UM DIA NA NCAA: Ohio State Buckeyes x Michigan State Spartans
Saiba como foi a experiência de estar no estádio durante o jogo entre Ohio State Buckeyes e Michigan State Spartans
Quando surgiu a oportunidade de assistir do estádio, durante minhas férias em Columbus, à partida entre Ohio State Buckeyes e Michigan State Spartans, não pensei duas vezes. Apesar de ainda estar engatinhando no futebol americano, não poderia deixar passar a oportunidade de participar de um dos jogos mais importantes do esporte universitário norte-americano.
Para quem não está a par, a rivalidade entre as universidades dos estados vizinhos de Ohio e Michigan é uma das mais intensas do país. Os principais rivais dos Buckeyes, na verdade, são os Wolverines, da Universidade de Michigan, mas a boa campanha dos Spartans neste ano e o fato de ser o último jogo dos atuais campeões nacionais em casa na temporada elevaram o grau de importância do confronto.
Durante a semana do jogo, o duelo foi devidamente esquentado nas redes sociais dos dois times, mas foi na véspera da partida, durante minha viagem do Rio de Janeiro para Columbus, que deu mesmo para medir quão séria a coisa seria.
Fiz minha conexão em Atlanta e o voo que pegaria para Columbus estava superlotado. Para tentar atender a todos os passageiros, a companhia aérea passou a oferecer uma compensação de 200 dólares em crédito, além de acomodação e transporte, para quem aceitasse seguir no voo da manhã seguinte. O valor oferecido subiu para 500, 800 e até mil dólares e ainda ficou gente de fora! Durante minha espera em frente ao portão de embarque, ouvi por muitas vezes, na maioria delas de pessoas vestindo camisas e bonés de Ohio State, a justificativa: “Se o jogo não fosse amanhã eu aceitaria, é um bom negócio”.
Quando o avião pousou em Columbus, a comissária de bordo não se conteve e lamentou o fato de não poder ir ao jogo no microfone, antes de soltar o clássico “Go Bucks!”. A mensagem ainda se repetiria seguidamente na programação das rádios locais e até no letreiro dos itinerários dos ônibus que circulam pela cidade.
Chega o dia do jogo, marcado para as 15h30, e às 9h da manhã a ESPN já está ao vivo de um estúdio montado no campus da Universidade de Ohio State, ao lado do estádio, trazendo informações sobre a partida, com centenas de torcedores vestindo vermelho e levando cartazes ao fundo.
Chegamos cedo ao local do jogo para garantir uma vaga no estacionamento (quase 5h de antecedência) e o movimento nas ruas vizinhas era de impressionar. Por superlotação, tivemos que sair de dois restaurantes onde pretendíamos almoçar, pois seria simplesmente inviável.
No caminho de volta para o estádio, os tradicionais tailgates por todos os lados. Muitas famílias, apesar do frio que fazia, comiam, bebiam e se divertiam à espera do jogo. No acesso ao estádio, nenhuma dificuldade para entrar, ainda que supostamente medidas extras de segurança tenham sido adotadas para a partida.
Já do lado de dentro, e instalados em nossos assentos, pudemos ver as arquibancadas serem ocupadas pouco a pouco até alcançarem a marca de 108.975 presentes, batendo o recorde de público do Ohio Stadium. O frio de até cinco graus negativos não foi problema: casacos, cachecóis, gorros, luvas e até cobertores deram conta.
As bandas das duas universidades são um show à parte, com apresentações no gramado antes e no intervalo do jogo, além de entrarem em ação cada vez que seu time consegue avançar pelo campo. A resposta vinha das arquibancadas em bom som, com praticamente todos os torcedores se manifestando com cânticos, cartazes e mosaicos, inclusive os que vieram de Michigam para apoiar os Spartans.
No final, o field goal de Michael Geiger transformou a festa dos fãs do Buckeye em um grande silêncio, só interrompido pelas críticas à estratégia ofensiva da equipe na partida. Apesar de derrota decepcionante, o clima foi de tranquilidade na saída do estádio e, apesar da enorme concentração de pessoas na região, a saída pelas vias próximas não foi tão complicada.
No fim das contas, a conclusão que tiro desta experiência é aquela que eu já esperava: se você está nos Estados Unidos, não perca a chance de ir a um evento esportivo, seja ele das ligas profissionais ou universitárias. Você não vai se arrepender!