[ANÁLISE] Offseason da NFL 2019: Divisão Sul da AFC
Após classificar dois times para os playoffs em 2018, a divisão promete seguir equilibrada em 2019
A AFC South apresentou surpresas nas últimas temporadas. Em 2017, um desacreditado Jacksonville Jaguars ganhou o título da divisão e esteve perto de representar a AFC no Super Bowl. Em 2018, o Houston Texans faturou o terceiro título de divisão em quatro anos enquanto Indianapolis Colts e Tennessee Titans realizaram um confronto direto pela última vaga de wild card, com vitória dos Colts. O time de Indianápolis alcançou o divisional round, sendo derrotado pelo Kansas City Chiefs.
Para 2019, a expectativa novamente é de uma AFC South equilibrada. O jovem time dos Colts procura manter o desempenho apresentado no último ano, aparecendo como favorito. Os Texans, por sua vez, pretendem manter o domínio recente na divisão. Para os Jaguars, a expectativa é retomar o que foi apresentado em 2017, agora com Nick Foles comandando o ataque. Os Titans esperam enfim conseguir engrenar, o que passa diretamente por Marcus Mariota.
Confira a análise do The Playoffs para a offseason dos times desta divisão.
(Foto: Reprodução Twitter/Houston Texans)
HOUSTON TEXANS
Os Texans abriram vantagem na corrida pela AFC South no início de 2018, mas viram o Indianapolis Colts ameaçar a conquista na reta final. Os rivais de divisão se encontraram já na rodada de wild card, com uma vitória dominante de Indianapolis. Conquistar mais um título em 2019 não será das tarefas mais fáceis.
A free agency de Houston foi marcada por mudanças na secundária, com Tyrann Mathieu e Kareem Jackson assinando com Kansas City Chiefs e Denver Broncos, respectivamente. Os Texans também desistiram de apostar em Kevin Johnson, cortando o jogador selecionado na primeira rodada em 2016.
Mas, sem dúvidas, a linha ofensiva era o principal problema. Deshaun Watson sofreu nada menos do que 62 sacks em 2018, pior marca da NFL desde 2006. Para o setor, Houston contratou veterano left tackle Matt Kalil. A secundária, por sua vez, tem como principais reforços Tashaun Gipson, vindo do rival de divisão Jacksonville Jaguars, Jahleel Addae, Bradley Roby e Briean Boddy-Calhoun.
No Draft, o centro das atenções seria novamente a linha ofensiva. Os Texans, 23º time na ordem, pareciam estar em ótima posição para selecionar Andre Dillard. No entanto, o Philadelphia Eagles subiu e escolheu o tackle de Washington State com o pick número 22. Houston arriscou com um reach questionável em Tytus Howard, de Alabama State, e completou a lista de reforços com Max Scharping na terceira rodada.
De certa forma, foi uma offseason decepcionante para a equipe. Além das baixas sofridas na secundária, o time não melhorou significativamente a linha ofensiva. Para repetir o sucesso recente na AFC South, os Texans precisarão novamente apostar novamente nos talentos individuais de alguns jogadores do elenco para compensar os pontos fracos. E Houston ainda precisa considerar a possibilidade de perder Jadeveon Clowney, que segue em impasse contratual.
Desempenho: negativo
(Foto: Reprodução site oficial/Houston Texans)
INDIANAPOLIS COLTS
A expectativa inicial era de uma offseason movimentada em Indianapolis. Após um desempenho surpreendente em 2018, avançando até o divisional round com um elenco bastante jovem, os Colts sonhariam ainda mais alto em 2019. Um dos motivos principais era o salary cap. Com mais de US$ 100 milhões livres para buscar estrelas no mercado e a certeza de contar com um franchise quarterback após o retorno triunfal de Andrew Luck, o time poderia atrair grandes nomes.
No entanto, Chris Ballard, eleito o melhor general manager de 2018, manteve-se fiel aos princípios. Evitando cair em tentação de entrar em leilões por grandes nomes, o executivo dos Colts optou por renovar com Pierre Desir, Clayton Gaethers e Margus Hunt. As adições foram novamente pontuais, com Justin Houston sendo o principal nome. Além do veterano pass rusher, Indianapolis trouxe também Devin Funchess como mais um alvo para Luck. Uma aposta de baixo risco, mas que pode oferecer um ótimo retorno, a exemplo de Eric Ebron no ano anterior.
No Draft, o time realizou uma troca com o Washington Redskins e acumulou escolhas adicionais na segunda rodada, uma em 2019 e outra em 2020. Realizando a primeira seleção apenas no segundo dia, os Colts conseguiram talentos com potencial valor de primeira rodada no cornerback Rock Ya-Sin e no wide receiver Paris Campbell.
Indianapolis segue construindo um time jovem e promissor, com espaço de sobra no cap para renovar contratos no futuro. A franquia mantém-se fiel à filosofia de Ballard, acrescentando reforços pontuais em apostas de baixo risco, com potencial para alta recompensa.
Os Colts não sofreram baixas significativas durante a offseason e preservaram o time que chegou à segunda rodada dos playoffs em 2018. Sem muito alarde e nomes tão badalados, Indianapolis segue construindo um elenco para brigar por títulos em 2019 e nos anos seguintes. No momento, a equipe é a favorita ao título da AFC South. Mas fica sempre a velha máxima: manter-se no topo é mais difícil do que chegar lá.
Desempenho: positivo
(Foto: Reprodução Twitter/Indianapolis Colts)
JACKSONVILLE JAGUARS
Se 2017 foi uma surpresa, 2018 representou uma volta à realidade habitual para o Jacksonville Jaguars. Após ficar a alguns minutos de disputar o Super Bowl, o time apresentou uma queda de rendimento considerável, terminando em último lugar na mesma AFC South que havia vencido um ano antes.
A free agency foi movimentada. Blake Bortles, alvo constante e preferencial das críticas aos Jaguars, não faz mais parte do time. O MVP do Super Bowl LII, Nick Foles, em contrato de quatro anos e US$ 88 milhões, assume o comando de um ataque como titular pela primeira vez desde 2015. John DeFilippo, técnico de quarterbacks dos Eagles na conquista, se unirá a Foles novamente, agora como coordenador ofensivo.
Na defesa, os veteranos Tashaun Gipson e Malik Jackson foram cortados. Chris Conley chega para reforçar o grupo de wide receivers, outro dos principais pontos fracos da equipe. Donte Moncrief, segundo principal alvo de Bortles no ano passado, deixou o time da Florida para assinar com o Pittsburgh Steelers.
No Draft, Jacksonville “quebrou” a maioria esmagadora dos mocks ao ver Josh Allen cair para a sétima escolha. Jawaan Taylor, unanimidade como escolha do time na primeira rodada, despencou na ordem para o segundo dia e, no fim das contas, foi selecionado pelos próprios Jaguars na 35ª posição. Reforço para uma linha ofensiva que deixou a desejar em 2018.
Os Jaguars são um caso intrigante. O desempenho ruim em 2018 ocorreu em grande parte devido a uma queda de produção dos principais jogadores do elenco. Por outro lado, o talento, em especial na defesa, é inegável. Bortles jamais justificou a terceira escolha do Draft de 2014, mas o quarterback passava longe de ser o único ponto negativo.
Além dos problemas com a linha ofensiva, o grupo de recebedores sofreu baixas importantes (lesão de Marqise Lee, além das saídas de Allen Robinson e Allen Hurns) e abusou dos drops, enquanto Leonard Fournette sofreu com lesões, além de apresentar uma queda considerável na produção. Em outras palavras, Nick Foles é um upgrade, mas não o salvador da pátria. De qualquer forma, Jacksonville possui um elenco forte o bastante para, no mínimo, superar o que foi apresentado em 2018.
Desempenho: positivo
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
TENNESSEE TITANS
Aos trancos e barrancos, os Titans chegaram perto de uma vaga para os playoffs na última temporada. Apesar do bom resultado, o time precisaria de reforços para manter-se competitivo dentro da AFC South. Colts e Texans continuariam como os favoritos, enquanto um reformulado Jacksonville Jaguars poderia aparecer como uma ameaça real.
A free agency reservou baixas importantes com a dispensa do right guard Josh Kline, a saída do linebacker Derrick Morgan e a aposentadoria do também LB Brian Orakpo. Tennessee reforçou a linha ofensiva com o left guard Rodger Saffold e o pass rush com o veterano Cameron Wake, esse em um contrato de três anos. Wake ainda consegue produzir bons números, mas oferecer um acordo longo para um jogador de 37 anos é uma movimentação questionável. Os Titans também garantiram uma importante renovação de quatro anos com Kenny Vaccaro.
Outras duas adições significativas estão no ataque. O time realizou uma troca com o Miami Dolphins e acrescentou Ryan Tannehill ao elenco, garantindo um novo backup para Marcus Mariota. Tannehill também pode competir pelo posto de titular em caso de uma nova lesão ou queda de desempenho de Mariota. O quarterback também ganhou um alvo novo com a chegada de Adam Humphries. O wide receiver assinou por quatro temporadas e US$ 36 milhões.
No Draft, Tennessee fez uma aposta no futuro da franquia e selecionou Jeffery Simmons na primeira rodada. O defensor dificilmente atuará em 2019 em decorrência de uma lesão no ligamento do joelho, mas sempre foi apontado como um dos mais talentosos em toda a classe. Além da lesão, problemas fora de campo o fizeram cair na ordem. Caso atinja o potencial, Simmons pode ser um steal dos Titans para os próximos anos. Pensando exclusivamente em 2019, no entanto, a escolha não trará resultados imediatos. A segunda rodada ainda reservou outro steal com o wide receiver A.J. Brown. O recebedor produzirá um impacto imediato como mais uma arma para Mariota.
O recado dos Titans não poderia ser mais óbvio: essa é, ao que tudo indica, a última chance de Marcus Mariota para provar que é, de fato, o franchise quarterback do time. Além dos problemas de lesões, a segunda escolha geral de 2015 ainda não correspondeu em campo com o desempenho esperado. Tennessee buscou reforçar o corpo de recebedores, cercando Mariota com as armas necessárias para o sucesso. A chegada de Tannehill oferece alguma competição e reforça a mensagem.
E a questão de Mariota ditará o ritmo de 2019 para os Titans. O time possui talento para figurar na briga pelo wild card novamente, mas precisará contar com um step-up do seu franchise quarterback. Caso o signal-caller consiga elevar o nível, Tennessee pode sonhar em retornar à pós-temporada. No geral, porém, o elenco pouco evoluiu de um ano para o outro.
Desempenho: regular
ANÁLISE: OFFSEASON NFL 2019
Próximas:
NFC Sul – 30/5