Ranking dos calouros da NBA 2018-2019 #3
Terceiro mês da classe de calouros mostra maior consistência e liderança dos principais prospectos do último Draft
A experiência é adquirida graças ao tempo e trabalhos realizados. E na NBA isso não é diferente. Entre erros, vitórias e muita transpiração, os calouros vão ganhando corpo em seu terceiro mês na liga e têm conseguido mostrar maior consistência e liderança dentro de suas equipes.
Além de Luka Doncic, calouro com ares de terceiranista, os principais prospectos da última classe do Draft vêm desempenhando esse papel chave. Deandre Ayton justifica a esperança em Phoenix com atuações sólidas nas duas pontas da quadra, Trae Young já controla o ritmo de jogo de Atlanta e tem sido mais presente nas definições de jogada, além de Jaren Jackson Jr. e sua imposição física e qualidade nos arremessos de média e longa distância.
E essas atuações vêm refletindo positivamente na campanha das equipes na temporada. Prova é que os Hawks, desde o dia 18 de dezembro, venceram oito partidas e perdeu sete, deixando a lanterna da Conferência Leste e ganhando quatro posições na tábua de classificação. Já os Suns têm 11 vitórias na temporada, sendo que sete foram conquistadas desde 14 de dezembro, incluindo uma série de quatro triunfos seguidos.
Quer saber mais sobre essas jovens estrelas? Confira abaixo o top-10 dos calouros após o terceiro mês da NBA, mais um conteúdo exclusivo do The Playoffs que traremos mensalmente por aqui, sempre com atualizações de acordo com o desempenhos dos rookies.
(Foto: Christian Petersen/Getty Images)
1- Luka Doncic, Dallas Mavericks (posição anterior: 1)
Acho que esse posto já pode levar uma usucapião. Doncic tem mostrado um basquete cada vez mais refinado, que tem inclusive colocado um mediano Dallas Mavericks a quatro jogos de distância dos playoffs. O armador ainda está bem cotado para ser eleito para o All-Star Game logo em seu ano de calouro, sendo o terceiro atleta mais votado para o evento (atrás apenas de LeBron James e Giannis Antetokounmpo).
Outro dado assustador é que nos últimos quatro jogos, Doncic teve médias de 25 pontos, cinco rebotes e cinco assistências. O outro calouro a ter esses índices na história? Nada menos que Michael Jordan. Dallas recebeu um pote de ouro vindo de Atlanta nesse Draft.
2- Deandre Ayton, Phoenix Suns (posição anterior: 2)
Temos que ser justos com Ayton. O clima em Phoenix nunca foi dos mais tranquilos. Ameaças de retirada da franquia da cidade pelo proprietário da equipe, Robert Sarver, além do clima pesado entre o técnico, Igor Kokoskov, e alguns atletas. Tudo isso atrapalha o desempenho de um calouro, ainda mais um pivô que sempre demonstrou não ter grande refinamento na defesa.
Mas Ayton tem mostrado maior eficiência no garrafão, equilibrando seu alto desempenho ofensivo (teve aproveitamento de 59% em dezembro) com presença na defesa. O pivô é o único calouro a ostentar médias de duplo-duplo na temporada (16,5 pontos e 10,7 rebotes), mostrando leve crescimento em comparação com a última parcial. Com um armador no próximo Draft, os Suns têm a oportunidade de fechar um núcleo jovem promissor no Arizona.
3- Trae Young, Atlanta Hawks (posição anterior: 5)
Após a corneta no último ranking, Young mostrou que os Hawks viram muito talento no jovem armador quando resolveram trocá-lo por Doncic (errados ou não pela troca). Sendo fundamental na recuperação de Atlanta na temporada, o calouro inclusive tem beneficiado o rendimento de outros atletas na rotação, como o ala-pivô secundarista John Collins e o também novato Kevin Huerter.
Young elevou para 29,5% seu aproveitamento nas bolas de três, com isso está com média de 16 pontos por jogo e deixou de marcar essa pontuação em apenas sete dos 23 jogos em que atuou entre dezembro e janeiro, sendo que nos últimos dois (contra Milwaukee Bucks e Oklahoma City Thunder), o armador anotou duplo-duplo e teve 26 e 24 pontos, respectivamente.
(Foto: Reprodução Twitter / NBA)
4- Jaren Jackson Jr., Memphis Grizzlies (posição anterior: 3)
Jackson Jr. continua mostrando seu atleticismo e basquete moderno em Memphis. Mesmo sem assumir um protagonismo como os três primeiros colocados do ranking, seu jogo casa muito bem com o que os Grizzlies precisam em quadra. Auxílio a Marc Gasol na proteção ao aro e espaçamento da quadra para movimentar o ataque.
Chutando 33% nas bolas de três pontos, Jackson Jr. tem o melhor aproveitamento entre alas-pivôs e pivôs que tiveram pelo menos 100 tentativas, além de manter a melhor média de tocos entre calouros com 1,6 por jogo. Futuro promissor para o produto de Michigan.
5- Wendel Carter Jr., Chicago Bulls (posição anterior: 4)
Carter Jr. é um dos calouros mais interessantes dessa classe. Muito polido na defesa, mas com algumas limitações no seu jogo de ataque, o pivô tem mostrado algumas dificuldades em ampliar seu arsenal de jogadas no decorrer dessa temporada, embora seja bom frisar que o front office dos Bulls não tem contribuído em nada para essa melhora.
Mesmo assim o pivô mantém sólidas médias de sete rebotes e 1,3 toco por jogo. O pivô também tem buscado mais a bola de três pontos. Em todo o mês de dezembro foram três tentativas do perímetro. Na metade de janeiro o número já chega a chega a cinco, com uma bola convertida.
6- Collin Sexton, Cleveland Cavaliers (posição anterior: 6)
Assim como os Cavaliers, o desempenho de Sexton não evoluiu no último mês. Mesmo anotando ao menos 11 pontos em 12 dos últimos 14 jogos, o armador diminuiu para 38,5% seu aproveitamento na bola dos três pontos (ainda uma média boa, diga-se de passagem) e também sua pontuação (14,6).
Sexton foi uma aposta alta de Cleveland e precisa aumentar suas médias para adquirir o protagonismo esperado dele e já alcançado por Doncic, Ayton e Young. Potencial para isso é visto algumas vezes. Nesse quesito, o armador precisa ser mais regular.
7- Marvin Bagley III, Sacramento Kings (posição anterior: 7)
Outro caso de redução em suas médias, Bagley III ainda não conseguiu superar Nemanja Bjelica para ser o titular dos Kings. Mesmo assim o ala mantém 12,5 pontos e 6,5 rebotes por jogo, números interessantes para um atleta de rotação.
Outro aspecto que pode melhorar ainda mais no jogo de Bagley III é o seu jogo do perímetro. O ala chutou 33 bolas de três na temporada e converteu 11, com um aproveitamento de 33%, o que credencia o ala-pivô a utilizar mais esse fundamento, até para auxiliar no espaçamento do ataque dos Kings. Na defesa, sua média de 0,9 toco por jogo também é algo notável para um atleta de rotação.
(Foto: Reprodução Twitter / Sacramento Kings)
8- Kevin Knox, New York Knicks (posição anterior: 9)
Os Knicks podem não ser o time mais regular da liga, mas durante suas partidas aparecem alguns lampejos de potencial para a equipe. E dentro desse universo, Knox é um verdadeiro cometa. Nos últimos 17 jogos, em apenas dois o ala não conseguiu ao menos 12 pontos, sendo que em seis partidas ele assinalou mais de 20 pontos.
E o aproveitamento do perímetro tem sido interessante, com 34,7% de média nos arremessos, demonstrando que Knox tem muita margem de crescimento dentro da liga, aliando atleticismo para agredir o aro e qualidade fora do garrafão.
9-Shai Gilgeous-Alexander, Los Angeles Clippers (posição anterior: 8)
Gilgeous-Alexander não conseguiu ampliar seu papel dentro dos Clippers, demonstrando cada vez mais ser um atleta de composição do que um protagonista. Suas médias de 9,6 pontos e 2,8 assistências ainda precisam crescer, embora seu aproveitamento de 35,9% de aproveitamento nas bolas de três é um número consistente.
Outro número positivo é que a média de minutos do armador continua em 25,5 pontos e que em apenas nove jogos da temporada ele saiu no banco de reservas. O problema é que seu substituto, o também armador Lou Williams, entra em quadra e anota 18,7 pontos. Competição dura para o novato.
10- Allonzo Trier, New York Knicks (posição anterior: não ranqueado)
O último colocado dessa lista não veio pelo Draft, mas está demonstrando que algumas franquias poderiam ter olhado com mais carinho para o produto de Arizona. Com médias de 9,8 pontos, 36,7% dos chutes de três, Trier tem se mostrado uma boa opção na rotação de David Fizdale. Prova é que o ala-armador atua em 21,1 minutos por jogo, em média.
Ele precisa de um pouco mais de regularidade na pontuação, visto que desde a rodada de Natal Trier atuou em dez jogos e em quatro não anotou mais do que uma cesta de quadra. Melhorando esse aspecto, o ala-armador pode pleitear até uma subida no ranking.
Ausências notáveis
Miles Bridges figura pela primeira vez fora do ranking e precisa crescer junto do Charlotte Hornets para voltar a esse grupo. Mo Bamba e Mikal Bridges ainda permanecem como os únicos do Top 10 do Draft que ainda não debutaram entre os melhores calouros. E para as próximas edições, olho no já mencionado Kevin Huerter dos Hawks, em Rodions Kurucs do Brooklyn Nets, em Josh Okogie do Minnesota Timberwolves e em Landry Shamet do Philadelphia 76ers, integrante no primeiro mês do levantamento.