Ranking dos calouros da NBA 2019-2020 #5
Pandemia de coronavírus interrompeu a temporada da NBA, mas quem era os melhores calouros até então?
A temporada regular da NBA caminhava para seu final. Mas pouca gente irá se lembrar agora que o Milwaukee Bucks estava em crise, se LeBron James já mereceria ser MVP mais uma vez ou se o San Antonio Spurs iria realmente quebrar sua sequência de aparições em playoffs.
O coronavírus que pareceria tão distante se tornou tão próximo que as piadas de Rudy Gobert viraram um alerta. O esporte tinha que parar, porque a sociedade precisava se cuidar. A NBA foi junto, descansando enquanto o mundo luta contra uma pandemia que ainda parece longe de nos deixar.
Essa classe de calouros já tinha algo especial. A força de Zion, que luta com e contra seu próprio corpo para se tornar um dos maiores de uma liga estrelada. A ousadia e frieza de um jovem Ja Morant em um elenco também imaturo mas promissor em Memphis. A força ofensiva do Miami Heat com o trio Kendrick Nunn, Tyler Herro e Duncan Robinson.
Agora essa classe vai ficar marcada para sempre, forjada diretamente em uma das maiores adversidades enfrentadas pelo esporte mundial. Ninguém sabe quando poderemos sair de casa e voltar a pensar em basquete, escalação de fantasy e se Giannis Antetokounmpo vai novamente “flopar” na decisão dos playoffs. O momento é de reflexão, união e principalmente cuidado consigo mesmo e com as pessoas ao nosso redor.
Mas enquanto isso, caso queira relembrar como as jovens estrelas estavam na temporada, confira abaixo o top 10 dos calouros depois do quinto mês da temporada 2019-2020 da NBA, mais um conteúdo exclusivo do The Playoffs, que acompanha o desempenho deles mensalmente.
1- Ja Morant, Memphis Grizzlies (Ranking anterior: 1)
Ja Morant é o jovem comandante de um jovem time que está indo para os playoffs na sempre insana Conferência Oeste da NBA, deixando os poderosos Portland Trail Blazers, San Antonio Spurs e New Orleans Pelicans pelo caminho.
O armador conseguiu nesses poucos meses de temporada mostrar uma boa mistura de agressividade ao aro, sem perder a qualidade na organização das jogadas. O arsenal de jogadas ainda se completa com um regular arremesso do perímetro.
Mérito também para Taylor Jenkins (galho da árvore de técnicos de Gregg Popovich), que tem conseguido colocar essa responsabilidade nos ombros de Morant. A NBA cada vez mais exige rapidez na adaptação dos calouros e o armador tem cumprido as expectativas.
Suas médicas de 17,6 pontos, 6,9 assistências, 36,7% nos arremessos de três e 49,1% nos chutes de quadra corroboram todas as impressões passadas acima. Zion pode ser o diamante mais brilhante da classe, mas foi Morant quem se provou mais valioso para sua franquia até o momento.
2- Zion Williamson, New Orleans Pelicans (Ranking anterior: 2)
Zion Williamson não é apenas o melhor atleta dessa classe, mas pode vir a se tornar da primeira prateleira da maior liga do basquete mundial. Se o seu corpo aguentar (literalmente) o peso de ser um jogador de franquia, Zion será o novo unicórnio da “Era dos Unicórnios”.
Suas médicas em pouco mais de um mês jogado comprovam esse hype. São 23,6 pontos, 6,8 rebotes, 46,2% nas bolas de três pontos 58,9% nos chutes de quadra em apenas 29,7 minutos jogados. Como comparação, Nikola Vucevic chegou ao All-Star Game com 19,5 pontos e 11 rebotes em 32,6 minutos atuados por partida.
Mais uma vez friso como a capacidade polivalente de pontuar chama a atenção em Zion. O atleta consegue ter facilidade para criar seus arremessos em quadra, inclusivo longe da cesta. Perto, ainda precisa de maior polimento, para não ter que apelar sempre para a força bruta. Trabalho forte com gancho e fadeaways curtos podem torná-lo tão eficiente como Antetokounmpo ou LeBron.
Se a temporada dele tivesse alguns meses a mais, a coroa seria dele. Mas com pouco mais de um mês atuado, o segundo lugar irá servir para motivação para a próxima temporada.
3- Kendrick Nunn, Miami Heat (Ranking anterior: 3)
Kendrick Nunn é de uma nova safra de armadores. Físicos, agressivos e com capacidade de criar arremessos em qualquer parte da quadra. Mas Nunn carece de maior visão de jogo, o que o coloca alguns degraus abaixo do que seu contemporâneo Ja Morant.
Nunn teve um mês de fevereiro sólido, que marcou a recuperação do Heat após um janeiro titubeante. O armador teve papel importante nessa recuperação e com isso suas médias subiram para 15,6 pontos, 3,4 assistências, 36,2% nos arremessos de três pontos e 44,8% nos chutes de quadra.
Mas é sempre bom afirmar que a exigência desse time comandado por Erik Spoelstra é altíssima. Hoje o Heat é o principal contender entre as equipes com atletas nesse ranking e Nunn desde o início da temporada foi peça fundamental para o sucesso da equipe. Forjado em forno quente e com potencial de crescimento, o armador tem potencial para subir para um patamar de All-Star no próximo ano.
4- R.J. Barrett, New York Knicks (Ranking anterior: 5)
Desde seu retorno às quadras após o Jogos dos Calouros no All-Star Game, R.J. Barrett tem mostrado seu maior período de consistência na quadra. O que era muito esperado pelos torcedores dos Knicks de um dos atletas que eram apontados como mais prontos ao sair do College nessa classe.
Barrett ainda precisa encontrar seu melhor ritmo de arremessos dentro da partida. O ala tem bom porte físico, mas ainda utiliza pouco sua força dentro do garrafão. Com isso, seu principal jogo segue sendo o arremesso de média e longa distância.
Mesmo assim os números de Barrett sugerem um teto de crescimento e sempre é válido lembrar, o ambiente dos Knicks é um dos mais tóxicos para um calouro dentro da NBA. Caso entre em cena uma nova cultura na Big Apple, os 14,3 pontos, cinco rebotes, 32% nos chutes de três e 40,2% nos arremessos de quadra podem virar números de All-Star no próximo ano.
5- Rui Hachimura, Washington Wizards (Ranking anterior: 4)
É importante frisar que o Draft nem sempre vai render estrelas para as equipes. Muitas vezes as peças que chegam podem se tornar maiores, mas impactam por estarem lá. A engrenagem muitas vezes é tão importante quanto os ponteiros. Esse é o caso de Rui Hachimura com os Wizards.
Seu estilo e jogo é simples. Proteção ao aro e poste baixo. Os Wizards são uma equipe em um lento processo de reconstrução e mesmo com um All-Star do calibre de Bradley Beal, fazem uma campanha ruim na temporada, com direito a derrotas vexatórias.
Mas o ala-pivô japonês tem entregado em quadra o que se espera dele. Com muita disposição física e bom Q.I. de jogo, Hachimura tem tudo para ser titular em Washington por muitos anos e inclusive ter o tempo necessário para virar um pontuador mais consistente do que os seus 13,4 pontos 47,8% nos arremessos de quadra e quem sabe, uma média de duplo-duplo subindo seus atuais seis rebotes.
6- Eric Paschall, Golden State Warriors (Ranking anterior: 8)
Entre todos os calouros deste ranking, Eric Paschall é possivelmente o grande azarão da lista. Porque mesmo Nunn e Robinson tendo vindo da G-League, Paschall era apenas um calouro de segunda rodada em um elenco ainda estrelado na Costa Dourada.
Mas as lesões vieram, o tank se tornou iminente e Paschall aproveitou cada minuto em quadra para mostrar que mesmo no retorno de um Golden State forte na próxima temporada, ele merece um lugar ao menos na rotação dessa equipe, podendo inclusive descansar (e poupar de ejeções) Draymond Green.
Mesmo com altos e baixos na temporada, as médias de Paschall são muito interessantes: 14 pontos de média, 4,6 rebotes e 49,7% nos arremessos de quadra. Boa presença nas jogadas de infiltração e na defesa do poste baixo. Com uma melhora nos chutes do perímetro, o ala será uma peça importante no provável contender Warriors em 2021.
7- Coby White, Chicago Bulls (Ranking anterior: não ranqueado)
Nenhum calouro teve um mês de fevereiro tão brilhante como Coby White, que saiu do limbo do ranking direto para a sétima posição. Os flashes de alguns momentos da temporada se transformaram em diversos jogos consistentes e com o melhor do armador.
Agressividade ao aro e confiança no ritmo de arremessos. White nunca foi grande arquiteto de jogadas, mas sempre teve fácil acesso à cesta. Em Chicago não conseguia mostrar nenhuma das duas coisas, mas até a parada da temporada ele estava em grande forma.
Foram nove jogos seguidos com ao menos 19 pontos, números que fizeram as médias do armador subirem para 13,2 pontos e 35,4% nos arremessos de três pontos, números interessantes para um reserva. Caso a temporada volte, White pode ser uma presença mais constante em quadra e mostrar que deve ser observado como peça chave da reconstrução em Chicago.
8- P.J. Washington, Charlotte Hornets (Ranking anterior: 6)
Talvez poucos calouros vivam uma montanha-russa tão grande quanto P.J. Washington. Junto dos inconstantes Hornets, Washington está buscando o melhor ritmo dentro de quadra, aproveitando sua boa envergadura e sua capacidade de arremessos do perímetro.
Washington veio como um prospecto muito polido do College, mas mesmo assim ainda sofre para se encontrar dentro do plano da equipe de James Borrego. Em uma equipe em reconstrução após a saída de Kemba Walker, nada mais natural que as peças ainda busquem melhor encaixe.
Mesmo com essa inconstância, Washington tem médias regulares para um calouro com 12,2 pontos, 5,4 rebotes, 37,4% nas bolas de três e 45,5% nos arremessos de quadra. Assim como outros colegas dessa lista, o ala deve ser bem observado na próxima temporada. O teto está ali, mas a curva para esse desenvolvimento ainda é grande.
9- De’Andre Hunter, Atlanta Hawks (Ranking anterior: 9)
O Atlanta Hawks talvez seja a grande decepção da temporada. O elenco jovem e promissor não se transformou em um forte time, como é o caso do Memphis Grizzlies. Com isso, De’Andre Hunter ainda busca seu espaço dentro dessa rotação, tentando repetir seu sucesso no College.
Hunter é um ala de força, útil tanto no jogo de poste baixo quanto no perímetro. Na NBA a principal deficiência do atleta tem sido encontrar seu melhor ritmo de arremessos, conseguindo criar chances para ir para dentro da cesta.
Com isso o ala está com médias de 12,3 pontos, 4,5 rebotes, 35,5% nos arremessos de três e 41% nos arremessos de quadra. Números apenas regulares, mas que podem desabrochar a qualquer momento, até pelo potencial latente desse Hawks para os próximos anos.
10- Darius Garland, Cleveland Cavaliers (Ranking anterior: não ranqueado)
Com as lesões de Tyler Herro e Brandon Clarke, Darius Garland recebe um lugar novamente dentro do ranking. O grande problema do armador em seu início na NBA é justamente o encaixe pouco ortodoxo do elenco do Cleveland Cavaliers.
Garland e Collin Sexton são jogadores de estilo semelhantes, ambos agressivos ao aro e pontuadores natos, sem grande visão de jogo para armar a equipe. O basquete dos Cavaliers é um dos mais “travados” da temporada e a equipe inclusive já demitiu o técnico Jon Beilein.
Com isso, suas médias são de 12,3 pontos, 35,5% nos chutes de três pontos e 40,1% nos arremessos de quadra, mas apenas 3,9 assistências. Números muito semelhantes aos registrados por Sexton na última temporada. Talento não é problema para ambos, mas o encaixe será um desafio para o novo técnico J.B. Bickerstaff no futuro da equipe.
LEIA MAIS: Ranking dos calouros mês 1 | mês 2 | mês 3 | mês 4
Menções honrosas
Antes mesmo do coronavírus, Tyler Herro e Brandon Clarke já estavam fora de ação e com isso perderam suas posições dentro do ranking mensal. Na reta final da temporada (quando ela vier) alguns nomes podem tentar roubar posições dentro da lista.
Esses são os casos de Jarrett Culver (Minnesota Timberwolves), Jaxson Hayes (New Orleans Pelicans), Cam Reddish (Atlanta Hawks), Jordan Poole (Golden State Warriors) e Sekou Doumbouya (Detroit Pistons).
Até lá, fique seguro por você e sua família. Vale lembrar que se a saudade do melhor basquete apertar, o NBA League Pass está com sinal aberto e diversos dos nomes do ranking podem ser vistos e revistos por lá.
Fotos: Reprodução Twitter New Orleans Pelicans, Reprodução Twitter Memphis Grizzlies, Reprodução Twitter Washington Wizards e Reprodução Twitter Chicago Bulls.