O título dos Warriors tem um nome: Kevin Durant
Para ser o grande responsável pelo título dos Warriors, Durant batalhou muito ao longo de sua carreira
30 de maio de 2016. O Oklahoma City Thunder de Kevin Durant e Russell Westbrook perde o jogo 7 das finais da Conferência Oeste para o Golden State Warriors e é eliminado após ter aberto 3 a 1 na série. Durant saiu-se bem na série. Teve 30 pontos, 8 rebotes, 1,7 roubo e 1,7 toco de médias por partida e liderou seu time que, em casa, chegou a vencer por 28 e 22 pontos de diferença aquele que era o campeão vigente da NBA. O Thunder deixou escorrer uma liderança preciosa naquela série, mas estava claro que aquela equipe chegava próxima aos Warriors e conseguia fazer jogos duros. A perspectiva para a temporada seguinte era ótima. Uma temporada que nunca veio…
Informações recentes de Zach Lowe, da ESPN norte-americana, apontam que na mesma noite da eliminação do Thunder, Draymond Green teria ligado para Durant (algo até ilegal na liga, mas que KD já desmentiu) e persuadido o jogador a mudar de ares. Poucas semanas depois, o astro desembarcava em Oakland para se juntar a Green, Stephen Curry, Klay Thompson e Andre Iguodala e formar um dos grandes times dos últimos tempos na maior liga de basquete do mundo, sempre sob os olhares dos torcedores, que condenaram a atitude do ala, em se juntar ao time que acabara de eliminar sua antiga equipe.
A ansiedade para se saber como Steve Kerr encaixaria Kevin Durant no sistema já muito bem esquematizado dos Warriors deu lugar a um sentimento de alívio por parte dos torcedores. De personalidade tranquila em muitos aspectos, Durant deixou que seu jogo fluísse e se encaixasse ao dos novos companheiros da maneira mais natural possível, sem forçar e deixando com que as coisas acontecessem.
Cestinha da NBA em quatro oportunidades e MVP da temporada regular em 2014, também era natural de se esperar que em alguma hora o time seria o time de Durant. Aqui, ponto para Curry também. “Dono” do time até então, o armador deixou o novo companheiro à vontade para assumir a posição.
Durant sentiu-se à vontade logo de cara. Dos 62 jogos que participou na temporada regular, em apenas nove teve pontuação abaixo dos 20 pontos, terminando a temporada com 25,1 pontos, 8,3 rebotes e 4,8 assistências de média. O ala estava se sentindo em casa, mas teve um susto na segunda parte da temporada. Uma lesão no joelho esquerdo no fim de fevereiro afastou o astro por 20 partidas e colocou em xeque seu rendimento na pós-temporada. Será? Com grandes chances de ir para as finais, uma lesão tiraria KD? Na vida do ala, nada veio fácil. Um título não seria diferente.
Filho de Wanda e Wayne Pratt, Kevin viu seu pai abandonar a família antes de completar um ano, sendo basicamente criado pela mãe e a avó. Até a reaparição do pai, 13 anos depois, Kevin tinha apenas a mãe, que fazia de tudo por ele, inclusive até deixar de comer para poder dar o tênis de basquete desejado pelo filho.
Muito alto desde cedo e com facilidade para pontuar, Kevin foi o segundo melhor do High School nacional, atrás de do pivô Greg Oden e se encaminhou para a Universidade do Texas. Com ótimas performances por lá, KD novamente ficou atrás de Oden, desta vez no Draft 2007, em que foi a escolha número 2, do Seattle SuperSonics – atual OKC Thunder.
Há muito atrás de LeBron James como segundo melhor jogador da liga, o ala também foi segundo lugar na briga pelo MVP da temporada em três ocasiões (2010, 2012 e 2013), em meio à sua primeira final da liga, em 2012, quando o Thunder não foi páreo para o Miami Heat de James e saiu derrotado por 4 a 1.
Mas KD teve tempo de se recuperar. Mesmo poupado em alguns jogos da primeira rodada dos offs de 2017, contra o Portland Trail Blazers, os Warriors não tiveram dificuldades até as finais e chegaram invictos para pegar os Cavaliers. E foi nas finais que “Durantula” provou o seu valor dentro da NBA. Pontuador natural, o ala destacou-se pela precisão de seu jogo, sua atuação nos momentos decisivos e até sua defesa, que esteve um primor. Durant subiu de nível sim.
Em comparação com as finais de 2012, em que teve 30,6 pontos, 6,0 rebotes, 1,4 roubo e 1 toco de média, Durant conseguiu melhorar. Com um time que gosta de atacar de todos os jeitos, o ala não perdoou, tomou a responsabilidade para si, anotou 35,2 pontos, 8,4 rebotes e 5,4 assistências de média por jogo, colocando em prática umas das mais eficientes atuações em finais de NBA, com 55,6% de aproveitamento nos arremessos de quadra, 47,4% nos tiros de três e 92,7% no lance livre. Não à toa, KD foi escolhido o MVP das finais, sem sobra de dúvida.
“Eu sou o primeiro”. Estas foram as palavras que o astro, mais novo campeão da liga, disse à mãe e ao irmão Tony na noite da última segunda-feira (12), logo após o título. Sim Durant, você é primeiro. Os Warriors são os primeiros graças a você. Você merece.
(Fotos: Ezra Shaw / Getty Images; Reprodução Twitter / Golden State Warriors)