Chargers-1994: glória amaldiçoada
Elenco da melhor campanha da história dos Bolts sofreu oito perdas nos últimos 20 anos, incluindo o ídolo Junior Seau
O San Diego Chargers teve grandes times nas décadas de 70 e 80, mas foi castigado com duras derrotas em jogos decisivos nos playoffs da NFL. A mais dolorosa, com certeza, aconteceu em 1981, quando os “carregados” perderam o jogo mais gelado da história da liga na final da AFC, contra os Bengals. A única vez que chegou ao Super Bowl, porém, foi com um time bem mais modesto, em 1994, que trouxe consigo, uma espécie de “maldição”: oito jogadores daquele time morreram nos últimos 20 anos.
Campanha improvável
Com Broncos e Raiders com grandes times e com os Chiefs com o reforço de Joe Montana, ninguém dava muita bola para San Diego no outono de 1994. Mas a temporada mostrou uma equipe sólida, liderada ofensivamente por Stan Humphries, um quarterback sem muitos predicados, mas com boa eficiência e no lado defensivo pelo principal rosto da franquia por anos: o linebacker Junior Seau, ainda em começo de carreira.
A equipe da California assombrou o país ao conquistar a AFC West com um recorde 11-5 e conseguiu folgar na semana de wild card. No jogo divisional, o Miami Dolphins, do lendário Dan Marino, pela frente, e vitória de San Diego por 22×21. Na final da AFC, os Steelers, em Pittsburgh, e vitória heroica por 17×13, nos minutos finais.
A final em Miami contra o San Francisco 49ers, de Steve Young, porém, foi uma tragédia aos carregados: “goleada” sofrida por 49 a 26 e título para o vizinho californiano (que não ergue o troféu Vince Lombardi desde então). Apesar da derrota, os jogadores foram recebidos como heróis em San Diego, após surpreenderem toda a América durante a temporada.
A maldição
Em 19 de junho de 1995, quando se preparavam para as práticas antes da temporada, os Chargers sofreram a notícia ruim da morte do linebacker David Griggs, em acidente de carro em Fort Lauderdale, na Florida. Menos de um ano depois, foi a vez de Rodney Culver, running back reserva, perder a vida em um acidente de avião, também na Florida.
A morte mais inusitada aconteceu em 1998. Doug Miller, backup de Seau no time de 94, morreu atingido por um raio, símbolo da equipe de San Diego.
Quando todos pensaram que a sina de mortes de membros daquele elenco havia acabado, Curtis Whitley, center, morreu por overdose de drogas, em 2008. No mesmo ano, os tackles Chris Mims (parada cardíaca) e Shawn Lee (pneumonia), se foram. Em 2011, Lew Bush sofreu um infarto e também faleceu.
Mas a perda mais sentida aconteceu em maio de 2012. Junior Seau, nascido em San Diego, torcedor e ícone da franquia, tirou sua própria vida com um tiro no peito. Sua morte comoveu a cidade californiana e abriu vários questionamentos à própria NFL sobre a vida dos jogadores após a aposentadoria (o linebacker sofreu com diversas concussões ao longo da carreira).
Vinte anos depois, após muitas temporadas de altos e baixos, San Diego parece ter reencontrado seu caminho, após uma boa campanha na temporada de 2013 e com uma equipe considerada sensação da NFL em 2014, comandada por Philip Rivers na melhor fase de sua carreira. O que os carregados atuais não querem é sofrer com uma eventual “maldição” entre o elenco.