[PRÉVIA] NBA 2019-2020: #9 Portland Trail Blazers
Com contratos renovados, Lillard e McCollum contam com novos companheiros para tentarem levar os Blazers mais longe
Entre 2013 e 2018, foram todas as cinco temporadas comparecendo aos playoffs, mas com campanhas decepcionantes. A campanha de 11-24 do Portland Trail Blazers nesse período e as varridas nas primeiras rodadas em 2017 e 2018 para Golden State Warriors e New Orleans Pelicans, respectivamente, deixaram uma marca amarga na franquia, que foi para a última temporada com um quê de “ou vai ou racha” para o elenco. E foi. Mais longe.
Comandados por Damian Lillard e C.J. McCollum na melhor forma possível juntos, os Blazers despacharam o Oklahoma City Thunder de Russell Westbrook e Paul George por 4 a 1 na primeira rodada e venceram o Denver Nuggets nas semifinais de conferência no jogo 7. A evolução da dupla de armadores estava sendo provada durante os playoffs, mas a varrida nas finais de conferência para um Golden State Warriors sem Kevin Durant mostrou, de uma vez por todas, que Portland estava a um jogador de distância dos grandes times de toda a liga.
Da última temporada para esta, ainda que garantindo seus dois melhores jogadores, a equipe passou por uma repaginada pesada. Ambos com 27 anos, Lillard acertou uma renovação de US$ 196 milhões até a temporada 2024/2025, enquanto que McCollum tem mais cinco anos e US$ 158 milhões para receber no período. O restante do elenco mudou drasticamente, mas sem grandes movimentações financeiras, já que foram trocados contratos ruins por… novos contratos ruins.
Neste ponto, já vale uma menção à maior chegada no elenco. Os Blazers trocaram os contratos polpudos de Meyers Leonard e Maurice Harkless pelo expirante do pivô Hassan Whiteside e esperam que o bom reboteiro (média de 11,4 rebotes na carreira) e defensor de perímetro retome seus melhores dias de basquete para ajudar a equipe. O ex-jogador do Miami Heat sofreu com a baixa utilização e mostrou descontentamento no seu jogo, claramente afetado pela situação. Se de bem com o basquete, ainda mais que a boa defesa, oferece uma opção ofensiva decente perto do garrafão… bem perto.
No garrafão, uma situação que deverá ser pensada mais para frente é a colocação de Whiteside com Jusuf Nurkic. Ainda sem previsão de retorno, o pivô bósnio, que teve 15,6 pontos e 10,4 rebotes de média na última temporada, sofreu uma lesão feia em março e deve voltar em algum ponto de 2020. Como voltará ainda é uma incógnita. Voltando, se jogando junto ou revezando com Whiteside, também ainda não se sabe. Zach Collins no meio disso tudo também precisa ser visto. Foi clara a evolução e o quanto pode acrescentar no elenco na última temporada, mas e para esta, jogando na posição 4, com Whiteside ao lado, ou na posição 5?
Em situação parecida com a de Whiteside, o ala Kent Bazemore às vezes se achava como a terceira opção nas alas do Atlanta Hawks. Baze teve sua menor média de minutos dos últimos quatro anos (24,5) e o menor aproveitamento nos arremessos de quadra de seus últimos seis anos (40,2%), mas os Blazers confiam em sua capacidade atlética e sabem que o ala deve ser uma melhoria em relação a Evan Turner para vir do banco. Pelo menos nos arremessos de três, os razoáveis 32% de Baze da última temporada são bem melhores do que os pobres 21,2% de Turner.
Remanescentes do elenco, Rodney Hood e Anfernee Simons terão maiores responsabilidades nesta temporada. Enquanto o ala deverá sair como titular, com as saídas Al-Farouq Aminu e Moe Harkless, o jovem armador de 20 anos poderá ser o primeiro substituto de Lillard na armação. Hood oferece uma ótima alternativa no perímetro e terminou a temporada nos playoffs muito bem, motivo que fez com que o contrato de dois anos e US$ 16 milhões que Portland fez saísse barato. Simons mostra-se habilidoso e bom pontuador e, a depender de sua evolução para esta temporada, pode ser uma boa peça.
Outras duas chegadas da free agency foram as de Pau Gasol e Mario Hezonja. Se questionamos o potencial evolutivo de Collins, o ala-pivô espanhol poderá e muito ajudar neste quesito. Aos 39 anos, recuperando-se de cirurgia, e com uma bagagem na NBA invejável, Gasol vai jogar poucos minutos, mas deverá ser eficiente quando acionado, como bem sabemos. Mais do que isso, sua mentalidade, campeã na liga e com entendimento do jogo gigantesco, deverá ser sentida por todos nas grandes ambições do time. Escolha de loteria do Orlando Magic em 2015, Hezonja jogou no New York Knicks em 2018/2019 e ainda não mostrou a que veio na liga. Terá nova chance em Portland vindo do banco.
O Portland Trail Blazers tem motivos de sobra para se orgulhar da última temporada, afinal, chegou às finais do Oeste, contra o melhor time dos últimos anos. Não tinha muito para onde ir. Para esta temporada, em termos de potencial, vejo o time equilibrado com o da última, mas com a desvantagem de ainda ser desconhecido entre si. Caberá a Terry Stotts encaixar o jogo o quanto antes entre todos para o time buscar uma performance semelhante à anterior, ainda que em um Oeste mais perigoso desta vez…
(Fotos 1 e 3: Reprodução Twitter / Portland Trail Blazers; Foto 2: Reprodução Twitter / CJ McCollum)
Principais chegadas: Hassan Whiteside (troca), Kent Bazemore (troca), Mario Hezonja (agente livre), Pau Gasol (agente livre) e Nassir Litttle (Draft)
Principais saídas: Maurice Harkless (troca), Al-Farouq Aminu (agente livre), Enes Kanter (agente livre), Evan Turner (agente livre), Jake Layman (agente livre), Meyers Leonard (troca) e Seth Curry (agente livre)
Ponto Forte: Aqui é batata. Há um bom tempo que Lillard e McCollum comandam as ações do time e para a próxima temporada não será diferente. A dupla de armadores é o ponto forte e mostrou um grande amadurecimento na última temporada, talvez atingindo algo próximo a seu auge juntos (Lillard e seu arremesso da vitória contra o Thunder e McCollum com seu jogo 7 de 31 pontos contra os Nuggets ilustram isso). Conseguiram levar os Blazers às finais de conferência e, na ausência de Klay Thompson nos Warriors, devem provar-se o melhor backcourt da liga.
Ponto Fraco: Se o ataque nas mãos de Lillard e McCollum continua a força, isso também mostra as fragilidades do time na ajuda na pontuação. A temporada passada apresentou isso e as mudanças na equipe não favoreceram nesse sentido. Se Simons, Hezonja e Collins não subirem alguns bons degraus em termos ofensivos, ficará difícil. Outro ponto é a defesa de perímetro, principalmente nas alas, em que o time sofreu uma recaída considerável, em termos de tamanho dos jogadores, com as saídas de Aminu e Harkless. Na elite do Oeste, com Paul George, Kawhi Leonard e LeBron James na posição, o time pode sofrer por não contar com bons marcadores para a posição.
Campanha em 2018-2019: 53-29 (terceiro na Conferência Oeste) / 0-4 contra o Golden State Warriors na final da Conferência Oeste
Provável quinteto titular: Damian Lillard, C.J. McCollum, Rodney Hood, Zach Collins e Hassan Whiteside
Franchise player: Damian Lillard
Head coach: Terry Stotts (oitava temporada na NBA e oitava nos Blazers)
Briga por: chegar ao top-4 da Conferência Oeste
POWER RANKING THE PLAYOFFS
Portland Trail Blazers: posição 9
Melhor nota: 9 / Pior nota: 8
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Guilherme Rodrigues, Pedro Moreira, Piero Fiorelli, Ricardo Pilat e Thiago Passarelli. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 30. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.