[ANÁLISE] Offseason da NFL 2019: Divisão Oeste da AFC
Equipe The Playoffs analisa os movimentos realizados pelas equipes de uma das divisões mais fortes da NFL
A primeira onda da Free Agency e o Draft estão no passado, o que sempre renova as esperanças dos torcedores das 32 franquias da liga. Até mesmo os que torcem para o Arizona Cardinals, pior time da liga em 2018, estão acreditando seriamente numa reviravolta que os leve novamente ao Super Bowl.
Uma equipe campeã se constrói em cada offseason, com os cortes certos, trocas e adições que mudam o panorama do elenco e comissão técnica. Grandes surpresas já ocorreram, e vão impactar a liga não somente na próxima temporada, mas na história de cada franquia.
Após a análise sobre a Divisão Oeste da Conferência Nacional, chega a vez do Oeste da Conferência Americana (AFC). Confira nossa análise sobre os movimentos da offseason feitos por Denver Broncos, Kansas City Chiefs, Los Angeles Chargers e Oakland Raiders, numa das divisões mais interessantes da NFL.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL Network)
DENVER BRONCOS
Uma das equipes que terminou 2018 sob maior pressão parece viver um momento muito diferente em 2019. O maior ponto negativo da equipe finalmente foi modificado: comissão técnica. Após duas temporadas seguidas com mais derrotas que vitórias, o general manager John Elway não teve outra opção a não ser demitir Vance Joseph do cargo de head coach. Para seu lugar, chegou Vic Fangio, outro treinador de mentalidade defensiva, que chega com o respaldo de ter comandado a ótima defesa do Chicago Bears em 2018.
No período da free agency, o time trocou Case Keenum e trouxe Joe Flacco, a fim de dar maior estabilidade à posição de quarterback. Honestamente, não acredito que essa troca eleve a qualidade do time, já que nenhum dos dois parece capaz de conduzir o time numa pós-temporada – e só estão esquentando o lugar de Drew Lock, escolha de segunda rodada do Draft de 2019.
A linha ofensiva recebeu a atenção que precisava após a perda de Matt Paradis, com a contratação de Ja’Wuan James e a seleção de Dalton Risner no Draft. Destaque também para a chegada do tight end Noah Fant, que deve assumir a titularidade desde o primeiro jogo.
Na defesa, o time manteve o duo Von Miller/Bradley Chubb, o que já é motivo de alegria. Mas, além disto, adicionou Bryce Callahan e Kareem Jackson, ambos para reforçar a secundária, que ainda parece ameaçada de perder Chris Harris Jr.
O Draft trouxe Dre’Mont Jones para jogar como defensive tackle, e a aposta realmente pode render alto, mas dificilmente vai manter o nível de Domata Peko. A única ressalva é a falta de reforços para jogar no meio da unidade, principalmente após a saída de Brandon Marshall. O combate às corridas pode ser mais complicado este ano.
O time modificou positivamente em praticamente todos os setores dentro de campo, além da esperada melhora na sideline sob o comando de Fangio. Apesar do calendário complicado que se apresenta no caminho, principalmente dentro da divisão contra Chargers e Chiefs, acredito que a offseason dá sim direito ao torcedor dos Broncos de sonhar com uma briga mais séria por pós-temporada este ano.
Desempenho: positivo
(Foto: Reprodução Twitter/Denver Broncos)
KANSAS CITY CHIEFS
Vice-campeões da Conferência Americana em 2018, os Chiefs pareciam precisar de muito pouco para conseguir chegar ao Super Bowl. Mesmo derrotados em casa para o New England Patriots na final da AFC, a torcida está abraçada no mais novo fenômeno da liga e crê cegamente que, pelo menos uma vez, Pat Mahomes irá levantar o Vince Lombardi no Missouri.
Acho que a palavra para descrever precisamente a offseason dos Chiefs é: risco. O time assumiu uma postura agressiva e, dentro de suas convicções, atuou ativamente no mercado para se reforçar e conseguir derrubar qualquer adversário neste ano. Mas essa postura fez o time modificar bastante, principalmente na defesa, o que pode explicar o rendimento do time ao longo do ano.
A primeira grande movimentação foi a troca de Dee Ford para o San Francisco 49ers, mesmo após um ótimo ano de Ford pela equipe. Para seu lugar, o time mandou uma escolha de primeira rodada para o Seattle Seahawks, adquiriu Frank Clark e lhe tornou um dos pass rushers mais bem pagos da liga. Neste ponto, acho que os Chiefs erraram, pois pagaram um valor alto na troca e na renovação, colocando todas as esperanças em Clark. A defesa ainda perdeu as lideranças de Justin Houston (Colts) e Eric Berry (sem clube), o que pode custar caro em momentos decisivos.
Alguns jogadores não tão badalados foram embora e devem ter sua falta sentida dentro de campo, como o cornerback Steven Nelson e o center Mitch Morse. Destaco exatamente estes dois, pois jogam em posições importantes e não tiveram reposições.
Contudo, nem tudo é perda para os Chiefs. O time trouxe o DE Alex Okafor, que deve complementar positivamente a pressão de Clark, e substituiu Berry como Tyrann Mathieu, numa clara melhora para a posição. Em uma troca com os Browns, adicionaram mais um pass rusher: Emmanuel Ogbah. No Draft, o time cedeu sua escolha de primeira rodada e, na segunda, trouxe Juan Thornhill, um safety que me agrada bastante e deve complementar Mathieu. Carlos Hyde chegou para ajudar o backfield, mas será que consegue repetir o desempenho dos 49ers?
A grande derrota dos Chiefs na offseason é a real possibilidade de não contar mais com Tyreek Hill, o explosivo wide receiver que está envolvido numa grave acusação de violência doméstica. Embora a liga ainda não tenha se pronunciado, o time afastou o jogador e acredito que não veremos Hill na NFL tão cedo. Com certeza, os Chiefs não parecem tão fortes quanto em 2018, mas ainda assim devem ser temidos pelos adversários.
Desempenho: regular
(Foto: Reprodução Twitter/Kansas City Chiefs)
LOS ANGELES CHARGERS
Uma das minhas opiniões mais impopulares é justamente sobre esta franquia e é bem simples: os Bolts são os grandes favoritos a vencer a AFC West. Sim, mesmo com Mahomes nos Chiefs e a ascensão dos Broncos, os Chargers são um time bem completo e cheio de alternativas para finalmente dar chance real a Philip Rivers.
Na offseason, o time se movimentou pouco, afinal, há um núcleo jovem e muito promissor no elenco. As saídas mais importantes foram do defensive tackle Corey Liuget e do wide receiver Tyrell Williams. A saída de Liuget ligou um alerta para conseguir uma reposição à altura. Embora alguns torcedores estivesse torcendo muito pela contratação de Ndamukong Suh, o time preferiu endereçar esta necessidade com a escolha de primeira rodada do Draft.
Jerry Tillery, ex-Notre Dame, chega para assumir essa vaga e fortalecer a defesa contra o jogo corrido – grande problema dos Chargers em 2018. Considerando os jogadores disponíveis, essa escolha foi uma das melhores do primeiro dia. Na segunda rodada, a equipe viu um dos melhores safetys cair em seu colo, assim como ocorreu com Derwin James em 2018, e não pensou duas vezes: selecionou Nasir Adderley e, agora, conta com a melhor dupla de safeties da NFL. A unidade defensiva ainda viu o experiente linebacker Thomas Davis assinar por dois anos com a franquia. Davis deve ser uma das grandes lideranças do time e, com certeza, eleva o nível do grupo de LBs do time.
No ataque, honestamente, acredito que poderiam ter adicionado um OL para dar mais suporte e consistência ao jogo. Por outro lado, é interessante ver que o time não buscou reposição para a saída de Tyrell Williams. Isto se justifica na escolha de primeira rodada de 2017, quando o time selecionou Mike Williams, que só não brilhou mais na liga por ter sofrido uma lesão em seu primeiro ano. Contudo, acredito muito que, com a recuperação de Hunter Henry e a manutenção de Keenan Allen, este time deve ter um dos melhores ataques aéreos da NFL.
Apesar de uma postura bastante conservadora nas aquisições, os Chargers parecem um time melhor após esta offseason, pois souberam melhorar os setores sem comprometer o cap ou perder algum jogador importante. Na AFC West, para mim, são favoritos não só pelo grupo que têm, mas por uma esperada queda de produção dos Chiefs.
Desempenho: positivo
(Foto: Reprodução Twitter / Los Angeles Chargers)
OAKLAND RAIDERS
Com certeza, este é o time que mais melhorou dentro da divisão, afinal, deixou de ser horrível – em teoria. Jon Gruden começou a offseason escolhendo o também ex-comentarista Mike Mayock para ser o general manager e trabalhar a seu lado. Reggie McKenzie, após um ótimo Draft e outras escolhas questionáveis, foi demitido.
A dupla Gruden-Mayock passou, portanto, a dar continuidade ao processo de reformulação de elenco dos Raiders, algo que o treinador já havia começado em seu primeiro ano. Alguns veteranos não estarão no elenco este ano, como os tight ends Lee Smith e Jared Cook, além do running back Marshawn Lynch. A defesa não tinha muitas peças importantes e foi alvo de uma total reconstrução após o último jogo.
Quando o período de free agency foi aberto, os Raiders assinaram um contrato milionário com Trent Brown, offensive tackle que venceu o último Super Bowl junto aos Patriots. Recentemente, Gruden informou que pretende manter Kolton Miller como left tackle, posicionando Brown como right tackle. Numa divisão recheada de pass rushers de elite, o lado de cada OT praticamente não altera sua importância e dificuldade. Ainda, assinou com Tyrell Williams (ex-Chargers, citado acima) e Ryan Grant, recebedores que podem ajudar a compor o jogo aéreo da franquia.
A free agency também trouxe jogadores defensivos para Oakland. Dos vice-campeões, o time buscou o defensive back Lamarcus Joyner, que deve ser alinhado frequentemente junto ao slot receiver, função que cumpre com competência. O fraco grupo de linebackers viu a chegada dos experientes Brandon Marshall e Vontaze Burfict, que devem ser titulares e comandarão a defesa.
Em meio a este período, o time ainda encontrou seu novo recebedor número 1: Antonio Brown. Em uma troca com o Pittsburgh Steelers, os Raiders enviaram apenas uma escolha de terceira e outra de quinta rodada para adquirir o que muitos consideram como melhor wide receiver da NFL. O vestiário, contudo, é uma preocupação, porque coloca no mesmo ambiente vários jogadores com histórico de problemas de comportamento.
Mesmo com uma boa free agency, o time ainda dependia de um bom Draft para deixar de ser um vexame. E o saldo, com certeza, foi positivo. Embora inicialmente não tenha gostado da opção por Clelin Ferrell, uma vez que Josh Allen estava disponível na posição 4, o ex-Clemson é um ótimo jogador, capaz de produzir em alto nível na NFL. Após um ano com apenas 13 sacks na temporada, a defesa precisa maximizar esse talento.
Além de Ferrell, o time ainda selecionou o melhor RB da classe, Josh Jacobs (Alabama), e um safety bastante versátil para ser um hard hitter (Johnathan Abram, Mississippi State), todos na primeira rodada. Nos dias seguintes, destaco a adição de Trayvon Mullen (CB) e, principalmente, Hunter Renfrow (WR), ambos ex-Clemson que devem ajudar muito a equipe.
O time ainda não parece capaz de desafiar os concorrentes e levar o título da divisão, mas, com certeza, é muito melhor do que na última temporada. Sendo este o último ano em Oakland antes da mudança para Las Vegas e com tantas atrações de qualidade (e perigosas) no vestiário, os Raiders serão um dos times mais interessantes de acompanhar em 2019.
Desempenho: positivo
ANÁLISE: OFFSEASON NFL 2019
Próximas:
AFC Leste – 13/5
NFC Leste – 16/5
NFC Norte – 20/5
AFC Norte – 23/5
AFC Sul -27/5
NFC Sul – 30/5
(Foto: Reprodução Twitter/Oakland Raiders)