[PRÉVIA] Playoffs da NBA: Round 1 da Conferência Leste
Veja o que se esperar para os Playoffs da Conferência Leste da NBA
Foi-se a temporada regular e mais uma vez os Playoffs da NBA chegam para animar os dias dos fãs de basquete. Nesta época, pipocam bolões e noites mal-dormidas esperando o fim daquele interminável jogo (que na verdade você realmente não gostaria que ele terminasse), um rito que repete ano a ano.
Em se tratando da Conferência Leste, muitas coisas bacanas aconteceram ao longo da temporada regular: o Atlanta Hawks fez uma temporada memorável e bateu seu recorde de vitórias, Derrick Rose voltou de lesão (leia-se lesões) e jogará a pós-temporada, o Milwaukee Bucks fez uma incrível e surpreendente temporada sob o comando de Jason Kidd e o Brooklyn Nets venceu uma digna batalha contra o Indiana Pacers pela oitava e última vaga, dentre outras coisas.
Aqui, traço alguns prognósticos sobre os confrontos desta primeira rodada dos Playoffs no lado oriental da liga, o Leste.
Atlanta Hawks (1) vs. Brooklyn Nets (8)
Surpreendente, o Atlanta Hawks (60-22) fez a melhor temporada regular da sua história, tendo atingido a marca de 60 vitórias pela primeira vez. Dentro da quadra, tudo se justificou. Em um time sem estrelas de primeira grandeza, quem brilhou foi o intenso jogo coletivo daquela que foi a equipe com a segunda maior marca de assistências por jogo da liga. Tudo isso, liderado por um técnico estreante, o candidato a técnico do ano, Mike Budenholzer.
Do outro lado, estará o problemático Brooklyn Nets (38-44), time que conta com elenco razoável mas que nunca engrenou desde que se estabeleceu em Nova York. Nesta temporada, a equipe trouxe o experiente técnico Lionel Hollins para o comando, mas a irregularidade do time não foi deixada de lado. Nesta semana, Paul Pierce, ex-Nets, falou sobre sua curta passagem pela franquia e o quanto era estranho o clima lá dentro, o que pode muito bem explicar toda a oscilação do time. Fato é que depois do All-Star Break, o time viveu seu melhor momento, obtendo 17 vitórias nos 30 jogos e mostrando sinais de melhora.
Os Hawks garantiram a primeira posição da Conferência com facilidade e com bastante tempo de antecedência, sendo capaz de poupar bastante minutos do quinteto titular. O único problema neste meio do caminho foi a lesão de Paul Millsap, mas o ala-pivô deverá voltar bem já para esta série. Pelo lado de Brooklyn, a equipe terá que contar com Joe Johnson e Deron Williams jogando o que nunca jogaram desde que pisaram na franquia Nets para poderem sonhar com a classificação.
PALPITE: Atlanta Hawks 4-1 Brooklyn Nets
Cleveland Cavaliers (2) vs. Boston Celtics (7)
Depois de um começo hesitante, David Blatt e seus comandados parecem estar muito mais a vontade juntos. Comparando as campanhas pré e pós All-Star Break, vê-se a clara evolução de uma equipe que aumentou sua média de pontuação, seu percentual de conversão de arremessos, seus rebotes e assistências por jogo, além de ter sofrido menos pontos. O clima também foi apaziguado entre os jogadores e o Cleveland Cavaliers (53-29) se tornou, enfim, a potência que todos pensavam.
Todos esperavam um Boston Celtics (40-42) pronto para o rebuilding (famosa reconstrução de cabo a rabo de um time) neste ano. O problema foi que esqueceram de contar ao jovem e bom técnico Brad Stevens sobre isso e ele conseguiu algo improvável na temporada. Em um time que viveu constantes remodelamentos e trocas, sempre atrás de escolhas para os próximos drafts (e são muitas, podem acreditar), Stevens perdeu seus melhores jogadores, mas ainda assim manteve o time competitivo e classificou a tradicional franquia mais uma vez.
Com muito mais tempo de jogo com a bola na mão e exercendo a função de, praticamente, armar o time, LeBron James colocou os Cavs nos eixos em mais uma de suas temporadas de MVP, conseguindo livrar Kyrie Irving para ser um finalizador fatal e envolvendo mais Kevin Love dentro e fora do garrafão. Para os Celtics, não vejo muita saída, a não ser a garra que o time apresentou nos últimos jogos da temporada regular e que acredito que fará diferença nos jogos em casa. Existem bons jogadores, como Isaiah Thomas, que controlado e vindo do banco contribui bastante, mas os Cavs aliam maiores potenciais físicos e técnicos e não decepcionarão.
PALPITE: Cleveland Cavaliers 4-2 Bostons Celtics
Chicago Bulls (3) vs. Milwaukee Bucks (6)
Chicago Bulls (50-32). Está aí um time que foi difícil de decifrar ao longo da temporada regular. Alternando grandes jogos e vitórias contra equipes boas com jogos horríveis e derrotas para times piores, a franquia comandada por Tom Thibodeau acabou não empolgando. Porém, apesar de tudo isso, terminou em terceiro, conta com um técnico extraordinário, força no garrafão (Pau Gasol foi o líder em double-doubles entre todos os times), defesa forte em todos os setores e o retorno de Derrick Rose para despachar o rival.
Uma das melhores histórias desta temporada foi a do Milwaukee Bucks (41-41). Vinda da pior campanha da sua longa história (14-68), a franquia do Wisconsin apostou em Jason Kidd para ser o grande comandante dos novatos do time. E deu muito certo, com o time melhorando a campanha em 27 vitórias. O time é bastante novo, mas conta com um potencial de encher os olhos. Giannis Antetokounmpo, Michael Carter-Williams e Khris Middleton têm bastante liberdade dentro da equipe, tendo como referência o genial armador que seu atual técnico fora no passado.
Como se percebeu, os Bucks não são um time para agora e eles têm consciência disso. Após o All-Star Break a franquia teve uma queda de rendimento e isso pode atrapalhar neste momento. Chicago tem a faca e o queijo na mão. Conta com uma equipe muito mais experiente, em todos os níveis, além de ter a volta de Derrick Rose, o que ainda dará uma injeção de ânimo em uma equipe que sempre vem muito forte, em se tratando de playoffs.
PALPITE: Chicago Bulls 4-1 Milwaukee Bucks
Toronto Raptors (4) vs. Washington Wizards (5)
Talvez o confronto mais equilibrado da primeira rodada pelo Leste, Toronto Raptors (49-33) e Washington Wizards (46-36) tiveram trajetórias semelhantes ao longo dos últimos cinco meses e meio. Com uma diferença de três jogos na tabela de classificação, as duas equipes começaram com tudo e deram a impressão que brigariam pela primeira posição da Conferência até o fim. O All-Star Break veio e foi aí que a coisa desandou. Os dois times tiveram campanhas negativas desde então e terminaram a temporada regular cercados de desconfiança.
Começar com o pé direito esta série será de extrema importância e a responsabilidade, neste sentido, será dos Raptors, que jogam as duas primeiras no Canadá. Caso o mando seja invertido, a confiança passará para o lado do time da capital, que conta com um elenco atlético e experiente e que já aprontou contra o Chicago Bulls, que era favorito, na primeira rodada da temporada passada.
Os confrontos particulares serão bastante interessantes. Os all-star John Wall e Kyle Lowry prometem fazer um embate intenso e são os maiores responsáveis por “carregarem” suas equipes. Um pouco mais atrás, pois ambos não vivem seus auges físicos, Bradley Beal e DeMar DeRozan (este consegue dividir com Lowry a reponsabilidade – Beal, não muito) são armas seguras de seus times e podem guardar bolas importantes. Na tábua, Jonas Valanciunas e Amir Johnson batalham contra Marcin Gortat e Nene, num duelo em que os Raptors saem claramente prejudicados. Talvez a chave para o sucesso de Toronto seja mesmo o banco, que conta com Lou Williams e Greivis Vasquez, em grande fase, para alavancar pontos quando os titulares estão descansando.
PALPITE: Toronto Raptors 4-2 Washington Wizards