[PRÉVIA] Playoffs da NBA: Final da Conferência Leste – Hawks x Cavaliers
Coletividade e estabilidade duelarão contra individualidade e improviso. O que será da Final do Leste entre Hawks e Cavs?
Depois de duas semifinais eletrizantes, Atlanta Hawks e Cleveland Cavaliers se encontram na Final da Conferência Leste, fazendo jus às grandes campanhas que conduziram ainda na temporada regular, em que foram primeiro e segundo colocado, respectivamente. A série final tem início nesta quarta-feira (20), em Atlanta.
Contra o Washington Wizards, na fase anterior, os Hawks dormiram no ponto, não conseguiram impor como gostariam seu jogo coletivo e tiveram que contar com John Wall baleado para poderem avançar sem maiores sustos. Por outro lado, Cleveland teve baixas ao longo das semanas passadas, mas conseguiu estancar a hemorragia, a base de bons jogos de LeBron James e de alguns reservas, para poder despachar o Chicago Bulls no jogo 6 da série. Agora as duas equipes se enfrentam em uma das finais dos Playoffs da NBA. O que esperar?
As duas franquias viveram realidades diferentes durante a temporada regular. Atlanta manteve sua base desde o início da temporada. Na estreia, contra Toronto no dia 29 de Outubro, o quinteto titular era composto por Jeff Teague, Kyle Korver, DeMarre Carroll, Paul Millsap e Al Horford, exatamente o mesmo que começou a sexta partida contra os Wizards, no dia 15 de Maio. Com Thabo Sefolosha como única grande baixa no meio do caminho, a estabilidade e a continuidade do elenco realmente impressionam.
Do outro lado, Cleveland teve que se mexer, e muito, durante os primeiros 82 jogos e ainda na pós-temporada. A equipe iniciou a temporada jogando com Kyrie Irving, Dion Waiters, LeBron James, Kevin Love e Anderson Varejão no dia 30 de Outubro, time muito diferente daquele que começou a sexta partida contra Chicago e contava com Irving, James, Iman Shumpert, Tristan Thompson e Timofey Mozgov. Baixas importantes vieram por problemas médicos. Varejão está fora há tempos, Love está fora da temporada e Irving anda com problemas comprometedores no pé e no joelho.
Outras realidades viveram também as equipes nos confrontos da temporada regular. Atlanta começou a temporada regular com 5-5, logo antes de encaixar seu jogo e vencer 55 dos 72 jogos seguintes. Cleveland, por outro lado, teve uma metade de temporada de 19-20, antes de fechar as trocas que moldaram o atual elenco e levaram a equipe à segunda posição do Leste. Três dos quatro confrontos entre os times foram realizados nos dois primeiros meses da temporada regular, período da tal instabilidade dos Cavs, com 2-1 para Atlanta. O último, com outra vitória de Atlanta, foi jogado em Março e esse sim teve mais a cara do confronto desta quarta-feira.
Atlanta terá vida dura contra os Cavs. Primeiro, será preciso designar alguém para a marcação de LeBron James nas jogadas de isolação, tal qual Jimmy Butler fez na série passada. O mais indicado e provável atleta será DeMarre Carroll, ala de 2,03 m e força suficiente para marcar jogadores em diversas posições, bem como é LeBron, um jogador versátil o bastante para jogar em várias posições. Será um embate e tanto. Para cuidar do forte garrafão dos Cavs, com Mozgov e Thompson, os Hawks talvez tenham que equilibrar mais na área pintada, colocando Pero Antic, por exemplo, mais tempo em quadra. De outro jeito, os rebotes ofensivos, que foram um pesadelo para Chicago, irão repetir-se.
No ataque, o espalhamento do time pela quadra trará problemas para os homens grandes de Cleveland. As constantes saídas de Horford e Millsap do garrafão, fatalmente, deverão fazer com que David Blatt sacrifique um de seus dois homens de garrafão com alguma frequência, em busca de um time mais baixo e ágil. Jeff Teague terá Irving em sua marcação mas, inevitavelmente, terá que lidar com Matthew Dellavedova por mais tempo do que o normal, um defensor mais limitado do que o titular. Aproveitando-se do desequilíbrio defensivo que Teague irá causar a partir dos cortes e dos seguidos passes entre os jogadores, Korver terá que melhorar seu aproveitamento de fora nestes playoffs (contra Washington foram apenas 28,6% para três pontos) para voltar a ser aquela arma letal tão essencial para manter as chances de Atlanta vivas.
Devido às limitações físicas de Irving, LeBron James deverá fazer algo que ele não gosta muito. Iniciar os ataques, assim como fez muitas vezes na série contra os Bulls. Ótimo passador que é, James tem a capacidade de achar companheiros abertos à medida em que não consegue infiltrar devido à boa marcação, e isso deverá acontecer nesta série, em que o jogador terá Carroll como sombra. Ofensivamente, Thompson e Mozgov já provaram que poderão dar muitas segundas chances a seus companheiros.
Na defesa, Shumpert deverá ser o responsável por tentar calar os arremessos de fora de Korver e o deverá fazer muito bem. Dentro do garrafão, Mozgov e Thompson fazem o trabalho sujo com autoridade e só deverão ter problemas quando acontecerem as saídas dos pivôs rivais para fora do garrafão, momento em que eles se aproveitam da maior agilidade e leveza para ganhar dos gigantes dos Cavs.
Olhando para os dois bancos, um jogador de cada lado chama a atenção. J.R. Smith pelos Cavaliers e Dennis Schroder pelos Hawks são os quem mais têm minutos em quadra e os únicos capazes de modificar as caras de suas equipes. Na soma, o banco de Atlanta joga e pontua muito mais, sendo este um diferencial caso a série se alongue por pelo menos seis jogos.
Valendo-se de seus valores individuais e da exuberante fase de LeBron James, os Cavs têm grandes chances de passar. Técnico do ano, Mike Budenholzer terá trabalho para parar a turma de Ohio.
PALPITE: Cleveland Cavaliers 4-2 Atlanta Hawks