10 coisas que aprendemos com o NFL Combine 2017
Os futuros jogadores da NFL mostraram suas qualidades e defeitos no Combine. O que aprendemos sobre eles?
No último final de semana aconteceu o Scouting Combine da NFL. Os futuros rookies demonstraram suas qualidades para general managers, treinadores e olheiros das 32 franquias no Lucas Oil Stadium, em Indianápolis.
Observando os jogadores fazendo as atividades técnicas fica mais fácil perceber o que eles iram trazer para a liga e como isso vai influenciar no Draft. Vamos ver o que foi possível identificar e o que aprendemos após as atividades.
Myles Garrett tem que ser o first pick
Myles Garrett é um defensive end que pode jogar de outside linebacker dependendo do esquema tático da defesa que for jogar. Suas qualidades técnicas já demonstravam que ele deveria ser a primeira escolha geral do Draft, mesmo que sua posição não seja a principal necessidade do Cleveland Browns.
Garrett deu um show, mostrou que os Browns cometerão um grande erro se resolverem escolherem outro jogador que não o prospecto de Texas A&M. Os torcedores dos Browns que viram o combine estão muito felizes, pois o fato de terem duas escolhas no primeiro round pode ajudar ao time não cometer esse erro.
Christian McCaffrey vale um pick no top 20; Dalvin Cook precisa melhorar
O Draft desse ano traz muitos running backs bons dando sequência na qualidade técnica do ano passado de Ezekiel Elliott, Derrick Henry e Jordan Howard. O melhor deles, Leonard Fournette, de LSU, teve um ótimo desempenho e deve ter garantido a escolha dentro do top 10, que já era esperado.
Já Christian McCaffrey, de Stanford, é um RB interessante, ele é um faz tudo. Uma mistura de Tyreek Hill, Danny Woodhead e Le’veon Bell, guardadas devidas proporções. Porém havia uma dúvida se a qualidade de McCaffrey no college pode se traduzir para NFL. McCaffrey teve o melhor desempenho no Combine e mostrou que ele será um ótimo jogador.
Filho do ex-wide receiver Ed McCaffrey, do Denver Broncos, ele demonstrou que tem qualidade suficiente para justificar uma escolha dentro do top 20 do Draft. Lembrando o ex-time do pai de McCaffrey tem a 20ª escolha e observou de perto o jogador.
Dalvin Cook, de Florida State, é um ótimo jogador e também sairá dentro do top 20, mas sua performance não foi tão boa quanto a dos outros e ele pode ter perdido a chance de brigar com Fournette pelo posto de primeiro RB escolhido no Draft.
John Ross III vai subir no Draft; outros também
John Ross III, WR de Washington, fez seu nome. A marca do tiro de 40 jardas estava estabelecida desde 2008, quando Chris Johnson correu essa distância em 4.24 segundos. Desde então ninguém imaginava que essa marca seria quebrada, a ponto da Adidas fazer a promessa de dar uma ilha privada se alguém quebrasse essa marca usando um de suas chuteiras.
Ross correu a marca em 4.22 segundos, mas não usou a chuteira daquela marca. “Eu não sei nadar bem, eu não tenho barco. Preferir usar minha chuteira mesmo.”, disse Ross.
Ele fez bem, esse tempo vai fazer ele subir no Draft. De final do primeiro round ou começo do segundo, os analistas já avaliam que Ross pode sair dentro do top 15.
Outros jogadores ajudaram bem suas causas. O WR Chris Godwin, de Penn State, o linebacker Tyus Bowser, de Houston, e o cornerback Fabian Moreau, de UCLA, mostraram para os scouts que merecem serem escolhidos em posições melhores do que os analistas estavam esperando.
Algum time terá referencias Star Wars por pelo menos 10 anos
Outro jogador que vai subir e possivelmente entrar na conversa para ser escolhido no primeiro round é um jogador que vai trazer muitas referências aos fãs de Star Wars. O safety Obi Melifonwu, de Connecticut, talvez teve o melhor Combine deste ano. Ele teve o melhor desempenho nas práticas de salto. No Vertical Jump (Salto em Altura) ele conseguiu de 44 inches, aproximadamente 111 centímetros, e no Broad Jump (Salto em Distância) fez um salto de 11’9”, aproximadamente 3 metros e meio.
Obi é um jogador interessante e tem tudo para ter uma excelente carreira por 10 ou mais anos. May the force be with you Obi (que a força esteja com você, Obi).
Reuben Foster vai cair no Draft; outros também
O Combine também serve para fazer jogadores perderem posições nas listas de preferencias de cada time. Vai ser o caso do linebacker Reuben Foster, de Alabama, que demonstrou que tem uma cabeça fraca e que suas qualidades técnicas podem ser inúteis se seu comportamento for desse jeito.
Foster arranjou confusão em um hospital onde o staff médico do Combine estava, tendo um embate acalorado com um dos médicos. Seu comportamento fez a NFL mandá-lo de volta para casa sem ter a oportunidade de conversar com os times e muito menos mostrar seus atributos como jogador. Além disso outros jogadores de sua posição tiveram desempenhos ótimos, isso pode levar alguns times a escolherem os jogadores que não têm esse tipo de problema extra campo.
Teve aqueles que tiveram desempenho fraco em campo e devem ver outros jogadores saindo antes deles. O pior caso foi o do cornerback Teez Tabor, de Florida, que foi tão mal a ponto de perder a consideração de possível seleção de first round para ser considerado uma escolha arriscada que possa nem ter consideração de muitos times.
É a melhor classe de TE dos últimos anos
O grupo de tight ends fizeram um show. Diferente dos últimos anos, que quase não houve seleção de TEs na primeira rodada, depois desse combine é possível imaginar dois ou até três jogadores da posição sendo selecionados entre os 32 primeiros. O.J. Howard, de Alabama, está garantido. Há quem ache que Howard tem chances de se tornar tão bom quanto Rob Gronkowski. David Njoku, de Miami, e Evan Engram, de Ole Miss, são os outros dois que podem se juntar a Howard no primeiro round.
Ainda há outros jogadores que não vão ser selecionados nos primeiros rounds, mas demonstraram que têm qualidades para serem bons na NFL. Bucky Hodges, de Virginia Tech, Jordan Leggett, de Clemson, e Adam Shaheen, da pequena universidade de Ashland, tiveram ótimos resultados e impressionaram os olheiros. Jake Butt, de Michigan, não pôde participar das atividades de campo devido uma lesão no joelho, mas relatos que ele impressionou staffs técnicas nas reuniões.
É a melhor classe de secundária dos últimos anos
Assim como os tight ends, secundária é o que não falta nesseDraft pelo que foi visto no Combine. Entre cornerbacks e safeties, há tantos jogadores bons que será difícil para os times escolherem quem vão trazer para o time. É possível vermos muitos jogadores dessas posições serem escolhidos nas rodadas do meio para o fim e terem ótimas carreiras na NFL.
Só para o primeiro round há pelo menos de 10 a 15 jogadores que merecem essa consideração. Os CBs Marshon Lattimore e Gareon Conley, ambos de Ohio State, Sidney Jones IV, de Washington, Tre’Davius White, de LSU, e Marlon Humphrey, de Alabama, podem ter esperanças de serem escolhidos na primeira noite.
Já os safeties Jamal Adams, de LSU, Malik Hooker, de Ohio State, Jabrill Peppers, de Michigan, Budda Baker, de Washington, e o já mencionado Obi Melifonwu podem ficar tranquilos. Todos têm boas chances e seriam inesperado um deles cair fora da primeira rodada.
É a pior classe de linha ofensiva dos últimos anos, mas há esperanças
Já jogadores de linha ofensiva estão uma lastima. São poucos jogadores que estão prontos para a NFL. Garett Bolles, de Utah, Cam Robinson, de Alabama, e Forrest Lamp, de Western Kentucky, foram os poucos que demostram qualidades para justificar uma escolha alta de times que precisam melhorar nessa posição. Ryan Ramczyk, talvez o melhor de toda classe, não pode participar por lesão e continua com incógnita.
Entretanto, temos esperanças, há jogadores que têm qualidades para serem bons na liga, mas precisaram de um tempo para se adaptar aos padrões de jogo dos profissionais. Taylor Moton, de Western Michigan, demonstrou que com os treinadores certos sua transição pode ser mais rápida do que pensamos. Já jogadores como Julie’n Davenport, de Bucknell, Zach Banner, de USC, e Aviante Collins, de TCU, precisaram de tempo e treino, mas eles darão bons resultado há quem os escolher.
Nenhum quarterback está pronto
Isso mesmo, dificilmente veremos algum quarterback desse Draft ter resultados imediatos na liga, a não ser que um deles surpreenda como Dak Prescott surpreendeu no último ano. Isso vale para os que devem ser escolhidos na primeira rodada também.
Mitchell Trubisky, de North Carolina, e Deshaun Watson, de Clemson, de longe são os melhores pelo que mostraram no estádio dos Colts. Porém nenhum dos dois está pronto e muito menos deveriam ser escolhidos pelos 5 primeiros times do Draft. Contudo, quem os escolher terá boas chances de ter um ótimo QB daqui 2 anos.
Esse pode ser o melhor draft de todos os tempos
É difícil lembrar de um Draft com tanta qualidade técnica que nem este de 2017. O tempo irá dizer, mas é possível imaginar muitos jogadores dominantes saírem desse Draft para os campos da NFL dando alegrias para diversos times.
O time que tiver um bom Draft pode encontrar o caminho para um Super Bowl com jogadores que irão ser escolhidos em abril.
(Fotos: Reprodução Instagram)