith, que apareceu bem nos training camps até agora e Alfred Morris aparecem como favoritos para a posição. O elenco ainda conta com Keith Smith (fullback).
Claro que a ausência de um jogador excepcional, como é Elliott, sempre é sentida. São jogadores que podem decidir jogos, ainda mais importante com o calendário de jogos complicados de Dallas no início da temporada. Mas o impacto pode não ser tão grande como se imagina. O sucesso recente dos Cowboys é reflexo direto do investimento da franquia em sua linha ofensiva, antes de no ano passado complementar seu ataque com duas jovens estrelas, e quem entrar não deve comprometer.
Agora, tão importante quanto perguntar o impacto da ausência de Ezekiel Elliott é questionar se o Dallas Cowboys ainda tem a linha ofensiva mais dominante da liga após a aposentadoria de Doug Free, mas isso fica para outro texto.
(Fotos: Tom Pennington/Getty Images)