Eli Manning pode não ser um dos melhores, mas está sim, entre os maiores jogadores da história da NFL. E, seguramente, é o maior nome da história moderna do New York Giants.

Primeira escolha do Draft de 2004 e envolvido em uma troca ainda controversa com Philip Rivers, que rumou para o então San Diego Chargers, dois Super Bowls conquistados contra timaços do New England Patriots, sendo MVP nas duas decisões , quatro vezes selecionado para o Pro Bowl, e, até a tarde de ontem, o jogador com a maior sequência de jogos da NFL como titular, com 210 partidas. Só que agora essa marca será interrompida. E de forma muito insensível e mal conduzida pelo técnico Ben McAdoo.

Sim, Eli está mal nesta temporada. O quarterback conduz o quinto pior ataque da liga. Mas a decepcionante campanha 2-9 do Big Blue passa longe de uma pretensa falta de qualidade de seu camisa 10. Isso passa pela própria falta de competência do playbook feito por seu treinador, que tem em seu time uma bagunça ofensiva e defensiva. Sem contar as lesões que, se foram cruéis com todas as franquias da NFL, foram ainda piores para os Giants. Só entre os wide receivers, por exemplo, quatro estão lesionados, incluindo Brandon Marshall e Odell Beckham Jr. Além disso, a linha ofensiva praticamente inexiste.

Por isso, é extremamente cruel e desprovido de noção colocar Eli no banco nessa altura do campeonato. Não estamos falando de um quarterback qualquer para os Giants. Estamos falando de um jogador especial tanto para a franquia, quanto para a torcida e para a própria cidade de Nova York (como torcedor dos Jets e consumidor ferrenho da mídia de lá, tenho bastante noção disso). Sem contar que o fato de que substituí-lo por um jogador medíocre como Geno Smith, de passagem para esquecer pelo “colega de quarto” New York Jets, com certeza não vai mudar o panorama do ataque do time.

McAdoo possivelmente será demitido ao fim desta temporada. E o próprio Eli tem chance de vestir outra camisa para encerrar sua carreira, haja vista que aos 36 anos e com uma escolha alta de Draft na mão dos Giants, a troca por um quarterback de uma boa safra do College parece ser o caminho natural. Mas estará, com certeza, nas páginas de ouro da história do lado azul de NY.

Sua entrevista após o anúncio de que iria para o banco, visivelmente emocionado, mostra a grandeza do atleta e a completa ciência de sua importância para a franquia, além de uma excelente ética no trabalho. Ao contrário de seu atual técnico, que conduziu muito mal o possível capítulo final de um cara que foi duas vezes MVP do Super Bowl.

Fotos: Wikimedia Commons e Divulgação/New York Giants