Ascensão e queda de promissores quarterbacks
Kaep, Luck, RG III e Wilson: escolhas de 2011 e 2012 que oscilam entre bons e maus momentos em suas equipes
Colin Kaepernick: escolha de 2ª rodada pelo San Francisco 49ers em 2011.
Andrew Luck: 1ª escolha no Draft de 2012 pelo Indianapolis Colts.
Robert Griffin III: 2ª escolha no Draft de 2012 pelo Washington Redskins.
Russell Wilson: escolha de 3ª rodada pelo Seattle Seahawks em 2012.
Os quatro quarberbacks listados vieram de uma safra “abençoada”, que contaram com as escolhas de Cam Newton e Andy Dalton, ambos em 2011; Ryan Tannehill, Nick Foles e Kirk Cousins, em 2012.
Com capacidade de ler as jogadas, correr com a bola e conseguir “milagres” em jogos, os quatro QB’s viraram sensações em 2012, mas algumas temporadas depois, eles vivem simultaneamente o céu e o inferno a ponto de amargarem a reserva, entrar em lista de dispensa, convívio com lesões e até mesmo um Super Bowl na bagagem.
A ida de RG III para o Cleveland Browns e a especulação de Colin Kaepernick para o Denver Broncos, acendeu uma luz em cima da minha cabeça e resolvi escrever este post não para explicar o que aconteceu com eles, apenas fazer um histórico para chegar a uma conclusão.
Colin Kaepernick – 2ª rodada no Draft 2011 (36ª no geral)
Draftado em 2011, Colin Kaepernick só foi apresentado a NFL em 2012, quando o QB titular Alex Smith se lesionou na reta final da temporada regular. Suas corridas com a bola e passes precisos ajudaram os Niners a irem ao Super Bowl daquela temporada contra o Baltimore Ravens. Quase que Kaep se consagrou ao ser campeão.
Na temporada 2013-14, o camisa 7 de San Francisco liderou a sua equipe até a final da NFC, porém, outro novato roubou a cena. Trata-se de Russell Wilson, que foi ao Super Bowl e levou o primeiro Vince Lombardi.
Nas duas últimas temporadas, Kaep e Niners não falaram a mesma língua e a franquia não passou para a pós-temporada com as campanhas 8-8 e 5-11, respectivamente. Pior, seu desempenho abaixo da média em 2015 fez com que parasse no banco de reservas, perdendo posição para Blaine Gabbert.
Com contrato até 2020, Kaep busca uma nova equipe, mesmo que esteja sob vínculo com a franquia californiana e com Chip Kelly no comando. Seu futuro ainda não foi definido e o Denver Broncos pode ser o seu destino, já que o Cleveland Browns acertou a ida por duas temporadas de RG III.
Números de Kaep no 49ers:
Jogos: 63 (39-23-1)
Passes completos: 909/1.523
Jardas lançadas: 11.404
Touchdowns: 63
Interceptações: 31
Robert Griffin III – 2ª escolha geral no Draft 2012
Quando RG III foi escolhido pelo Washington Redskins, a expectativa era de que os bons momentos da franquia iria voltar. Mas, a carruagem virou abóbora e o camisa 10 fez só uma temporada em alto nível, logo em sua estreia na liga, e as últimas foram de total desgraça aos Peles Vermelhas.
Após o título de Roockie do Ano, Griffin caiu desde que sofreu uma lesão no joelho durante os playoffs contra o Seattle Seahawks.
Quando retornou, foi preterido por Jay Gruden, que tem em seu elenco Kirk Cousins, campeão da NFC East em 2015, e Colt McCoy. Pior, seu elevado salário foi reduzido para que jogasse sem se lesionar.
Para voltar a ser o RG III de 2012, o Cleveland Browns apostou em sua contratação por duas temporadas. Novos ares para quem teve ascensão e queda em questão de segundos.
Números de RG III no Redskins:
Jogos: 38 (14-24)
Passes completos: 689/1.082
Jardas lançadas: 8.181
Touchdowns: 42
Interceptações: 24
Andrew Luck – 1ª escolha geral no Draft 2012
Andrew Luck chegou aos Colts com uma missão pra lá de complicada: substituir a lenda Peyton Manning, que se transferiu para o Denver Broncos.
Com capacidade de ler bem as defesas e conduzir a viradas espetaculares, Luck levou Indianapolis aos playoffs com a campanha 11-5, mas foi eliminado para o Baltimore Ravens, que seria campeão daquela temporada.
Pronto, o respeito havia voltado em Indy e a cada temporada, o camisa 12 vinha desempenhando boas partidas e a franquia chegava aos playoffs. Na temporada 2013-14, o time “avançou uma casa”, com direito a uma virada épica contra o Kansas City Chiefs, e parou no Divisional Round para os Patriots. No ano seguinte, outro avanço e novamente a equipe de Foxborough estava no caminho, desta vez, na final da AFC.
Porém, em 2015, todos os prognósticos previam título aos Colts, principalmente com a sua ofensiva contando com Frank Gore, T.Y. Hilton e Luck para conduzir as jogadas, só que a realidade foi outra com o camisa 12 jogando quase a metade da temporada. Foram sete jogos com 2-5 e Indy sequer foi para os playoffs.
Números de Luck no Colts:
Jogos: 61 (38-23)
Passes completos: 1.371/2.366
Jardas lançadas: 16.667
Touchdowns: 110
Interceptações: 67
Russell Wilson – 3ª rodada do Draft 2012 (75ª no geral)
Capacidade de correr com a bola, grande técnica e às vezes com medo de lançar a bola. Posso arriscar ou falar um pouco de besteira ao afirmar que ao lado de Andrew Luck, Russell Wilson tenha sido o mais “sucedido” dos quatro analisados.
O jovem rookie venceu a batalha pela titularidade contra Matt Flynn, ex-jogador do Green Bay Packers e que foi contratado a peso de ouro no mercado de Free Agency de 2012. Além disso, foi ao Divisional Round em seu ano de estreia e caiu para o Atlanta Falcons.
No ano seguinte, “avançou duas casas” ao chegar e conquistar o Super Bowl contra o Denver Broncos. Só não conseguiu repetir a dose na temporada 2014, por que no meio do caminho tinha o New England Patriots e uma linha de duas jardas, aí o final da história todos sabem…
Seattle (ao lado do Packers) tinha certo favoritismo para 2015 e entre trancos e barrancos foi aos playoffs, mas teve um grande azar ao cruzar com o Carolina Panthers e o sonho de chegar a terceira final da NFC seguida foi para o espaço.
Números de Wilson no Seahawks:
Jogos: 74 (53-21)
Passes completos: 1.290/2.011
Jardas lançadas: 16.302
Touchdowns: 122
Interceptações: 43
Considerações finais:
Se analisarmos os quatro listados, podemos concluir que a “safra” não está completamente perdida. Russell Wilson acordou e chegou a conclusão nessa última temporada de que QB também lança e protagonizou grandes momentos. Quando está bem, tem um comportamento de um veterano no alto dos seus 27 anos.
Quanto a Luck, irei aproveitar o trocadilho e dizer que “não teve sorte” em 2015, mas não podemos apagar da memória os grandes jogos e principalmente as viradas épicas no último período. Tem potencial para conduzir os Colts até mesmo para mais um título, só falta mão de obra para que esse sonho vire realidade.
Para Kaep e RG III, toda a expectativa apontada em cima deles viraram frustrações, principalmente para o segundo, que teve uma ascensão meteórica em 2012 e desde que lesionou o joelho, infelizmente não foi o mesmo. Já Kaep, tem bola para jogar, só precisa amadurecer mais, embora vá para sua sexta temporada.
Que a sorte seja lançada para ambos, seja em San Francisco (ou Denver) para Kaepernick, ou em Cleveland para RG III.
Créditos: Facebook /San Francisco 49ers, Washington Redskins, Indianapolis Colts e Seattle Seahawks