Ranking dos calouros da NBA 2018-2019 #5
Com apenas Gilgeous-Alexander próximo dos playoffs, classe de calouros já observa a próxima temporada
Normalmente o processo de reconstrução de uma franquia na NBA é demorado. Recentemente o “Processo” do Philadelphia 76ers mostrou isso. Por isso, é importante paciência dos torcedores e, principalmente, da comissão técnica e general managers para não queimar etapas e prejudicar os atletas. A atual temporada da liga não tem sido diferente, com apenas o Los Angeles Clippers, de Shai Gilgeous-Alexander, e o Sacramento Kings, de Marvin Bagley III, vivos na luta pelos playoffs, analisando as equipes já representadas nesse ranking de calouros.
Assim, não importa se você é Luka Doncic ou Trae Young, o olhar das franquias já está na próxima temporada e, principalmente, no sorteio por posições no Draft, que podem resultar em novas estrelas para dividir o peso de reconstruir essas equipes.
Imagine nomes como Zion Williamson, Ja Morant e R.J Barrett chegando em times quase montados, sendo a peça que faltava nesses quebra-cabeças. Uma posição na loteria do Draft pode mudar tudo e mesmo com 14, 15 jogos para serem disputados pela maioria das franquias da liga, é inegável que a preocupação no momento é já ir preparando a casa para a continuidade do processo.
Quer saber mais sobre essas certezas e dúvidas das equipes sobre suas jovens estrelas? Confira abaixo o top 10 dos calouros de 2018-2019 após o quinto mês da NBA, mais um conteúdo exclusivo do The Playoffs que traremos mensalmente por aqui, sempre com atualizações de acordo com o desempenhos dos rookies.
1- Luka Doncic, Dallas Mavericks (posição anterior: 1)
Sim. A primeira posição e o prêmio de Rookie of the Year já são de Luka Doncic. Mesmo com o crescimento do rapaz da posição 2 (ler mais abaixo), Doncic tem números de franchise player em sua primeira temporada, com 20,9 pontos e 34% nas bolas de três, além 7,4 rebotes e 5,6 assistências. Vale lembrar que nenhum outro atleta com menos de 20 anos anotou quatro triplos-duplos na NBA antes.
Com os Mavericks caindo em queda livre na temporada e claramente ansiosos para um sorteio favorável na próxima loteria, Doncic aguarda ansiosamente para poder atuar ao lado de Kristaps Porzingis e, quem sabe, com peças chegando do próximo Draft e do período de agentes livres. Kemba Walker deve ser um dos sondados. O céu é o limite no Texas.
2- Trae Young, Atlanta Hawks (posição anterior: 3)
A medalha de prata tem um novo dono. Trae Young vem jogando como o melhor calouro desde o All-Star Game, transformando o Atlanta Hawks em um dos melhores ataques da liga desde esse período. Mencionamos na última lista que o armador tinha tudo para chegar perto dos 18 pontos e oito assistências até o final da temporada. Young já está com 18,3 pontos e 7,8 assistências, além de 33% de aproveitamento nas bolas de três.
Aliás, nesse período Young teve 11 partidas e em oito anotou mais de 20 pontos, sendo que contra o Chicago Bulls conseguiu sua maior pontuação e número de assistências da carreira (49 e 16). Tudo leva a crer que voltamos a ter um franchise player em Atlanta.
3- Deandre Ayton, Phoenix Suns (posição anterior: 2)
Ok, aqui a responsabilidade é compartilhada com a bagunça que o Phoenix Suns se transformou nas últimas temporadas. Deandre Ayton ostenta médias de duplo-duplo (16,6 pontos e 10,3 rebotes), sendo o único calouro com esses índices na temporada. Mas a verdade é que o basquete de Ayton (e dos Suns) não empolga há tempos, aparecendo em flashes como nas vitórias contra Milwaukee Bucks e Golden State Warriors.
E todo esse cenário só prejudica o desenvolvimento do potencial do Ayton, principalmente porque nem ele próprio sabe seu papel dentro dos Suns. Fatores como seu bom chute de meia e longa distância são raramente utilizados, sendo que essa era uma característica notável do jogo dele em Arizona. Resta para o atleta, diretoria e comissão técnica, além dos torcedores torcerem por novas peças em Phoenix, para que possamos finalmente cravar um acerto com a primeira escolha feita no pivô.
4- Collin Sexton, Cleveland Cavaliers (posição anterior: 4)
O “chuta-chuta” de Ohio continua mostrando bom potencial com o Cleveland Cavaliers. Com 40% de aproveitamento nos arremessos de três pontos, Collin Sexton espaça muito bem a quadra e cada vez mais mostra maior confiança em definir as jogadas dos Cavs. Desde o All-Star Game, o armador conseguiu cinco partidas anotando mais de 20 pontos, inclusive, em seus três últimos duelos por Cleveland.
Um detalhe interessante do jogo do Sexton é seu baixo número de assistências (2,9), o que pode sugerir sua utilização na posição 2 a partir da próxima temporada. Olho nas movimentações dos Cavs nesta próxima offseason.
5- Jaren Jackson Jr., Memphis Grizzlies (posição anterior: 6)
Outro atleta prejudicado pela queda de sua equipe é Jaren Jackson Jr. Um dos prospectos mais físicos desse último Draft, ele é um jogador que espaça muito a quadra para o ataque dos Grizzlies, tendo 35% de aproveitamento nas bolas de três. Outro número interessante são seus 1,4 toco por jogo, demonstrando sua qualidade na proteção ao aro, fator importante após a saída de Marc Gasol do Tennessee.
Com um elenco em reconstrução, inclusive podendo trocar peças dentro do corpo diretivo e comissão técnica, Jackson é um dos poucos atletas garantidos dentro do planejamento da franquia para o próximo ano. Por isso, a adição de um núcleo que utilize bem os atributos do ala-pivô é fundamental para o sucesso em futuro próximo para os Grizzlies.
6- Kevin Knox, New York Knicks (posição anterior: 7)
O ala do New York Knicks teve uma estagnação no seu jogo nesse último mês. Obviamente a campanha (péssima) dos Knicks auxilia, mas a verdade é que Kevin Knox ainda não conseguiu explorar todo seu potencial na temporada. Mesmo com uma boa média de 33% nos chutes de três pontos, Knox ainda não mostrou seus atributos físicos tanto no ataque quanto na defesa.
Com isso, Knox tem sido apenas um coadjuvante nas tramas ofensivas do Knicks, perdendo cada vez mais espaço. Em um cenário em que a franquia de New York tende a estar muito ativa na próxima offseason, podendo colocar o ala em um plano ainda mais secundário dentro da equipe. Hora de afirmação.
7- Shai Gilgeous-Alexander, Los Angeles Clippers (posição anterior: 8)
O armador continua a se mostrar um prospecto muito interessante. Vale lembrar que Shai Gilgeous-Alexander foi uma escolha fora do top 10 do último Draft, conseguindo ostentar números como 10,1 pontos e 36% no aproveitamento das bolas de três.
Gilgeous-Alexander acaba ganhando menos minutos em quadra pois disputa posição diretamente com Lou Williams, um dos principais candidatos a melhor sexto homem da temporada. Além disso, o Los Angeles Clippers está em sexto lugar na Conferência Oeste, muito perto de conseguir se classificar aos playoffs, mesmo em uma temporada em que a equipe não realizou grandes investimentos e ainda trocou Tobias Harris durante o ano.
8- Allonzo Trier, New York Knicks (posição anterior: 9)
Sendo uma ameaça vindo do banco de David Fizdale, Allonzo Trier consegue dar um excelente retorno ao New York Knicks, visto que seu nome não foi chamado no último Draft. Com médias de 10,1 pontos e 40% nas bolas de três, Trier tem potencial para se tornar um excelente chutador nos próximos anos na liga, algo como Malcolm Brogdon representa para o Milwaukee Bucks.
Trier conseguiu em três oportunidades desde o All-Star Break anotar mais de 20 pontos em um duelo, inclusive deixando 29 pontos em quadra contra o Sacramento Kings, sua segunda maior pontuação em sua curta, mas promissora carreira.
9- Mitchell Robinson, New York Knicks (posição anterior: não ranqueado)
Discutivelmente o melhor defensor vindo do último Draft e selecionado apenas na 36ª escolha, Mitchell Robinson é mais uma mostra que o New York Knicks realizou um excelente trabalho na última seleção de calouros. O pivô tem assustadores 2,4 tocos por jogo, conseguindo desde o All-Star Game cinco jogos com pelo menos quatro bloqueios.
Robinson ainda ostenta médias de 6,8 pontos e 5,4 rebotes, números interessantes para um calouro que atua apenas 18 minutos por jogo. Com esse desenvolvimento, o pivô tende ser a colocado em alguns anos para discussões de melhor defensor da temporada, podendo ser uma peça fundamental para o futuro próximo dos Knicks.
10- Kevin Huerter, Atlanta Hawks (posição anterior: 10)
Falando em franquias que tiveram bom dedo no último Draft, o Atlanta Hawks conseguiu encontrar um excelente armador de posição 2 em Kevin Huerter. O atleta tem crescido na temporada à medida que a franquia também sobe, principalmente graças ao bom basquete de Trae Young.
Huerter tem médias de 9,6 pontos e 39,4% no aproveitamento das bolas de três, sendo que desde o All-Star Game com 15 pontos em três oportunidades, sendo que contra o o New Orleans Pelicans o armador atingiu 27 pontos, sua segunda maior pontuação da temporada. Com uma provável pick alta no próximo Draft e salary cap disponível para agentes livres, os Hawks podem ser um dos times mais interessantes da NBA já em 2019-2020.
Menções honrosas
A primeira nota aqui é para o quinto colocado do último ranking. Com uma lesão no joelho esquerdo, Marvin Bagley III atuou em apenas quatro dos dez jogos disputados pelo Sacramento Kings desde o All-Star Game. O ala-pivô marcou nesse período 28 pontos contra o Golden State Warriors e 25 pontos contra o Minnesota Timberwolves, mostrando todo seu potencial para os Kings, que esperam contar com o atleta até a próxima semana para continuar na briga pelos playoffs. No ranking, perdeu lugar.
Já o outro atleta recebe novamente a menção pelos serviços prestados. Após uma cirurgia de ligamento em um dos dedos da mão, Wendell Carter Jr. não atua desde o início de janeiro. E com o Chicago Bulls em um honesto processo de “tank”, dificilmente veremos o pivô em quadra novamente nesta temporada.
Fique de olho
Vamos começar pelo lado positivo. O gatilho dos Clippers, Landry Shamet, o cara das enterradas de Minneapolis, Josh Okogie, e a produtividade que vem do banco de Dallas, Jalen Brunson. Agora vamos citar três decepções até o momento. Entre as 12 primeiras escolhas do último Draft, justamente Mo Bamba, Mikal Bridges e Miles Bridges não fazem parte do ranking nesta edição, sendo que apenas o ala do Charlotte Hornets conseguiu entrar na lista dos melhores calouros em algum momento. Ainda não é momento de desespero para as franquias, mas o sinal de alerta de bust já está ligado.
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Fotos: Christian Petersen/Getty Images, Bart Young/NBAE via Getty Images,