[EXCLUSIVO] Entrevista com Cairo Santos: ‘2017 será nosso maior desafio’
Em bate-papo com o The Playoffs, Cairo falou sobre a expectativa para a temporada, contrato com os Chiefs e mais; confira!
SÃO PAULO (SP) – Cairo Santos, kicker do Kansas City Chiefs, se prepara para sua quarta temporada na NFL, totalmente consolidado na liga. Porém, o primeiro brasileiro a atuar na maior liga de futebol americano do mundo vê 2017 como o grande desafio de sua carreira.
O The Playoffs conversou com exclusividade com Cairo em uma noite de autógrafos promovida pela New Era, na loja da marca no Mooca Plaza Shopping, nesta quarta-feira (21). No bate-papo, o “Zica das Bicudas” falou sobre a expectativa para a temporada, seu contrato com os Chiefs – ele pode se tornar free agent em 2018 – e também sobre jogadores brasileiros que sonham em jogar na NFL. “Eu espero ser uma inspiração pra galera que quer percorrer o caminho que eu fiz”, disse o camisa 5.
Sobre 2017, Cairo não teve dúvida em dizer que será o “maior desafio da carreira” por conta dos duros adversários que terá pela frente e a visibilidade do time de Kansas City após ser campeão da AFC West em 2016. “Agora a gente joga seis jogos no horário nobre, isso é uma conquista gigante”, lembrou.
Confira a entrevista exclusiva do The Playoffs com Cairo Santos e também um vídeo que ele gravou pra gente.
THE PLAYOFFS – Qual sua expectativa para a temporada 2017 da NFL? Especialmente pensando nos rivais de divisão dos Chiefs que vêm mais fortes, Broncos, Chargers e Raiders.
CAIRO SANTOS – Eu acho que este ano vai ser o maior desafio que a gente vai enfrentar desde que eu entrei no time. A gente ganhou a divisão [em 2016], então automaticamente a gente enfrenta todos os campeões de divisão [da AFC] e, obviamente, abrindo contra os Patriots lá na casa deles. Raiders com Marshawn Lynch, Derek Carr de volta. Vai ser duro, mas esse é o desafio que a gente quer pra chegar ao Super Bowl. Então esse é o único jeito pra ganhar o respeito. A gente ganhou 12 jogos ano passado, a gente mereceu. Agora a gente joga seis jogos no horário nobre, isso é uma conquista gigante.
TP – E como está a ansiedade para esse kickoff contra o New England Patriots, atual campeão do Super Bowl?
CAIRO – A gente já tá preparando, já está treinando contra os esquemas deles. É um dos jogos mais importantes logo no começo. Vai ser um jogo de playoff.
TP – Nesta temporada você teve que negociar sua opção de renovação por um ano com os Chiefs e assinou. Queria saber se você ficou satisfeito com o resultado e o valor que receberá*. E sobre o ano que vem, que você se torna free agent, você já pensa nisso?
CAIRO – A gente já está tentando renovar por um longo período, renovamos só por um ano. O time tá com uma dificuldade no teto salarial, que acontece todo ano. Então estou feliz que eu tenho mais um ano aí com os Chiefs, quero ficar lá, vamos focar nesta temporada.
*NOTA DA REDAÇÃO: Cairo Santos assinou na offseason contrato de um ano e receberá pouco mais de US$ 1,7 milhão.
TP – Ainda sobre isso, você pretende que a renovação aconteça ainda este ano ou ela pode acontecer ano que vem? Algum outro time chegou a te procurar?
CAIRO – Acho que não estou preocupado com isso não. Estendendo por um ano com os Chiefs eu quero só fazer meu trabalho, que eu venho fazendo por três temporadas e deixar que o resto cuide de si mesmo. Eu quero ficar.
TP – Cairo, existe uma espécie de irmandade entre os kickers? Você conversa regularmente com outros kickers? Inclusive, como é a relação com kickers que brigam pela mesma posição? Por exemplo, quando você chegou nos Chiefs tinha o Ryan Succop e você ganhou o lugar dele, ele acabou dispensado, porque normalmente é um kicker por time, e depois você jogou contra ele naquela temporada. Como é tudo isso?
CAIRO – Existe sim essa torcida entre nós. A gente não se enfrenta diretamente nos domingos, cada semana, então eu torço pra eles acertarem, eles torcem pra mim, porque é uma vida dura. É muita pressão. Então não quero que ninguém passe pelo que muitos kickers passam, são cortados e tal. Ano passado a gente treinou com sete kickers diferentes. Com o kicker dos Broncos, dos Chargers, que são rivais. Então a gente tenta manter essa irmandade aí pra todo mundo se dar bem.
TP – E sobre o mercado para os brasileiros para a NFL, você se vê como uma referência para os kickers brasileiros, os que estão hoje no college por exemplo? E pensando nos que jogam no Brasil, como você vê isso a médio e longo prazo?
CAIRO – Eu espero ser uma inspiração pra galera que quer percorrer o caminho que eu fiz. Ir para os Estados Unidos, estudar, jogar lá, praticar esporte lá e tentar pelos portas nos EUA. Eu espero, fora de temporada, poder vir pra cá, fazer camps como a gente vem fazendo. Este ano tem um camping só de chutes que vou participar, vai dar pra ter uma noção de como a galera tá, tentar ajudar eles a chegar onde eu cheguei. Isso é uma inspiração pra mim também, de ter esse apoio e torcida pra eles. Já tem uma galera no college também, o Rafael Gaglianone, de Wisconsin, o Henrique Ribeiro, de Tennessee-Chattanooga, que se formou agora. Eu fico torcendo pra galera aí, para que não seja só eu, sejam vários.
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(Fotos: Thaina Monteiro/The Playoffs)