[PRÉVIA] Semana 12 do College Football – Pré-Rivalry Week
Novembro sangrento na Big XII persiste. Nas outras conferências, várias equipes do Power Five enfrentam times fracos na semana anterior aos clássicos da Semana 13
A temporada regular do College Football se aproxima do fim. Poucas equipes restaram de fato na luta por título nacional (na nossa opinião, só o Top 10, #17 North Carolina e #18 TCU ainda têm chances de ir ao College Football Playoff). Por isso, as últimas semanas reúnem equipes com objetivos mais “secundários” (conquistar o título da conferência, da divisão ou simplesmente alcançar as 6 vitórias necessárias para ir à Bowl Season.
Além disso, esta é a penúltima semana da temporada regular para as equipes de conferências que tem um jogo decisivo. Como a semana final reúne clássicos (Iron Bowl, Egg Bowl, Palmetto Bowl), esta semana geralmente não possui jogos entre times da mesma conferência, sendo assim uma data aberta. Algumas equipes resolvem folgar nesta semana; outras, cansadas com a temporada e precisando fazer os 12 jogos necessários, combinam jogos com universidades de FCS que, por vezes, não se destacam nem lá. Mesmo assim, a semana reúne alguns bons jogos.
Além de Felipe Michalski, do NCAA Football Brasil, temos a contribuição dos nossos colegas Henrique Riffel, do Futebol Americano Brasil, Matheus Rocha, do Extratime, Tiago Batista (palpites) e Thaís Chuva (previews), do 1st Pick e Pedro Ivo Fonseca, especialista em apostas esportivas.
Todos os jogos abaixo estão no Horário de Brasília.
PRINCIPAIS CONFRONTOS DO SÁBADO
Estes são os confrontos mais empolgantes do dia, decisivos para definir os rumos de equipes candidatas a título nacional. A vitória é a glória e o prosseguimento do sonho; a derrota, a sua redução ou até mesmo o seu fim.
#6 Oklahoma State Cowboys (10-0, 7-0 na Big XII) vs. #10 Baylor Bears (8-1, 5-1 na Big XII)
Por Pedro Ivo Fonseca
Horário: 22h30
Local: Boone Pickens Stadium, Stillwater, Oklahoma
Cotação: Oklahoma State é favorita por 1 ponto.
Esse jogo é o ideal para quem quer ver uma partida entre duas defesas que não conseguirão segurar os ataques. É um jogo para mais de 100 pontos no total. Os ataques têm médias que impressionam principalmente no jogo aéreo. Pelo lado dos Cowboys, o jogo corrido nem é tão eficaz: eles possuem 3.83 de média por carregada no geral e o melhor running back do time possui uma média de 4.13. Não são números que saltem os olhos. Porém, o time possui o bom quarterback Mason Rudolph, que possui um rating de 155.26, além de 18 touchdowns e 8 interceptações. Em situações de red zone, o quarterback reserva JW Walsh entra em campo e possui 10 TDs lançados e 10 TDs terrestres. Pelo lado de Baylor, o jogo terrestre funciona bem, com o RB Shock Linwood tendo média de 7.41 por carregada e 9 touchdowns. No jogo aéreo, o QB Jarrett Stidham substitui o titular Seth Russell, que se machucou e está fora da temporad. Stidham tem números excelentes, como um rating de 204.12, 11 touchdowns e 2 interceptações. As defesas não fazem um trabalho bom em nenhuma vertente. Só os Cowboys que conseguem trabalhar decentemente contra a corrida, porém com Linwood de adversário essa também será uma tarefa bastante difícil.
#7 Oklahoma Sooners (9-1, 6-1 na Big XII) vs. #18 TCU Horned Frogs (9-1, 6-1 na Big XII)
Por Felipe Michalski
Horário: 23 horas
Local: Gaylord Family Oklahoma Memorial Stadium, Norman, Oklahoma
Cotação: ATUALIZAÇÃO: Oklahoma é favorita por 17 pontos.
Outro confronto importantíssimo dentro da Big XII. Oklahoma vem com tudo após a vitória sobre Baylor. O time, sobretudo, conta com a parceria Baker Mayfield-Sterling Sheppard para conquistar mais uma vitória e prosseguir na luta por título nacional. A conexão entre Mayfield – que é candidato a vencer o Heisman Trophy – e Sheppard já rendeu 1003 jardas de recepção e 9 touchdowns, sendo de longe o recebedor mais acionado da equipe. No lado defensivo, Oklahoma tem a melhor defesa da Big XII: média de apenas 4,42 jardas cedidas por jogada, o que é um feito enorme dentro de uma conferência com ataques poderosos. Esse pode ser um dos trunfos para Oklahoma vencer.
Por outro lado, TCU tem a 2ª melhor defesa da conferência contra o ataque aéreo, que é no que Oklahoma mais se baseia: foram apenas 6,7 jardas cedidas por tentativa de passe. No entanto, questiona-se se isso será suficiente para travar o eficiente ataque de Oklahoma, o 3º mais prolífico da Big XII em pontos anotados, com 46,1 pontos por jogo, em média. No ataque, o quarterback Trevone Boykin (que ainda não tem presença certa no jogo devido a lesão sofrida no último sábado no confronto contra Kansas) terá que fazer a partida da sua vida. E isso sem poder contar com o wide receiver Josh Doctson, que está fora do resto da temporada regular devido a lesão. Doctson sozinho tem quase a metade das recepções de passes dentre todo o corpo de recebedores de TCU e recebeu para 14 touchdowns – quase a mesma quantidade que todos os outros wide receivers do time JUNTOS. Com eles, já seria um jogo complicado. Sem eles, a derrota para TCU é extremamente provável e a luta por título nacional acaba aqui.
#3 Ohio State Buckeyes (10-0, 6-0 na Big Ten) vs. #9 Michigan State Spartans (9-1, 5-1 na Big Ten)
Por Felipe Michalski
Horário: 18h30 – JOGO COM TRANSMISSÃO AO VIVO NA ESPN+
Local: Ohio Stadium, Columbus, Ohio
Cotação: Ohio State é favorita por 13 pontos.
Pela primeira vez na temporada, Ohio State enfrentará uma equipe ranqueada. E enfrentaria pela primeira vez um rival de conferência invicto, caso Michigan State não tivesse feito a presepada de perder para Nebraska. O problema de Ohio State reside na posição de quarterback: Cardale Jones ou JT Barrett? Na minha opinião, fica claro que Barrett, apesar de todos os problemas extra-campo e das carteiradas feitas, ainda assim continua sendo o melhor quarterback disponível em Columbus. Além dele, o running back Ezekiel Elliott também será peça importante para a vitória.
Para Michigan State, provavelmente será um dia longo: além de jogar fora e Ohio State ter a 2ª melhor defesa da Big Ten em jardas cedidas por jogada (média de 4,32), o time dependerá muito do quarterback Connor Cook, que completou apenas 6 de 20 passes para 77 jardas no jogo contra a fraca equipe de Maryland. Isso porque o ataque terrestre dos Spartans é o 2º pior da Big Ten, com apenas 3,9 jardas por corrida. Na defesa, o problema é o jogo aéreo, no qual o time é o 3º pior da conferência juntamente com Nebraska e Maryland, com 7,5 jardas cedidas por tentativa de passe. Para piorar, o time vem em má fase: nos últimos dois jogos, derrota para Nebraska e vitória raquítica sobre Maryland. Ohio State não vem convencendo muito, mas é favorito a vencer.
CONFRONTOS INTERESSANTES
São confrontos que são interessantes pelo seu desenrolar, porém não envolvem mais equipes com chances de título nacional.
#23 Oregon Ducks (7-3, 5-2 na Pac-12) vs. #24 USC Trojans (7-3, 5-2 na Pac-12)
Por Felipe Michalski
Horário: 18h30
Local: Autzen Stadium, Eugene, Oregon
Cotação: Oregon é favorita por 4,5 pontos.
Este confronto é, sobretudo, interessantíssimo. Ambos se recuperaram dos tropeços de começo de temporada que os impedem de lutar por título nacional e ainda possuem chances, em maior ou menor grau, de conquistarem o título das suas respectivas divisões (Oregon na divisão norte e USC na divisão sul). Depois de sofrer com lesões e com a adaptação para o playbook de Oregon, o quarterback Vernon Adams simplesmente está voando: contra Stanford, 83,3% dos passes lançados por ele foram completos. No jogo terrestre, Royce Freeman também tem ajudado: são 1392 jardas e 12 touchdowns pelo chão. Defensivamente, a equipe já esteve bem pior. A defesa contra o jogo aéreo, uma deficiência latente no começo da temporada, evoluiu: com 7,2 jardas cedidas por tentativa de passe (o que não é nenhum absurdo para os padrões da Pac-12), 8ª melhor na conferência, possui condições de parar o eficiente ataque aéreo de USC.
Já os Trojans confiam bastante no quarterback Cody Kessler: com 9,1 jardas por tentativa de passe – melhor média da Pac-12 – seu desempenho esconde um ataque terrestre nem tão eficiente assim. Embora o time tenha dois running backs com mais de 500 jardas na temporada, nenhum deles ultrapassou as 800. No quesito defesa, nada de impressionante: no total de jardas cedidas por jogada, foram apenas 4,38 (4ª melhor da conferência juntamente com Stanford). Porém, é preciso fazer um desempenho melhor do que vem apresentando caso queira vencer Oregon, que é um time fortíssimo em casa, apesar das duas derrotas sofridas em seus domínios em 2015 (contra Utah e Washington State).
Arkansas Razorbacks (6-4, 4-2 na SEC) vs. Mississippi State Bulldogs (7-3, 3-3 na SEC)
Por Pedro Ivo Fonseca
Horário: 22 horas
Local: Donald W. Reynolds Razorback Stadium, Fayeteville, Arkansas
Cotação: Arkansas é favorita por 4 pontos.
Os Razorbacks venceram cinco dos seus últimos seis jogos, o que inclui rivais importantes como Auburn, Ole Miss e LSU. Nessa partida, eles novamente enfrentam um rival de divisão, no que pode ser o jogo com maior pontuação da rodada. Observando os números ofensivos, podemos concluir que atualemente os Razorbacks, liderados pelo quarterback Brandon Allen, vem melhorando daquele início ruim de temporada. O QB vem um rating de 163.1, número excelente! O jogo corrido, com o running back Alex Collins, também vem ajudando toda essa unidade com 6.08 jardas por carregada e 14 TDs no total. Pelo lado dos Bulldogs, o ataque, liderado pelo quarterback Dak Prescott, é também muito bom, mas precisa melhorar em relação ao úlitmo jogo, quando enfrentou a excelente defesa de Alabama. Para esse jogo, temos uma questão importante a ser abordada: eles poderão utilizar a sua spread offense contra a defesa de Arkansas, que geralmente não vai bem contra esse tipo de jogo. As defesas vem tendo problemas nos últimos jogos importantes e esse jogo tem tudo para ser mais uma partida de 60 ou mais pontos.
CLÁSSICOS
Como é pouquíssimas equipes chegaram à Semana 12 com chances de título nacional (e com confrontos equilibrados que valessem a pena serem citados aqui), resolvemos criar este tópico também. Embora esta semana ainda seja uma pequena amostra do total de clássicos que teremos na semana que vem, vale a pena citar os confrontos mais importantes entre rivais deste sábado.
Penn State Nittany Lions (7-3, 4-2 na Big Ten) vs. #12 Michigan Wolverines (8-2, 5-1 na Big Ten)
Por Pedro Ivo Fonseca
Horário: 15 horas
Local: Beaver Stadium, University Park, Pennsylvania
Cotação: Michigan é favorita por 3,5 pontos.
Esta partida tem tudo para ser uma das melhores partidas desta rodada, mesmo que não receba tanta atenção dos amantes do College Football. Christian Hackenberg, quarterback de Penn State, vem progredindo cada vez mais e se destacando no ataque do time. Ele conta com a ajuda do running Saquon Barkley, que possui uma média de 6,29 jardas por carregada (boa, por sinal) e 7 TDs na vertente terrestre. No jogo aéreo, destaque para o wide receiver Chris Godwin, que vem sendo de longo da temporada o alvo favorito de seu QB. A defesa é uma das melhores unidades da FBS. Eles cedem uma média de 3.8 por carregada no jogo terrestre e um rating de 104,08 aos QBs rivais. Já o time de Michigan precisará se preparar bastante para furar esta defesa. Para isso, eles contam com a ajuda do QB Jake Rudock, que após sua transferência para os Wolverines, passou a jogar até que bem e tem números consistentes, como um rating de 139,47, por exemplo. O jogo corrido conta com vários jogadores atuando bem. O melhor deles é De’Veon Smith, que possui 4,41 jardas por tentativa e 5 touchdowns. A defesa também é uma boa unidade, com destaque para a contenção ao jogo corrido, com média de 3,09 jardas por carregada. No jogo aéreo, cederam apenas 5 TDs em 10 jogos, em um bom resultado para o time do treinador Jim Harbaugh.
#11 Stanford Cardinal (8-2, 7-1 na Pac-12) vs. California Golden Bears (6-4, 3-4 na Pac-12)
The Big Game
Por Thaís Chuva
Horário: 1h30 (de sábado para domingo)
Local: Stanford Stadium, Palo Alto, California
Cotação: Stanford é favorita por 11 pontos.
Cal conseguiu uma vaga para um Bowl pela primeira vez desde 2011 depois da vitória sobre Oregon State na semana passada. E Stanford vem de uma derrota contra Oregon, a segunda da temporada – e destruiu seu sonho por uma vaga no College Football Playoff – mas ainda pode conquistar a Pac-12 Norte com uma vitória sobre seu rival. Embora não tenha o mesmo impacto do que as rivalidades como Michigan-Ohio State ou Auburn-Alabama, a rivalidade não é de menor importância. “É a maior rivalidade do futebol americano universitário”, afirmou Blake Martinez, linebacker de Stanford, que concluiu: “É uma luta de cães do começo ao fim.” A última vitória dos Golden Bears sobre Stanford foi em 2009. Embora a defesa de Cal não tenha sido muito boa, eles contam com o quarterback Jared Goff no centro do ataque, que já contabiliza 30 touchdowns e 3319 jardas em passes. Stanford tem o running back Christian McCaffrey, que já correu para mais de 100 jardas em oito jogos consecutivos, e na derrota para Oregon correu para 147 jardas e 1 touchdown.
#22 Ole Miss Rebels (7-3, 4-2 na SEC) vs. #15 LSU Tigers (7-2, 4-2 na SEC)
Magnolia Bowl
Por Thaís Chuva
Horário: 18h30
Local: Vaught-Hemingway Stadium, Oxford, Mississippi
Cotação: Ole Miss é favorita por 6,5 pontos.
Há algumas semanas, este seria o maior jogo do mês de novembro. LSU tem o favorito ao Heisman Trophy – Leonard Fournette – e Ole Miss tem o quarterback Chad Kelly, que continua brilhando depois de bater a defesa de Alabama. Mas isso foi antes de ambos os times perderem para o medíocre time de Arkansas. Ole Miss entra no jogo com o favoritismo por jogar em casa. Porém, também tem mais a perder, pois ainda pode ser o campeão da SEC West se ganhar os últimos jogos e Alabama perder ao menos um. A maior preocupação dos Rebels vai ser segurar Fournette, coisa que Alabama e Arkansas conseguiram fazer, segurando-o a apenas 31 e 91 jardas, respectivamente, depois dele ter conseguido mais de 150 jardas nos 7 primeiros jogos. LSU recorre muito ao jogo terrestre, com uma média de 253 jardas, porém Ole Miss tem a sua melhor defesa baseada contra a corrida, permitindo apenas 125,7 jardas terrestres por jogo.
Arizona State Sun Devils (5-5, 3-4 na Pac-12) vs. Arizona Wildcats (6-5, 3-5 na Pac-12)
Territorial Cup
Por Felipe Michalski
Horário: 18h30
Local: Sun Devil Stadium, Tempe, Arizona
Cotação: Arizona State é favorita por 7 pontos.
Não teria como ter final de temporada pior para os dois times (ou talvez sim, nunca se sabe). Ambos cotados a título da Pac-12 no início da temporada, agora restou-lhes apenas a vaga pela Bowl Season. Arizona conseguiu na semana passada com o upset produzido sobre Utah, sendo uma das vilãs da mais do que provável ausência de times da Pac-12 no College Football Playoff desta temporada. Já Arizona State precisa de uma vitória para confirmar sua passagem e o jogo deste sábado serve para isso. O trunfos dos Sun Devils serão: a defesa contra o jogo terrestre, 2ª melhor da conferência no quesito (média de 3,45 jardas cedidas por corrida), e o quarterback Mike Bercovici, que já tem 2732 jardas nesta temporada, além de Arizona ter a 3ª pior média da Pac-12 em jardas cedidas por tentativa de passe: são 7,7 jardas, em média. Não que a defesa contra o passe de Arizona State seja melhor. Muito pelo contrário: são 8 jardas cedidas por passe e 297,8 jardas cedidas por jogo, a pior da conferência.
Arizona apostará mais no jogo terrestre, o 2º melhor da conferência, que tem 3 jogadores com 26 touchdowns totais e três jogadores com mais de 600 jardas corridas. Defensivamente, é uma equipe apenas mediana: são 5,9 jardas cedidas por jogada, que lhe dá a 8ª média na Pac-12. Ausências como a do linebacker Scobby Wright III fazem falta neste momento. É um jogo difícil de prever. Minha aposta fica em Arizona State.
Palpites
Estava sentido falta? Resolvemos colocar os palpites na parte inferior do post e em uma imagem para tornar os previews mais atraentes. Para quem não conhece as pessoas que fazem o preview, são elas: Felipe Michalski (primeiro à esquerda), Henrique Riffel (segundo à esquerda), Matheus Rocha (centro), Tiago Batista (segundo à direita) e Pedro Ivo Fonseca (o primeiro da direita para a esquerda).
Já acabou o post, Jéssica?
Yep. Mesmo assim, Jéssica deve ter gostado do post. E certamente não se esqueceu de curtir a nossa página no Facebook e no Twitter. Até semana que vem. Tchau!