[PRÉVIA] College Football National Championship: #1 Alabama x #2 Clemson
Pelo quarto ano consecutivo, Crimson Tide e Tigers colocam rivalidade a prova
É inegável que temos aqui uma tradição. A rivalidade entre #1 Alabama e #2 Clemson tem mais um capítulo nesta segunda-feira, dia 07/01. E como em 2016 e 2017 novamente as duas universidades decidirão o National Championship de 2019. Será o quarto confronto entre Crimson Tide e os Tigers no College Football Playoff em sequência. Além das duas finais, as equipes fizeram as semifinais no ano passado.
Na contagem, vantagem para Bama por 2 a 1. Em 2016, Crimson Tide contava com um elenco estelar. Derrick Henry, Calvin Ridley, O.J. Howard, Jonathan Allen, Reuben Foster, Minkah Fitzpatrick, Marlon Humphrey e eu poderia seguir falando aqui até amanhã de nomes que você ouve hoje na NFL. O time chegou a sofrer uma derrota na temporada regular para Ole Miss, mas conseguiu se classificar para o CFP. Depois de eliminar Michigan State, na decisão contra Clemson, que vinha invicta, valeu a força de Henry, que anotou três touchdowns e Howard, eleito MVP no triunfo por 45 a 40 decidido apenas no final.
No ano seguinte, em 2017, o jogo virou. A tão sonhada vingança de Clemson se concretizou. Deshaun Watson colocou o duelo debaixo do braço e resolveu para os Tigers. No começo do último quarto o time estava atrás por 10 pontos. Com ótima atuação do quarterback, Clemson assumiu a liderança, mas numa jogada perfeita de Jalen Hurts, Bama novamente ficou à frente. Porém, com um segundo para o final, Watson encontrou Hunter Renfrow e deu o título para os Tigers.
Já em 2018 aconteceu o confronto menos intenso entre as universidades. Clemson era favorita, já que Alabama chegava como número 4 após perder para Auburn. Porém, Bama atropelou. Os Tigers entraram de forma apática e parecem ter sentido a ausência do outrora líder Watson, que já estava na NFL. O placar de 24-6 evidencia isso. Jalen Hurts brilhou e foi eleito o MVP.
E em 2019? O que esperar dessa decisão com traços ainda mais fortes de rivalidade? Para diversos analistas, esta tem tudo para ser a melhor decisão desde que o College Football Playoff foi implantado. Antes de apostar suas fichas, confira o que pensamos sobre as duas equipes.
#1 ALABAMA CRIMSON TIDE
Esse time de Alabama nem parece o velho e conhecido time de Bama. Diferente dos outros anos em que claramente o foco estava no jogo corrido, Crimson Tide apresenta uma nova faceta. Com um dos melhores (talvez o melhor) quarterback do College Football, o time passou a apostar um pouco mais no jogo aéreo. Tua Tagovailoa tem muita precisão nos passes. Foram apenas quatro interceptações em 321 tentativas de passe. Nas 223 vezes em que a bola foi correta, 41 foram parar na end zone.
É preciso ficar atento se o tornozelo do QB estará 100% na decisão. A lesão não foi um problema contra Oklahoma, quando Tua brilhou com quatro TDs e 24 passes certos em 27 tentativas. Mesmo quando pressionado, o QB se saiu muito bem e isso deve acontecer com certa frequência com a força da linha defensiva de Clemson.
Jerry Jeudy é o alvo predileto de Tagovailoa. Foram 59 recepções na temporada para o recebedor, com 12 touchdowns. Jaylen Waddle e Henry Ruggs III são os outros queridinhos do quarterback na hora do passe. O primeiro tem sete TDs na temporada, enquanto o segundo conseguiu 10. Porém, dos três, apenas Jeudy conseguiu quebrar a barreira das 1.000 jardas recebidas.
O jogo corrido, tão famoso nos sistemas de Nick Saban, fica com um papel secundário, mas não é totalmente ignorado. Damien Harris não é o running back poderoso que Crimson Tide costuma revelar, mas faz um trabalho decente quando preciso. Foram 126 corridas na temporada, maior número entre os corredores do time. Porém, na hora de entrar na end zone, o olho precisa estar em Josh Jacobs. Em 94 corridas, são 11 touchdowns. Najee Harris completa a tríade principal dos RBs e é o que tem a melhor média de jardas por corrida com 6,7.
Para o duelo contra um dos melhores ataques do país, a defesa de Alabama vai muito bem. É preciso enaltecer a temporada de Quinnen Williams. Líder do time em solo tackles com 42. Segundo da equipe em sacks com oito. Você ouvirá bastante o nome dele durante o duelo e mais abaixo um relatório sobre todas as qualidades ao atletas que ainda sonha com o posto de número um do próximo draft. A defesa é um ponto muito importante para Alabama. É preciso furar o ótimo front seven de Clemson e impedir que Trevor Lawrence esteja confortável no jogo. Ou Bama poderá pagar muito caro por isso.
#2 CLEMSON TIGERS
Nós precisamos falar sobre a linha defensiva dos Tigers. Um time que impõe apenas 2,6 jardas no jogo corrido aos rivais está fazendo tudo da melhor maneira. Clelin Ferrell tem 10.5 sacks na temporada. Austin Bryant e Christian Wilkins não darão sossego a Tua Tagovailoa. Aliás, é um dos embates principais que Clemson precisa vencer: evitar que o quarterback rival tenha espaço para castigar a secundária. E se isso acontecer, Tanner Muse e A.J. Terrell estarão prontos para recuperar a posse para os Tigers. Dexter Lawrence é um conhecido desfalque que fará falta, mas é em um dos lugares em que a cobertura do elenco é muito boa.
Outro fator preponderante para a vitória de Clemson é Trevor Lawrence. O true freshman assumiu o posto no decorrer da campanha e parece mais com um veterano que está às portas de ir para a NFL. Com leituras rápidas e muita tranquilidade para não queimar a bola quando preciso, se não sentir o peso do jogo, pode se tornar uma grande ameaça para Alabama.
Para que Lawrence brilhe, é preciso que Travis Etienne siga fazendo o seu trabalho com primazia. Em 176 tentativas de corrida, acumula 1.463 jardas. Foram 21 touchdowns na temporada e uma média de 8,3 jardas por corrida. A pressão que o running back coloca na defesa rival, faz com que o QB novato consiga se sentir um pouco mais seguro durante o duelo.
O principal alvo do ataque aéreo é Tee Higgins. Com 10 touchdowns na temporada, é um dos alvos seguros de Lawrence. Na hora das big plays, melhor chamar Justyn Ross. O recebedor tem média de 20,6 jardas por passe, além de acumular seis TDs. Um dos heróis do título de 2017 ainda está no elenco: Hunter Renfrow está na expectativa de repetir a glória e deixar a universidade com mais um título de CFP.
QUEM PODE DECIDIR:
Quinnen Williams (Alabama) – Alabama geralmente tem problemas com quarterbacks móveis. Apesar da vitória, Kyler Murray conseguiu castigar a boa defesa de Bama em determinados momentos. Lawrence, mesmo tendo certa mobilidade, é um passador nato. Com isso, Williams é quem pode forçar o jogo e alcançar o quarterback rival. Foram 67 tackles na temporada, sendo 18 para perda de jardas. Se repetir o jogo que fez contra LSU por exemplo (10 tackles, 7 solos e 2.5 sacks) a vida pode ficar mais fácil para Crimson Tide.
Trevor Lawrence (Clemson) – Falar que um QB pode decidir é chover no molhado. Mas é preciso enaltecer o que Lawrence fez na temporada. Um true freshman que joga como veterano. Durante o confronto contra Notre Dame, ficou nítido como o jogador é capaz de fazer leituras numa velocidade estrondosa. A missão é repetir a atuação diante dos “Irlandeses” no Cotton Bowl. Foram 327 jardas, três touchdowns e muita segurança para alguém com tão pouco tempo de College.
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PALPITE
É um duelo de difícil análise. O que cada time pode trazer de novo após três confrontos decisivos é a chave. A defesa de Clemson deve tentar controlar as trincheiras e contar com que sua secundária consiga evitar que Tua Tagovailoa castigue com seus passes profundos. Outra coisa que os Tigers precisam ficar atentos é fazer o possível para que Lawrence não sinta a decisão. Por mais que tenho tido um ótimo jogo contra Notre Dame, o National Championship é um monstro diferente. Todas as atenções do mundo do futebol americano estarão aqui.
Para Bama, dar espaço para Tua trabalhar com tranquilidade e repetir a dose do último confronto contra a própria Clemson e também o que foi contra Oklahoma: abrir o jogo de forma forte e tentar abrir rapidamente vantagem se impondo pelo físico, como já é conhecido o time de Nick Saban. Pressionar Lawrence, ficar atento as corridas de Etienne são pontos fundamentais para a vitória.
Palpite The Playoffs: Clemson
Palpite Rafael: Alabama (com muita dor no coração)
Foto 1: Twitter / College Football Playoff
Foto 2: Twitter / Alabama
Foto 3: Twitter / Clemson