Dispensas, desesperança e o Draft de 2018: a estratégia melancólica dos Jets
Com cortes no elenco e poucas perspectivas em 2017, lado verde de NY parece disposto a 'tank' pelo recrutamento de 2018
Desde o início da dinastia do New England Patriots, comandada desde 2001 por Bill Belichick e Tom Brady, a franquia da AFC East que mais chegou próxima de uma disputa de um Super Bowl foi o New York Jets, que apareceu em seis oportunidades na pós-temporada (uma vez como campeão de divisão) desde então e chegou duas vezes à final da conferência, em 2009 e 2010, ano da última aparição da equipe em playoffs. E, pelas movimentações da equipe nesta offseason, não será em 2017 que a “Gang Green” voltará a jogar em janeiro. A organização indica uma estratégia ousada, impopular e perigosa de seu GM, Mike Maccagnan.
A dispensa de jogadores históricos da franquia, como o center Nick Mangold e o linebacker David Harris, remanescentes da última grande fase dos Jets, não pegou bem com grande parte da torcida. Para completar, os dois principais recebedores da equipe nos últimos anos, Brandon Marshall e Eric Decker, foram dispensados para liberar salary cap para a equipe. O running back Matt Forte deve ser o próximo a ser dispensado.
Tudo isso sem contar o grande vazio que a posição de quarterback representa para a franquia, que não tem um franchise QB desde a saída do lendário Joe Namath, nos anos 70. As opções disponíveis para a posição são o veterano Josh McCown e dois jovens: Christian Hackenberg e Bryce Petty.
A única área da equipe que continua forte é o front seven, com nomes como Muhammad Wilkerson, Sheldon Richardson e Leonard Williams.
Mas a questão é: com um ataque tão fraco (os principais recebedores são os inócuos Quincy Enunwa, Robby Anderson, Devin Smith e Jalin Marshall, em uma franquia sem tradição de usar tight ends), essa linha de defesa cascuda irá jogar (e cansar) muito. O que, seguramente aumentará o risco de tomar muitos pontos. Eu, particularmente, não recomendaria a um torcedor do Jets com problemas de gastrite a assistir aos dois jogos contra os Patriots, por exemplo.
Tudo isso faz do New York Jets um favorito natural à primeira posição do Draft de 2018. Sabemos que a pressão dentro de Florham Park por um franchise QB é enorme e o College mostra ótimos nomes para o recrutamento do ano que vem, como Josh Allen, de Wyoming, Lamar Jackson, de Lousiville, Sam Darnold (foto), de USC, Jarett Stidham, de Auburn, e Josh Rosen, de UCLA. Mas sujeitar-se a um vexame histórico por esse “suck” é válido? E qual a opinião do técnico Todd Bowles, que possivelmente pode ser demitido após uma temporada ruim?
São questões que só o ricaço Woody Johnson, dono do New York Jets, pode responder. Enquanto isso, a Gang Green Nation assiste a tudo isso com uma angústia real.
Fotos: New York Jets/Site Oficial e Instagram: Sam Darnold