[RETROSPECTIVA TP] Os 10 fatos mais marcantes da NBA em 2015
Expansão da marca, aposentadoria de Kobe, dramas e sucessos pessoais; confira o que mexeu com a NBA em 2015
Adeus ano velho, feliz ano novo! No último dia de 2015 de nossas vidas o The Playoffs põe ao ar uma incrível retrospectiva do que mais importante (ou quase isso) ocorreu no mundo da bola laranja da NBA. O ano foi de muitas coisas boas, porém fatos tristes também marcaram esses últimos 12 meses de muito basquete. Enquanto a meia-noite não chega, aproveite para ler mais esse especial:
1 – Leandrinho campeão da NBA
Para começar bem a retrospectiva, vamos falar de Leandrinho. O ala-armador paulistano tornou-se o segundo brasileiro a ser campeão da NBA, em junho deste ano pelo Golden State Warriors, um ano após Tiago Splitter ter sido o primeiro brazuca a conquistar um anel, em 2014 pelo San Antonio Spurs.
Tal qual o pivô, Leandrinho não fez apenas figuração dentro do elenco dos Warriors, por outro lado, teve papel importante dentro da rotação do time, desde a temporada regular até a série final contra o Cleveland Cavaliers. Na temporada regular, “The Brazilian Blur” atuou em 66 partidas, tendo 14,9 minutos de média em quadra e registrando 7,1 pontos e 1,5 assistência por partida. Nos playoffs, a toada continuou, e o brasileiro não deixava a peteca cair quando vinha do banco. Foram 10,9 minutos de média e 5 pontos por partida.
Além da importância em quadra, Leandrinho trazia a experiência de um jogador de 33 anos, sendo 10 de NBA, e a leveza no vestiário já que sempre foi um cara agregador. Após o título e devidamente embriagado, Leandrinho deu entrevistas sensacionais, brindando ao público brasileiro. Em Pirituba, bairro paulistano em que cresceu, até grafite em sua homenagem rolou.
https://youtu.be/NJx-1EOeUDs
2 – Warriors arrasador e consolidação de Stephen Curry
Impossível falar do título dos Warriors e não citar Stephen Curry. Em outubro de 2014, início da temporada 2014/2015, os Warriors eram cotados para os Playoffs e ponto. Era muito difícil imaginar um time que tinha acabado de colocar um técnico estreante no comando e “sem” estrelas de primeira grandeza chegar a um título da liga, mas foi aí que Chef Curry chegou para quebrar com tudo, mostrando todo seu domínio de bola, visão de jogo e precisão surreal nos arremessos de fora. A evolução do armador junto com a equipe deu a ele o prêmio de MVP da temporada regular e coroou a temporada com o título.
E parece que aquela temporada 2014/2015 não tinha acabado em junho como todos disseram. Golden State continuou voando em outubro, jogando em um nível tático, técnico e físico bastante superiores aos demais e quebrando recorde atrás de recorde. Primeiro, o recorde de melhor início de temporada, com a marca de 24-0, superando os 15-0 anteriores de Rockets, em 93 e Capitols, em 48. Essa sequência também bateu o melhor início de temporada dentro das quatro maiores ligas do país, que era de 20-0 do St. Louis Maroons, em 1884. Os 14-0 fora de casa também foi o melhor início de uma franquia da NBA longe de seus domínios.
3 – LeBron prova seu domínio na liga
2015 foi mais um belo ano para LeBron James, que completou 31 anos desta quarta-feira (30). O ala chegou à sua quinta Final da NBA consecutiva e, apesar de ter saído derrotado (4-2 para o Golden State Warriors) provou-se uma vez mais o jogador dominante que é. Com o time concentrado a sua volta (Kyrie Irving jogou uma partida e Kevin Love estava machucado), LeBron tornou-se o primeiro jogador da história a liderar uma série de Finais da liga em pontos, rebotes e assistências, acumulando as surreais médias de 35,8 pontos, 13,3 rebotes e 8,8 assistências.
Se o título não veio em junho, um contrato vitalício com a Nike bateu à sua porta no início de dezembro. Os valores não foram divulgados, mas fontes disseram à época que o ala deveria receber mais do que os US$ 300 milhões que Kevin Durant acertou com a empresa pelo seu contrato de 10 anos de duração.
Bom, felizmente para James, dinheiro não é o problema de sua vida, já que, apenas em 2015, os tênis que levam sua assinatura (a 13ª edição foi lançada em outubro deste ano) faturaram mais de US$ 400 milhões em vendas.
4 – Depois de vaias, Porzingis mostra a que veio
Em junho, o Draft 2015 da NBA foi realizado no Barclays Center, ginásio do Brooklyn Nets em Nova York. O New York Knicks, tradicional franquia da cidade e da NBA vinha de uma temporada catastrófica e tinha uma boa posição de escolha, a quarta. Karl-Anthony Towns, D’Angelo Russell e Jahlil Okafor já haviam sido selecionados, ginásio lotado, muita gente na rua do lado de fora e eis que Adam Silver anuncia o letão Kristaps Porzingis como escolha dos Knicks. “Como assim??”. Os Knicks nunca pareceram gostar de escolhas de Draft e sempre causaram mas dessa vez as vaias sem o menor pudor vinham de crianças e idosos e pareciam ter um sentimento ruim por trás.
Enfim, o Draft passou e contra tudo e todos, Porzingão não baixou a cabeça frente à desconfiança que sofreu no início. Foi bem na Summer League, foi bem nos jogos de pré-temporada, foi bem no início da temporada e está sendo ótimo neste momento, uma das referências do time em quadra, ofensiva e defensivamente. Com médias de 13,2 pontos, 8 rebotes e 2 tocos por partida em mais de 27 minutos de ação, o ala-pivô de 20 anos está muito bem cotado no momento para faturar o prêmio de Rookie Of The Year, mostrando para o público o quanto eram precipitadas as críticas.
5 – LaMarcus pra San Antonio e “fico” de DeAndre
A offseason de 2015 da NBA foi bastante movimentada, principalmente por dois casos em especial: a ida de LaMarcus Aldridge para o San Antonio Spurs e a pataquada de DeAndre Jordan na condução das conversas.
Aos 30 anos e após nove anos atuando pelo Portland Trail Blazers, Aldridge decidiu mudar de ares, jogar ao lado de Gregg Popovich e aprender com Tim Duncan, que deverá passar o bastão para o ótimo ala-pivô dentro da franquia. Sua primeira partida em Portland, em novembro, depois da saída, teve um misto de rancor e reconhecimento por parte da torcida, que o próprio Aldridge definiu como 70-30 em favor do reconhecimento.
No mesmo dia em que LMA retornou a Portland, o Los Angeles Clippers foi a Dallas enfrentar os Mavericks e podemos dizer que a recepção de DeAndre Jordan não foi tão dividida assim. Depois de ter acertado verbalmente sua ida aos Mavericks, Jordan voltou atrás aos 45 do segundo tempo e decidiu permanecer nos Clippers, deixando Mark Cuban e todos em Dallas a ver navios. Após a partida em Dallas, com vitória do time da casa por 118 a 108, a conta oficial dos Mavs no Twitter ainda teve tempo para zoar a franquia de Los Angeles, evocando ‘emojis’ para relembrar os acontecimentos no período de agência livre.
6 – Jogos de brasileiros e primeiro jogo na África
O ano de 2015 também marcou um grande passo no processo de globalização da NBA, levando a marca para lugares inéditos, e o Brasil esteve bem na foto. Primeiro, no início de outubro, a equipe de Bauru fez uma excursão na Terra do Tio Sam para dois jogos, um no Madison Square Garden, contra os Knicks (derrota por 100 a 81 mas atuação primorosa de Ricardo Fisher, que saiu com o primeiro triple-double da carreira), e outro no Verizon Center, contra os Wizards (derrota por 134 a 100).
Já na segunda quinzena de outubro, o Orlando Magic veio para o Rio de Janeiro e enfrentou o Flamengo, naquela que foi a primeira partida de uma equipe da NBA contra um time brasileiro aqui no Brasil (o The Playoffs esteve lá e você pode conferir AQUI e AQUI), no NBA Global Games Rio. O Magic venceu por 90 a 73 e, apesar de não ter lotado a HSBC Arena, o evento foi sensacional, no padrão NBA, envolvendo toda a comunidade em atividades ao longo de toda a semana.
Completando as novidades, a NBA realizou o primeiro jogo da liga em terras africanas. A partida, realizada em Johannesburgo, na África do Sul, e liderada por Chris Paul e Luol Deng foi digna da liga do melhor basquete do mundo e, tal qual o Rio, envolveu toda a comunidade com atividades sociais durante a semana.
7 – Início terrível dos 76ers e perdas sentidas
O início do Philadelphia 76ers na temporada 2015/2016 nada mais foi do que a continuidade do terrível trabalho feito ao final da temporada 2014/2015. Somando o fim da temporada passada com o começo desta, os Sixers atingiram incríveis 27 derrotas consecutivas, a pior marca entre todas as grandes ligas norte-americanas. Não bastasse isso, o começo da atual temporada igualou-se ao pior início da história da NBA, 0-18, marca dividida com o New Jersey Nets de 2009/2010. Com as recentes chegadas de Ish Smith e Carl Landry o time se redimiu e possui três vitórias.
A tristeza de Philadelphia não parou por aí. O ano de 2015 ainda reservou ao pessoal da Pensilvânia a perda de pessoas históricas da franquia: Moses Malone (lenda da NBA que atuou entre 82 e 87 na franquia), Darryl Dawkins (pivô que atuou pela franquia entre 75 e 82) e Harvey Pollack (diretor estatístico das franquias de Philadelphia desde a fundação da NBA em 1946).
8 – Aposentadoria de Kobe Bryant
Depois de duas temporadas seguidas reduzidas por causa de lesões e 20 anos dedicados ao basquete da NBA, Kobe Bryant anunciou em novembro que se aposentará ao fim da atual temporada. O anúncio do Black Mamba não poderia ter sido melhor ou de outra forma senão como uma carta aberta emocionada publicada no site The Players’ Tribune.
Muitos podem dizer que o final de carreira de Kobe poderia ter sido antecipado e que este final que está acontecendo é deprimente e não condizente com a carreira do astro. Fato é que quanto mais Kobe melhor e as últimas partidas de sua carreira em cada uma das cidades com franquias representadas na liga tem sido um show a parte. Em Charlotte, cidade da franquia que o draftou em 1996 mas o trocou rapidamente, Michael Jordan, GM dos Hornets, fez um vídeo emocionado para falar de Kobe. Já em Boston, na noite de ontem (30), a recepção também foi calorosa (veja vídeo) e o Black Mamba ainda saiu com um presente de Danny Ainge nas mãos, um pedação da quadra enquadrado. Sensacional!
Quem pensava que os últimos suspiros do Mamba seriam doídos deve estar se surpreendendo com o astro. Kobe está registrando médias de 17,2 pontos, 4,2 rebotes e 3,4 assistências e ainda matando bolas em momentos críticos, como os nove pontos no último quarto da partida contra os Celtics, já citada. Enfim, Kobes Bryants deveriam ser eternos.’
9 – Casos de polícia e confusões extra-quadra
Como em todas as principais ligas norte-americanas, a NBA teve em 2015 um ano recheado de casos de polícia e confusões de jogadores fora de quadra. Os dois casos mais comentados foram a confusão de Thabo Sefolosha e Pero Antic com a polícia de Nova York e o entreveiro de Matt Barnes com Derek Fisher na casa da ex-esposa do ala dos Grizzlies.
O primeiro caso, em abril, movimentou as páginas policiais e ainda não teve desfecho claro. Em Nova York para jogos contra Knicks e Nets, Sefolosha e Antic foram presos acusados de tentarem obstruir e atrapalhar a chegada de policiais à cena de um crime, na boate 1Oak Club, em Manhattan. O crime em questão? Chris Copeland, ala do Indiana Pacers, que também estava na cidade para jogo contra os Knicks, havia sido esfaqueado no abdômen no interior da casa noturna.
Outro caso que chamou a atenção foi a briga entre Barnes e Fisher, ex-companheiros de Lakers, no interior da casa da ex-esposa do ala dos Grizzlies, em outubro. Fisher estava na casa de Gloria Govan para uma festa entre amigos e tudo estava bem até Barnes aparecer, discutir e chegar às vias de fato com o agora técnico dos Knicks, na frente dos próprios filhos pequenos. Segundo o ala, ele estava em casa quando o filho mais velho ligou e pediu para o pai ir para lá que Fisher estava na casa. Barnes não pensou duas vezes, pegou o carro e dirigiu cerca de 150 km até a casa da ex-mulher para tirar satisfações. Recentemente, a NBA decidiu punir Barnes por dois jogos de suspensão.
10 – Drama de Lamar Odom
Campeão da NBA em 2009 e 2010 pelo Los Angeles Lakers, Lamar Odom aposentou-se do basquete em 2014, depois de uma passagem relâmpago pelo New York Knicks, momento que já vivia intensa crise pessoal, com problemas relacionados ao vício em drogas que vinha arruinando seu já complicado casamento com a socialite Khloé Kardashian.
O ápice de seu vício veio em outubro, quando o ala foi encontrado inconsciente em um bordel em Crystal, Nevada. Odom foi levado para um hospital em Las Vegas, onde permaneceu em coma, entre a vida e a morte, com diversos danos em seus rins. Dias depois retomou a consciência e foi transferido para Los Angeles, onde Khloé pode dar assistência, retirando até o pedido de divórcio que os dois tinham acordados.
Notícias mais recentes sobre o jogador, do site TMZ, afirmam que Odom conseguiu andar pela primeira vez sem a ajuda de um andador há cerca de 10 dias e ainda reconheceu um membro da equipe médica, significativa melhora em suas funções cerebrais já que o ala não havia reconhecido sequer um membro de sua família até então.
(Foto 1: Reprodução Facebook / Golden State Warriors)
(Foto 2: Reprodução Facebook)
(Foto 3: Reprodução Facebook / Kristaps Porzingis)
(Foto 4: Reprodução Facebook / LaMarcus Aldridge)
(Foto 5: Reprodução Facebook / Bauru)
(Foto 6: Reprodução Facebook / Philadelphia 76ers)
(Foto 7: Reprodução Facebook / Lamar Odom)