Quem surpreendeu e quem decepcionou na temporada – American
Mesmo fazendo parte do Group of Five, vários times da AAC derrotaram equipes do Power Five
A temporada de 2015 do futebol americano acabou e nada – mas nada mais mesmo – nos resta para fazer até o final de agosto. A offseason do College Football é extremamente parada e, para evitar possíveis surtos, vamos relembrar um pouco da temporada que se foi. Algumas lembranças são boas, outras nem tanto. Isso depende muito para qual universidade você torce.
Vamos fazer uma avaliação geral das equipes que fizeram temporada superior ou inferior às expectativas. As universidades que fizeram uma campanha “na média” ficarão de fora neste caso.
Quem surpreendeu
Houston Cougars: Mesmo na primeira temporada de Tom Herman como treinador dos Cougars, a equipe conseguiu vencer 13 partidas pela primeira vez na sua história e terminou ranqueada pela Associated Press como #8, 3ª melhor posição da história do programa em um ranking final. Não fosse a derrota contra Connecticut, quando o quarterback Greg Ward Jr. esteve fora devido a uma lesão, o time provavelmente terminaria a temporada invicto e em uma posição ainda melhor. No decorrer da temporada, derrotou as duas equipes do Power Five que enfrentou – Louisville e Florida State – e vencey sem dificuldades duas das principais potências da conferência, Navy e Temple. Será interessante verificar como o time se comportará nos próximos anos – ainda mais se considerarmos que a universidade tem boas chances de entrar para a Big XII no futuro.
Navy Midshipmen: A sua estreia da American não poderia ter sido melhor: 11 vitórias em uma temporada pela primeira vez em sua história, ranqueada no Top 25 final de temporada pela segunda vez em 52 anos e com seu quarterback Keenan Reynolds tendo quebrado a marca de touchdowns terrestres para um jogador na história da NCAA em toda a sua carreira, com 88. Se considerarmos que a academia naval não é tão focada nos esportes e que nunca consegue fazer grandes recrutamentos por não ser uma “faculdade” em si, o trabalho do treinador Ken Niumatatolo é mais do que louvável. Navy deve demorar a repetir o feito novamente.
Temple Owls: Mesmo com vários jogadores retornando para a sua última temporada, fazendo com que a equipe fosse uma das mais “velhas” do College Football em 2015, o ano de Temple foi muito acima da média. O time derrotou a rival estadual Penn State pela primeira vez desde 1941 e jogou de igual para igual contra a fortíssima equipe de Notre Dame. A despeito do trágico final de temporada e da não presença do programa no Top 25 pós-Bowl Season, Temple conquistou a sua 2ª temporada com 10 vitórias na sua história, igualando o recorde de 1979. Se tivesse vencido seu Bowl, poderíamos colocar – questionavelmente – este ano como o melhor da história do programa.
South Florida Bulls: O treinador Willie Taggart iniciou a temporada fortemente ameaçado de demissão caso não fizesse uma boa temporada. Apesar do começo bastante fraco, a equipe embalou no fim do ano, vencendo 7 dos seus últimos 8 jogos e produzindo vitórias largas e surpreendentes – como o 65-27 sobre Cincinnati e o 44-23 sobre uma Temple ainda ranqueada. Apesar da derrota na Bowl Season contra Western Kentucky, 2015 deixa o torcedor de South Florida esperançoso para 2016.
Quem decepcionou
UCF Knights: Presença óbvia neste post. Como explicar uma temporada sem NENHUMA vitória apenas dois anos após derrotar Baylor no Fiesta Bowl? Adversários fracos não faltaram: FIU, Furman, Tulane. O planejamento do time fracassou como um todo e George O’Leary, treinador da equipe desde 2004, resolveu se aposentar antes que a situação ficasse ainda mais feia para seu lado. Não adiantou. Há muito tempo não se via um time tão ruim em Orlando. Momentos e desempenhos memoráveis ficarão para sempre na história da universidade, mas O’Leary também ficará conhecido por ter saído do mesmo modo que entrou: sem vencer nenhuma partida (em 2004, UCF terminou sua temporada com 0-11).
SMU Mustangs: Em processo de renovação e com uma comissão técnica totalmente nova, o time até animou no começo da temporada, jogando de igual para igual em alguns períodos contra Baylor e TCU. Porém, o que se viu foi um verdadeiro castelo de cartas: com uma defesa que cedeu mais de 45 pontos por jogo, em média, a equipe chegou ao ponto de perder até para James Madison, da FCS (e o pior: cedendo 48 pontos contra ela). Não há como vencer jogos com uma defesa tão ruim. O resultado? Uma campanha 2-10, abaixo do que era esperado pelo programa em 2015.
East Carolina Pirates: A temporada da equipe foi marcada pelos altos e baixos. Se, por um lado, chegou a derrotar Virginia Tech, por outro, levou uma surra da fraquíssima equipe de Connecticut (que, frise-se, possuía um dos piores ataques da FBS). Para fechar o ano com chave de ouro, perdeu em casa para Cincinnati e deixou escapar a vaga na Bowl Season, em um ano aquém das expectativas da equipe, que esperava, no mínimo, a participação em um Bowl.
Cincinnati Bearcats: O fato de Cincinnati ter ido para a Bowl Season não tira o fato da temporada ter sido abaixo do esperado. Para uma equipe que se acostumou a vencer ao menos 9 partidas desde 2011 e contava com Gunner Kiel, um quarterback de nível consideravelmente alto, vencer míseros 7 jogos e ainda apanhar na pós-temporada para San Diego State não reflete – nem de perto – o tamanho do programa. Os Bearcats são um dos programas mais relevantes do Group of Five, mas 2015 não refletiu isso. Tommy Tumberville, treinador do time, terá que provar na próxima temporada que o mau desempenho no ano passado foi apenas um deslize.
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