[ANÁLISE] Offseason da NFL 2019: Divisão Leste da NFC
Uma das divisões mais equilibradas da NFL promete boa disputa para coroar o rei do leste na Conferência Nacional
A NFC Leste costuma ser a divisão mais equilibrada da Conferência Nacional e da própria NFL. Diferente do lado leste da AFC, na qual o New England Patriots impera soberano desde 2003, a mesma divisão na NFC não tem um campeão em anos seguidos desde 2004, quando o Philadelphia Eagles ganhou quatro vezes seguidas – de 2001 a 2004. De lá para cá, cada uma das quatros franquias ganhou ao menos duas vezes o título de rei do leste desta conferência.
Em 2019, as movimentações de Cowboys, Giants, Eagles e Redskins, tanto no período da free agency como no Draft, podem ter influenciado claramente quem são os favoritos – ou não – a levar o troféu da divisão. E com a abertura oficial da temporada da NFL a pouco mais de 100 dias, a equipe The Playoffs continua com seu especial de offseason.
Para isso, coube a este que vos fala analisar as contratações, trocas e escolhas feitas pelas quatro equipes da Divisão Leste da NFC até aqui e o que esperar para deles para o 100º ano da maior liga do mundo.
(Foto: Reprodução Twitter/Dallas Cowboys)
DALLAS COWBOYS
Em 2018, os Cowboys surpreenderam e conquistaram a divisão com méritos. Para 2019, o Time da América tem em seu novo coordenador ofensivo e técnico de quarterbacks, Kellen Moore, uma esperança para um playbook ainda mais consistente e adaptado ao perfil de Dak Prescott, já que Moore foi companheiro do camisa 4 há três anos e teve uma ascensão meteórica graças à confiança de Jerry Jones, em um bom trabalho para a melhora de seu jogo aéreo.
E falando em melhora ofensiva, o time contará com o retorno do center Travis Frederick depois de um grave problema de saúde e do wide receiver Allen Hurns, que ainda se recupera de uma fratura na perna, mas deve jogar nesta temporada. A franquia ainda trouxe na free agency Randall Cobb e Tavon Austin para dar ainda mais armas para Prescott e aumentar a competição entre os recebedores, pois o único que deve ser considerado titular absoluto até aqui é Amari Cooper.
A provável notícia de maior impacto e que trouxe mais felicidade para o torcedor dos Cowboys foi a decisão do tight end Jason Witten decidir deixar sua aposentadoria e o trabalho como comentarista da ESPN americana para retornar aos gramados da NFL para atuar na sua 16ª temporada pela franquia de Dallas.
Na defesa, os Cowboys trouxeram o defensive end Robert Quinn do Miami Dolphins já que Randy Gregory e David Irving foram suspensos mais uma vez, sendo que o segundo decidiu se aposentar da liga, fora DeMarcus Lawrence e Antwaun Woods estarem se recuperando de cirurgias no ombro. O veterano George Iloka também foi adicionado ao elenco para reforçar a secundária.
Já no Draft, sem escolhas de primeira rodada, Dallas trouxe na segunda rodada o defensive tackle de UCF Trysten Hill, mas os problemas na secundária – principalmente na posição de safety – não foram endereçados como se era esperado. Chegaram o cornerback Michael Jackson e o safety Donavan Wilson na quinta e sexta rodadas respectivamente. Entretanto, o nome que poderá um impacto maior é o guard Connor McGovern, que pode evoluir e fazer parte efetivamente da forte linha ofensiva texana.
2019 deve ser o ano derradeiro para Jason Garrett continuar no cargo de head coach dos Cowboys, já que sua demissão é especulada por boa parte da imprensa americana há algum tempo. Com a defesa jogando bem, as chances de brigar pelo título da divisão novamente são bem grandes. Mas isso pode não ser o bastante caso a equipe fique pelo caminho nos playoffs mais uma vez.
Desempenho: positivo
NEW YORK GIANTS
O que falar da offseason do New York Football Giants? É até difícil prever algo positivo para a nova temporada da NFL já que o general manager Dave Gettleman fez questão de mandar o seu melhor jogador ofensivo e o melhor defensivo embora de uma só vez. Se com Odell Beckham Jr. e Landon Collins já estava difícil, sem eles se imagina que fique ainda pior.
Enquanto Collins saiu de graça para um rival de divisão, a troca por OBJ valeu aos Giants três jogadores de defesa: o safety Jabrill Peppers e as es escolhas no Draft do defensive tackle Dexter Lawrence e o edge rusher Oshane Ximenes, na primeira e terceira rodadas, respectivamente.
Falando em Draft, o lado azul de Nova York não soube aproveitar as escolhas iniciais que tinham. Gettleman apostou (muito) alto em Daniel Jones na sexta escolha geral, sendo que Josh Allen (foi pros Jaguars) estava disponível e o pass rush é uma das grandes necessidades do Big Blue. Fora isso, apostar em Lawrence foi outra estratégia arriscada do GM que disse que daqui três anos “veremos” que as escolhas dele foram acertadas. Até lá, o torcedor do New York Giants não vê esperança em um futuro com Jones como franchise quarterback.
O possível acerto veio na boa dupla de cornerbacks selecionados. Deandre Baker terminou a temporada de 2018 do college football como o melhor CB do país jogando por Georgia, mas ainda sim saiu caro para ser escolhido no fim da primeira rodada. Já Julian Love foi um grande achado na quarta rodada e possui um bom teto para se desenvolver no nível profissional.
Para suprir a ausência de Beckham Jr., New York renovou com o Sterling Shepard e apostou no veterano Golden Tate, mas com em um contrato com muito dinheiro garantido ao jogador de 30 anos e que não teve uma boa produção no ano passado. Além deles, a equipe assinou na free agency da NFL com Cody Latimer, Russell Shepard e Corey Coleman, que estavam no elenco ativo dos recebedores em 2018 e disputaram entre si pela titularidade em um grupo sem profundidade.
Já a linha ofensiva tende a melhorar para a temporada 2019, com as adições dos guards Kevin Zeitler – trocado por Olivier com o Browns – e Mike Remmers, ex-Vikings, que deve atuar como right guard. Ambos devem ajudar Jon Halapio, Will Hernadez e Nate Solder – que ainda deve fazer jus ao grande contrato que recebeu ano passado – na proteção de Eli Manning e a “estrela solitária” desse ataque, o running back Saquon Barkley.
A defesa, que é a unidade com mais renovações em relação à última temporada, trouxe o free safety Antoine Bethea, que deve jogar ao lado de Peppers. Mas o forte da unidade defensiva se mantém no linebackers Alec Ogletree, B.J. Goodson e Lorenzo Carter. Só resta saber o quanto todas essas mudanças influenciarão no ano dos Giants, que devem ter a pior campanha da NFL em 2019 a primeira escolha geral do Draft em sua história em 2020 no provável último ano de Eli Manning como signal caller da franquia da NFL.
Desempenho: negativo
(Foto: Reprodução Twitter/NFL Network)
PHILADELPHIA EAGLES
Os Eagles têm o melhor elenco entre os quatro desta análise e o melhor retrospecto da divisão nos playoffs nos últimos dois anos, mas vêm de uma temporada um pouco frustrante.
Para 2019, o head coach Doug Pederson espera contar com um Carson Wentz saudável por toda a temporada, ainda mais com a saída de Nick Foles. A franquia investiu em reforçar a equipe em torno do camisa 11, melhorando a linha ofensiva e dando mais armas para mover as correntes. A renovação com Jason Petters por mais um ano ajuda no planejamento futuro defensor do blind side do QB.
Via Draft, chegaram o left tackle Andre Dillard, melhor pass protector do recrutamento, o running back Miles Sanders, que substituiu bem Saquon Baskley em Penn State ano passado e o wide receiver JJ Arcega-Whiteside, que deve ser um grande alvo para os passes de Wentz.
O ataque conta com a volta de um velho conhecido: DeSean Jackson. O recebedor volta a Philly após cinco temporadas longe da franquia que o draftou em 2008 e foi sua casa por seis anos. Outro bom nome que chega a Filadélfia é o RB Jordan Howard, para reforçar um backfield que terá uma grande disputa, pois ainda conta com Corey Clement, Josh Adams e Wendell Smallwood.
A defesa teve a saída de Michael Bennett e a aposentadoria de Haloti Ngata, mas em compensação chegaram o defensive tackle Malik Jackson e o retorno do defensive end Vinny Curry. A equipe renovou com o cornerback Ronald Darby e assinou com safety Andrew Sendejo e o linebacker Zach Brown, além de renovar com Brandon Graham. Peças que podem ajudar o Philadelphia Eagles a retomar o topo da divisão.
Elenco para isso a franquia tem, basta saber como o time vai se sair nos playoffs da NFL sem o reserva de ouro, Nick Foles, e com titular absoluto, Carson Wentz.
Desempenho: positivo
(Foto: Reprodução Twitter/Philadelphia Eagles)
WASHINGTON REDSKINS
O trabalho feito pelo front office da franquia da capital norte-americana durante a offseason tem um um objetivo claro: voltar aos playoffs. O time trabalhou bastante para buscar peças que possam levar a um recorde positivo em 2019 e brigar de igual para igual dentro divisão com Cowboys e Eagles.
A primeira coisa que Washington fez para tentar resolver o principal problema da equipe foi trocar com os Broncos pelo quarterback Case Keenum para ser o seu titular – a princípio –, já que Alex Smith não retorna este ano, se é que ele volta aos campos da liga novamente. Logo após, os Redskins aproveitaram a oportunidade e trouxeram Landon Collins para liderar a sua secundária. Junto dele, um velho companheiro de unidade nos Giants, Dominique Rodgers-Cromartie, que voltou atrás em sua aposentadoria.
Outra escolha de Washington foi a manutenção do que vinha dando certo. A organização assinou um novo contrato com o running back Adrian Peterson, que deve ser titular em backfield que contará com Derrius Guice – retornando de lesão e finalmente estreando na NFL -, Chris Thompson e uma escolha de quarta rodada no Draft, Bryce Love, que se recupera de uma ruptura do ligamento cruzado anterior. Uma boa dor de cabeça, já que Jay Gruden ama correr com bola e utilizar seus RBs para passes.
Se não bastasse isso, uma boa sorte no Draft sempre cai bem. E Washington não precisou subir para ter o seu desejado signal caller. Na 15ª, Dwayne Haskins chega com o status de futuro da franquia e que vai disputar a titularidade com Keenum desde a semana 1. Outra adição que vai deixar o time mais forte é o bom Montez Sweat. Os Redskins aproveitaram a oportunidade imposta a eles e agarrou com unhas e dentes.
Se Trent Williams estiver saudável, já que Eric Flowers não será nunca uma solução, e o jogo aéreo ajudar, já que Paul Richardson e Josh Doctson nem sempre são confiáveis, o ataque pode fluir bem. Com Jordan Reed atuando como em 2015 e ao trazer um velho conhecido de Haskins nos tempos de Ohio State como Terry McLaurin, isso pode fazer a unidade ofensiva subir de patamar.
Uma forte linha defensiva com Sweat, Daron Payne e Jonathan Allen e uma secundária sob o comando de Collins e Josh Norman podem dar trabalho para os ataques adversários. A grande dúvida é a contratação de Reuben Foster para o corpo de linebackers. O jogador pode ser uma grande dor de cabeça se os seus problemas extracampo continuarem. Pelo menos demonstra querer assumir um papel de protagonismo nesta unidade. E tem talento.
Resta ao irmão mais novo de Jon Gruden saber como organizar e fazer esse time recheado de talentos mostrar o seu melhor em campo na NFL.
Desempenho: regular
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
ANÁLISE: OFFSEASON NFL 2019
Próximas:
NFC Norte – 20/5
AFC Norte – 23/5
AFC Sul -27/5
NFC Sul – 30/5