[PRÉVIA] NBA 2019-2020: #11 Boston Celtics
Gigante de Boston trocou de franchise player e espera enfim brigar pelo título
O famoso rebuild do Boston Celtics, iniciado em 2013-14, tomou rumos inesperados na última free agency. Após draftar Marcus Smart, Jaylen Brown e Jayson Tatum, além das chegadas de Kyrie Irving, Al Horford e Gordon Hayward, a franquia parecia estar com a base montada para o futuro. Mas, em pouquíssimos dias, as coisas mudaram completamente.
Irving e Horford não fazem mais parte do elenco. Em um estalo de dedos, os Celtics passaram de um contender na Conferência Leste para um mero coadjuvante. Não bastasse perder suas principais estrelas, ainda viu os rivais Philadelphia 76ers e Brooklyn Nets se reforçarem. Quando tudo parecia estar perdido, uma luz no fim do túnel foi vista em Boston: Kemba Walker.
Depois de passar oito anos em Charlotte, com apenas duas participações em playoffs, Kemba chega como substituto imediato de Irving. Apesar dos poucos holofotes, o armador ex-Hornets vem de uma temporada de 25,6 pontos e 5,9 assistências por jogo, dando a ele uma vaga no terceiro time ideal da liga. Com alto QI de basquete, seu estilo de jogo tem tudo para funcionar no esquema de Brad Stevens.
Outro jogador com pouca mídia e muita bola é Enes Kanter. Carregando o fardo de “6º homem” em boa parte da carreira, suas estatísticas podem não chamar muita atenção. Seus 13,7 pontos e 9,8 rebotes por jogo podem até ser interessantes, mas pouco atraentes. No entanto, o pivô conseguiu esses números em apenas 24,5 minutos por partida. Convertendo os dados para cada 36 minutos (tempo médio de um titular absoluto), chegamos à expressiva marca de 20,1 pontos e 14,5 rebotes.
Formando a base do time ainda temos Jaylen Brown, Marcus Smart, Jayson Tatum e Gordon Hayward. Os dois primeiros são os principais responsáveis defensivamente pela equipe, enquanto os dois últimos são importantíssimos no ataque.
Smart já se consolidou como um dos melhores defensores da liga, sendo eleito para o primeiro time de defesa da NBA na última temporada. Sua grande qualidade é a capacidade de marcar jogadores de diversas posições, inclusive alguns pivôs. Já Brown vem evoluindo ano após ano, tendo números parecidos aos de Jimmy Butler na mesma fase da carreira. O ala já passou por altos e baixos durante esses três anos em Boston. De calouro com potencial passou para titular no segundo ano, e novamente rebaixado para reserva no terceiro. No entanto, sua importância dentro do elenco só cresce.
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Diferente de Brown, Tatum foi titular em todos os 159 jogos de temporada regular que disputou. Devido à grave lesão de Gordon Hayward em 2017, o calouro chamou ainda mais a responsabilidade e se provou como um dos jovens mais promissores da NBA. Com 14,8 pontos e 5,5 rebotes de média em duas temporadas, seus números são parecidos com os de astros como Giannis Antetokounmpo e DeMar DeRozan no mesmo período.
Já Gordon Hayward parece não ter se incomodado com o novo papel na carreira. Depois de sete anos no Utah Jazz, com os três últimos fazendo mais de 19 pontos por jogo, o ala decidiu ir para Boston. Mas, para o seu azar, uma grave lesão nos primeiros cinco minutos da temporada o deixou de fora de todos os 100 jogos seguintes (contando playoffs). Agora, longe de seu auge físico e técnico, o jogador vem de uma campanha de 11,5 pontos e 4,5 rebotes vindo do banco em 2018-19. Vale observar se o seu papel será de mais protagonismo a partir de agora.
Além dos valores individuais, o coletivo é o grande ponto forte da equipe. E o principal responsável por isso é mais um grande valor individual o treinador Brad Stevens. Comandante da franquia desde 2013, o head coach conhece o jogo como poucos e é, na opinião deste que vos escreve, a grande estrela do Boston Celtics. Sob seu comando, a equipe está há quatro temporadas seguidas com pelo menos 48 vitórias.
Caberá ao treinador a dura missão de, mais uma vez, remontar quase por completo seu plano de jogo. Sem Kyrie Irving, Al Horford, Terry Rozier e Marcus Morris, a equipe perdeu boa parte dos seus principais jogadores. Quem deve se beneficiar individualmente é Jayson Tatum, que deverá ter ainda mais a bola em suas mãos, e deve flertar com os 20 pontos por jogo (também é uma boa aposta para o fantasy).
(Fotos: Reprodução Twitter/Boston Celtics)
Principais chegadas: Kemba Walker e Enes Kanter (free agency); Carsen Edwards e Grant Williams (draft); Tacko Fall (não draftado/carisma)
Principais saídas: Kyrie Irving, Al Horford, Terry Rozier e Marcus Morris
Ponto forte: Brad Stevens. Poucos seres humanos conhecem os Celtics tão bem como esse cara. Em suas mãos já passaram vários franchise players como Rajon Rondo, Isaiah Thomas, Al Horford e Kyrie Irving. Em todos esses seis anos como treinador em Boston, por pior que seja o elenco, a equipe nunca deixou de ser organizada. Se os celtas estiverem em uma decisão de NBA, pode ter certeza que boa parte se deverá ao seu head coach.
Ponto fraco: Incertezas. Boston é hoje uma das franquias mais incertas sobre seu futuro na liga. O garrafão sem Al Horford perde muito na defesa (e Kanter nunca foi um grande defensor). Caso os jovens Tacko Fall e Robert Williams III consigam impactar positivamente, a perda pode ser amenizada. Se Gordon Hayward voltar ao seus momentos de glória, a equipe também fica bem servida no ataque. Tudo depende do “se…”.
Campanha em 2018-2019: 49-33 (4º lugar no Leste) – eliminado no segundo round pelo Milwaukee Bucks
Provável quinteto titular: Kemba Walker, Marcus Smart, Jaylen Brown (ou Gordon Hayward) Jayson Tatum e Enes Kanter
Franchise player: Kemba Walker
Head coach: Brad Stevens
Briga por: Final de conferência como zebra
POWER RANKING THE PLAYOFFS
Boston Celtics: posição 11
Melhor nota: 8 / Pior nota: 7,5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Guilherme Rodrigues, Pedro Moreira, Piero Fiorelli, Ricardo Pilat e Thiago Passarelli. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 30. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.