[PRÉVIA] Semana 2 da Bowl Season
Seis partidas preenchem o sábado pós-natalino
HO HO HO! Depois de uma farta celebração de natal, com seus tios fazendo a piada do pavê, do peru, perguntando dos(as) namoradinhos(as) e muitas outras coisas mais, voltamos ao trabalho. E desde quando a gente chegou a parar neste fim de ano?
Depois dos primeiros dias de Bowl Season serem praticamente monopolizados a times do Group of Five, neste sábado, finalmente, equipes do Power Five entram em campo. Em alguns casos, times médios do Power Five enfrentam potências do Group of Five para testar forças.
O sábado será farto de partidas, para a alegria geral. Então, para quem está de férias e na ressaca pós-natal, os Bowls do College Football são uma excelente pedida. Confira as nossas prévias abaixo.
Todas as partidas abaixo são do dia 26/12 e todos os horários das partidas são de Brasília.
St. Petersburg Bowl – Marshall Thundering Herd (9-3) vs. Connecticut Huskies (6-6)
Por Carlos Massari
Horário: 14 horas – JOGO COM TRANSMISSÃO AO VIVO NA ESPN+
Local: Tropicana Field, Saint Petersburg, Florida
De um lado, um dos piores ataques de toda a FBS. Connecticut marcou mais de vinte pontos em apenas duas de suas doze partidas no ano, mesmo não estando em uma das conferências mais fortes. Os Huskies tem apenas o 83º melhor jogo aéreo do país, o que já seria ruim o suficiente caso as coisas funcionassem pelo chão. Mas, na verdade, elas se tornam ainda piores: 122º no ranking de jardas por carregada. Não é à toa que existiram jogos como a vitória por 7 a 3 sobre Tulane, nos quais a defesa venceu sozinha: o touchdown solitário foi num retorno de interceptação.
Do outro, um time que ainda sente falta de sua estrela: Marshall foi uma das maiores potências do group of five enquanto tinha o quarterback Rakeem Cato, mas com a formatura do jogador no ano passado, ainda não encontrou a mesma qualidade. O freshman Chase Litton assumiu a titularidade e demonstrou ter futuro, mas ainda é inexperiente e enfrentará seu primeiro bowl game. Sem ter também um grande jogo terrestre (apesar de muito melhor que o de Connecticut – 61º), a queda de rendimento foi inevitável.
Ou seja, esse será um Bowl defensivo. Connecticut absolutamente precisa que seus defensores estejam inspirados para sonhar com uma vitória, já que o ataque é inexistente – e Marshall tem a quinta melhor defesa contra o jogo aéreo do país. O que esperar? Uma overdose de punts. Three and outs aparecendo constantemente, e talvez até pontuações defensivas. Mas, no fim, a Thundering Herd é mais time e deve sair com a sua vitória em Bowl pelo terceiro ano consecutivo.
Hyundai Sun Bowl – Washington State Cougars (8-4) vs. Miami (FL) Hurricanes (8-4)
Por Guilherme Dalla Vecchia
Horário: 17 horas
Local: Sun Bowl, El Paso, Texas
Podemos esperar uma partida eletrizante e com muitos pontos nesta tarde de sábado, com destaque para os dois quarterbacks segundo-anistas.
Com um ataque aéreo profundo e muito agressivo, os Hurricanes de Miami, junto com o quarterback Brad Kaaya, prometem dar muito trabalho para a secundária adversária. Kaaya tem sido muito eficiente nesta temporada, completando quase 62% de seus passes e tendo uma média de 8,43 jardas por tentativa. Ele é o terceiro quarterback em toda história da Universidade de Miami a lançar para mais de 3 mil jardas em temporadas consecutivas. O running back Joseph Yearby também terá um papel fundamental neste confronto, equilibrando a ação ofensiva dos Canes e mantendo os linebackers de Washington State mais próximos da linha defensiva.
Os Cougars obteviveram algumas vitórias surpreendentes nesta temporada contra equipes como UCLA e Oregon. Muito desse sucesso deve-se ao quarterback Luke Falk, que já possui 4.266 jardas e 36 touchdowns neste ano. Falk tem sido muito consistente e preciso no decorrer de toda temporada: completou mais de 70% de seus passes e lançou para mais de 300 jardas em 10 partidas consecutivas. Em contrapartida, o jogo terrestre de Washington State não foi nada eficiente durante o ano. Seu principal running back, Gerard Wicks, correu para apenas 599 jardas e 3 touchdowns. Muito disso se deve ao pouco uso da ferramenta terrestre durante a temporada, mas não deixa de ser uma preocupação.
Zaxby’s Heart of Dallas Bowl – Southern Mississippi Golden Eagles (9-4) vs. Washington Huskies (6-6)
Por Pedro Ivo Fonseca
Horário: 17h20
Local: Cotton Bowl, Dallas, Texas
Esse jogo, por mais que Southern Miss tenha feito uma campanha interessante, tem uma disparidade por conta das conferências que as equipes atendem. A Pac-12 é muito mais forte que a C-USA, que tem times interessantes, porém bem mais fracos do que os adversários dos Huskies.
O time azul do noroeste americano precisa tomar cuidado com o forte ataque aéreo de Southern Miss, que é uma vertente bastante dominante dos Golden Eagles. Fazer com que o QB Nick Mullens erre seus alvos não anda sendo uma tarefa frutífera, já que ele tem 63,45% de passes completos. Porém, os defensive backs dos Huskies são bastante competentes e devem conseguir anular algumas jogadas do ataque adversário.
Quando Washington for ao ataque, precisará manter o estilo de jogo adotado ao fim da temporada: uma mescla importante entre o jogo corrido de Myles Gaskin e passes, principalmente para o wide receiver Jaydon Mickens e o tight end Joshua Perkins, que irão se despedir dos Huskies nessa partida para se graduarem.
New Era Pinstripe Bowl – Duke Blue Devils (7-5) vs. Indiana Hoosiers (6-6)
Por Felipe Michalski
Horário: 18h30 – JOGO COM TRANSMISSÃO AO VIVO NA ESPN
Local: Yankee Stadium, New York, New York
A partida é o clássico “ou vai, ou racha”. Universidades com muita tradição no basquete (apesar de Indiana já ter tido dias melhores no esporte), possuem programas apenas “médios” no futebol americano. Duke disputa a Bowl Season de forma ininterrupta desde 2012, mas fez uma campanha abaixo da média dos últimos dois anos, quando inclusive chegou a conquistar o título da divisão Coastal da ACC em 2013. No entanto, a última vitória em um jogo de pós-temporada dos Blue Devils foi em 1961. Indiana não disputava um Bowl desde 2007 e não vence um jogo de pós-temporada desde 1991. A fila que os dois enfrentam é gigante e um time terá o prazer de dar fim a ela neste sábado.
Duke é extremamente dependente do quarterback Thomas Sirk. Ele é o líder em jardas aéreas (só o que faltava não ser) com 2.462 e líder em jardas terrestres, com 648. O que sobra pro resto? Pouco. São 5,47 jardas por jogada, em média, o que lhes rende o posto de 5º pior da conferência no setor. Na defesa, o destaque vai para a contenção do jogo terrestre, a 3ª melhor da ACC. Ao contrário, a secundária é a 3ª que mais cedeu jardas aéreas por jogada, com 7,8, em média. Isso apesar de possuir destaques como o safety Jeremy Cash. Tudo isso pode ser resumido em um gigantesco “eita”.
Já Indiana é o time dos extremos. Enquanto possui o melhor ataque da Big Ten, com cerca de 490 jardas por jogo, cede, defensivamente, mais de 500 jardas na por partida, que dá o posto de pior da conferência para a unidade. O destaque fica para a dupla Nate Sudfeld, com mais de 3 mil jardas lançadas, e Jordan Howard, com 1.213 jardas terrestres. Os Hoosiers terão que resolver esta dicotomia ataque-defesa caso queiram ter uma campanha positiva.
Será um jogo interessante de se observar. A tendência é de um jogo equilibrado e, apesar de Indiana ser a favorita nas casas de apostas, vou de Duke.
Camping World Independence Bowl – Virginia Tech Hokies (6-6) vs. Tulsa Golden Hurricane (6-6)
Por Carlos Massari
Horário: 20h45
Local: Independence Stadium, Shreveport, Louisiana
De acordo com as casas de apostas, o Independence Bowl é o jogo de pós-temporada mais desigual. Por quê? Virginia Tech não teve uma temporada nada especial, com campanha 6-6, a mesma de Tulsa. O principal motivo é a diferença dos adversários enfrentados – os Hokies contam com derrotas contra equipes como Ohio State e North Carolina, enquanto o Golden Hurricane vem da American, considerada mais fraca.
O ponto mais forte da equipe de Tulsa encontra o ponto mais forte da de Virgina Tech, no que deve ser um matchup bastante interessante – o ataque aéreo do Golden Hurricane, comandado pelo junior Dane Evans, foi explosivo em vários momentos do ano. Ele conta com uma arma muito fundamental no wide receiver Keyarris Garrett, que tem uma média de 120 jardas recebidas por jogo. Porém, é muito complicado passar a bola contra os Hokies, donos de uma das melhores secundárias do FBS.
Também seria possível que a equipe do estado de Oklahoma tivesse problemas com o pass rush, já que foram cedidos 34 sacks no ano. Mas Virgina Tech não tem muito poder de pass rush, sendo apenas a 91ª universidade a colocar mais pressão nos quarterbacks adversários.
Do outro lado, é difícil saber o que esperar. Tanto o ataque dos Hokies como a defesa do Golden Hurricane são abaixo da média. Michael Brewer é um quarto-anista que tem apenas 12 touchdowns e 6 interceptações na temporada, não tendo alcançado a marca das 300 jardas em nenhum jogo. E ele não recebe muita ajuda de seu jogo terrestre, que ocupa a tenebrosa 114ª posição no ranking de jardas por tentativa.
Basicamente, Virginia Tech realmente leva vantagem por jogar em uma conferência com mais adversários de alto nível, mas a motivação está do lado de Tulsa, que pode se sentir desrespeitado por ser considerado um azarão tão grande contra um adversário sem nenhum destaque no ano.
O confronto ainda tem a adição do fato de ser o último jogo da carreira de treinador de Frank Beamer em Virginia Tech. Ex-cornerback da universidade entre 1966 e 1968 e treinador dos Hokies desde 1987, é extremamente identificado com a universidade e desde 1993 não possui uma campanha negativa. Se perder neste sábado, será a primeira vez em 22 anos que isso ocorrerá.
Foster Farms Bowl – UCLA Bruins (8-4) vs. Nebraska Cornhuskers (5-7)
Por Thaís Chuva
Horário: 0h15
Local: Levi’s Stadium, Santa Clara, California
Ambos os times chegam com algo a provar neste Foster Farms Bowl. UCLA quer provar que ainda tem um bom futuro na Pac-12 depois da saída de Brett Hundley que, quando titular, saiu do programa com temporadas consecutivas de 10 vitórias. O melhor que o calouro Josh Rosen conseguiu fazer em 2015 foi um 8-4. Nebraska precisa mostrar que merece a vaga na pós-temporada mesmo sem ter conquistado as 6 vitórias necessárias para ser elegível, com muitas derrotas sofridas por placares apertados.
A vitória de Nebraska está nas mãos do quarterback Tommy Armstrong Jr, que lançou para 2,856 jardas e 21 TDs, mas é o segundo QB do país em interceptações, com 16. O ataque, que tem média de 274,7 jardas por jogo, também conta com o running back Terrell Newby, que contabiliza 743 jardas e 5 touchdowns, e com o wide receiver Jordan Westerkamp, que já recebeu 63 passes para 874 jardas e 7 TDs. Já a defesa brilha do jogo terrestre, permitindo apenas 113,4 jardas por jogo. Porém, a secundária cede assustadoras 288,2 jardas aéreas por partida, em média.
A má secundária de Nebraska é uma boa notícia para os Bruins, que têm o jogador calouro ofensivo do ano da Pac-12, Josh Rosen. Rosen lançou para 3.349 jardas, 20 touchdowns e 9 interceptações em 2015. Thomas Duarte já recebeu 10 passes para TD, com 820 jardas e 16,7 jardas por recepção, em média. E se conseguir furar a linha defensiva, os Bruins ainda tem o habilidoso Paul Perkins, que soma 1.275 jardas e 13 TDs, com média de 5,7 jardas por tentativa.
Foto: Flickr