[PRÉVIA] NBA 2015-2016: Divisão do Atlântico
Apesar de ter levado 3 times para os últimos playoffs, ninguém na divisão ficou satisfeito e todos buscam evolução
Na Conferência Leste, há alguns anos, vem sendo comum vermos times com campanhas negativas chegarem aos playoffs. Tá aí uma das poucas razões para explicar que três times da Divisão do Atlântico tenham participado da pós-temporada em 2014-2015.
Toronto Raptors, de ótima campanha, mas que acabou varrido pelo Washington Wizards logo na primeira rodada; Boston Celtics, também varrido, mas pelo Cleveland Cavaliers; e Brooklyn Nets, de quem não se esperava nada, mas que até fez jogo duro com o Atlanta Hawks. No fim, o time alvi-negro teve o mesmo fim dos colegas de divisão, eliminado por 4-2. Já New York Knicks e Philadelphia 76ers fizeram campanhas terríveis, brigando pelas últimas posições na campanha geral da NBA.
Ou seja, no fim das contas, ninguém ficou satisfeito com o que fez na última temporada. E nenhum dos times era tudo isso também (muito pelo contrário em vários casos). Então, a briga de todos é para subir degraus em relação ao ano anterior. Qual dos cinco conseguirá chegar mais alto? É o que o The Playoffs tenta desvendar em mais uma prévia da temporada 2015-2016!
NEW YORK KNICKS
Depois de fazer a pior campanha de sua história, nada pode piorar para os Knicks nesta temporada, certo? Err… certo. Realmente, acho muito difícil que a tradicional franquia nova-iorquina consiga fazer alto tão grotesco de novo. Porém, a julgar pelas movimentações durante a offseason, não me parece que as coisas também serão muito melhores para Carmelo Anthony e cia.
Começando por ele, Melo vem de uma lesão na última temporada que o tirou de 42 jogos na temporada. Aos 31 anos, é cada vez mais difícil dizer que ter um cara com ele é sinônimo de ter um baita diferencial, apesar de uma temporada de 24,2 pontos de média. Vendo inclusive alguns times recentes de sucesso na conferência como Atlanta Hawks e Toronto Raptors, percebemos que o caminho recente da NBA tem sido o oposto, de economizar com estrelas e buscar formar elencos homogêneos. Ter uma estrela (e em fase de declínio) e outros 14 mais ou menos não me parece mais o caminho.
De qualquer maneira, ter Carmelo é uma das poucas coisas que resta a New York, então é melhor o técnico Derek Fisher trabalhar seu elenco para mais uma vez jogar por ele. Ou melhor, se quer algo na temporada, precisa que o camisa 7 jogue dentro de um time bem montado, em que ele não precise apenas resolver recebendo todas as bolas, mas que possa decidir quando necessário.
Falando de elenco, difícil dizer que ele evoluiu do fim da temporada pra cá. J.R. Smith e Iman Shumper já haviam partido em janeiro, e outros com Tim Hardaway Jr e Andrea Bargnani também se foram na offseason. Entre os nomes de mais “impacto”, chegaram o pivô Robin Lopez, que provavelmente é a adição mais interessante até aqui, e o ala-armador Aaron Afflalo, que tenta a sorte em mais um time na NBA. Destaque também para o ala Derrick Williams, outro que rodou bastante na Liga e na pré-temporada vai indo muito bem.
Já que citei Fisher, vale falar também de Phil Jackson, presidente de Operações/quase técnico do time e do tão famoso sistema de “triângulos”. Sim, ele não encaixou na última temporada. Na verdade, o time foi tão bagunçado, com tantas mudanças do jogo 1 ao 82, que é difícil implementar qualquer estilo. Mas fato é também que talvez a comissão técnica esteja gastando vela demais com algo que não é mais a maravilha que era 20 anos atrás, em outros tempos de NBA.
E para fechar sobre os Knicks, falemos de Kristaps Porzingis. O letão, número 4 do Draft da NBA, é a grande aposta de P-Jax. O ala-pivô foi escolhido antes de vários nomes de impacto e, apesar de ter sido vaiado pelos cornetas nova-iorquinos no dia da seleção, é apontado por muita gente que o conhece melhor com uma futura estrela europeia da NBA. Difícil é acreditar que ele trará impacto logo no primeiro ano na América.
Resumindo: não esperem muito dos Knicks, mais vez.
Resultados 2014-2015: 17-65
Provável quinteto titular: Jose Calderon, Aaron Afflalo, Carmelo Anthony, Kristaps Porzingis, Robin Lopez
Briga por: ficar longe do fim da tabela
BOSTON CELTICS
Boston prometia sofrer bastante na última temporada. Já sem suas maiores estrelas da história recente – Doc Rivers, Kevin Garnett, Paul Pierce, Ray Allen – Rajon Rondo também disse adeus ainda no meio da temporada e deixou o técnico Brad Stevens com a difícil tarefa de fazer um time quase sem ninguém mostrar alguma coisa. E não é que ele conseguiu?! E está aí o primeiro grande trunfo dos verdes para a temporada, ter um treinador deste calibre.
Stevens tem um elenco até que interessante, quando olhamos sem a perspectiva caótica do meio da temporada passada. O principal é justamente o que falei acima em relação a ter peças de reposição semelhantes em cada posição. Ano passado, o time conseguiu chegar aos playoffs baseado neste estilo de jogo e com a chegada de Isaiah Thomas no meio da temporada, adicionando um grande diferencial vindo do banco – condição de 6º homem que deve ser mantida.
Já para esta temporada, chegaram mais dois experientes jogadores: o ala Amir Johnson, ex-Raptors, e o ala-pivô David Lee, campeão no último ano com os Warriors. Importante ter caras como estes, que certamente darão mais bagagem ao time, que conta com muita gente jovem, caso por exemplo de Marcus Smart, armador que tem tudo para crescer ainda mais em seu segundo ano como profissional.
Kelly Olynyk, Avery Bradley, Tyler Zeller, o recém-draftado Terry Rozier… são muitas as opções para este time. Tanto de nomes quanto na forma de jogar, com possíveis variações táticas. Fica até difícil prever um quinteto titular. Não sei você, mas eu acho que os Celtics podem crescer demais nesta temporada. Mas, para não dizer que me empolguei antes da hora, acho mais fácil apenas dizer que o time certamente estará na briga por playoffs, mas me arrisco a dizer que, desta vez, pode chegar lá com campanha positiva.
Resultados 2014-2015: 40-42 / playoffs: 0-4
Provável quinteto titular: Marcus Smart, Avery Bradley, Jae Crowder, David Lee, Tyler Zeller
Briga por: vaga nos playoffs
BROOKLYN NETS
Como será a vida do Brooklyn Nets agora sem Deron Williams? A julgar pelas últimas temporadas, não será uma perda tão sentida assim. O armador teve médias de 13 pontos (segunda pior marca da carreira) e 6,6 assistências, e sempre falhando na hora decisiva. Me pareceu um bom momento para o “fim do casamento”. E diria eu que o saldo para os Nets foi bastante positivo na offseason, já que o cenário previsto era de muitas saídas e poucas adições.
Dois nomes que acredito ainda poderem render alguma coisa foram mantidos: Brook Lopez (que agora terá a companhia do irmão Robin na mesma cidade, jogador dos Knicks) e Joe Johnson. A eles foram adicionados vários jogadores, a destacar o ala-pivô Andrea Bargnani, que precisa superar o histórico recente de lesão. O ala Thaddeus Younq e o armador Shane Larkin são mais algumas apostas que podem resultar em alguma coisa.
Mas apesar de minha tentativa de amenizar a situação da franquia nova-iorquina, é bem incerto o futuro deles. Ano passado eu já me surpreendi bastante de vê-los nos playoffs, com tantas crises extra-quadra e um time sem identidade… e não houve uma mudança significativa que nos faça acreditar em um cenário melhor. Lionel Hollins segue no comando técnico e não me passa muita confiança.
A meu ver, Brooklyn não deve ir a lugar nenhum na temporada. A única chance deles é por estarem na Conferência Leste, que facilita muita coisa. Mesmo assim, minha aposta é de que dessa vez eles não irão passear pela pós-temporada.
Resultados 2014-2015: 38-44 / playoffs: 2-4
Provável quinteto titular: Jarrett Jack, Bojan Bogdanovic, Joe Johnson, Thaddeus Young, Brook Lopez
Briga por: vaga nos playoffs
TORONTO RAPTORS
Depois de surpreender e fazer uma campanha sensacional na temporada regular, Toronto agora vem com mais atenções dos rivais, o que talvez traga mais dificuldades. De qualquer maneira, o time canadense continua sendo tranquilamente o melhor desta divisão e dificilmente não estará nos playoffs, e bem posicionado, mais uma vez.
Apesar de suas sentidas perdas – Amir Johnson, para os Celtics, e Lou Williams, sexto homem da última temporada, para os Lakers – o time do técnico Dwane Casey ainda mantém um elenco bem interessante e com tudo para fazer mais uma temporada consistente. Kyle Lowry e DeMar DeRozan seguem por lá, formando uma das duplas de armadores mais fortes do Leste. Não será surpresa se ambos tiveram médias de mais de 20 pontos por jogo (Lowry teve 17,8 e DeRozan, 20,1 na temporada anterior).
Além disso, chegou o ala DeMarre Carroll, que vem de ótima temporada nos Hawks. Grande adição no período de free agency, que vai colaborar também na questão defensiva, um dos problemas do time em 2014-2015. Adicionando experiência no elenco, o argentino Luis Scola deve ter bons minutos em quadra. Número 1 do Draft de 2013, Anthony Bennett chega do Minnesota Timberwolves para ver se finalmente joga o que dele se espera.
Já os brasileiros Bruno Caboclo e Lucas “Bebê” Nogueira esperam ter mais oportunidades. A julgar pelas informações e atuações na pré-temporada, o primeiro deve estar bem mais presente que o segundo. Caboclo jogou 8 partidas na temporada anterior, enquanto Bebê teve 6 aparições.
Resultados 2014-2015: 49-33 / playoffs 0-4
Provável quinteto titular: Kyle Lowry, DeMar DeRozan, DeMarre Carrol, Patrick Patterson, Jonas Valanciunas
Briga por: mando de quadra nos playoffs
PHILADELPHIA 76ERS
A demorada reconstrução dos Sixers pode começar a ser melhor sentida nesta temporada. E dois nomes são as principais esperanças na cidade da Philadelphia para que isso se torne realidade. São eles: Nerlens Noel e Jahlil Okafor.
O primeiro, pivô, vem de uma temporada inicial (depois de um ano lesionado) surpreendente, rendendo muito ao time especialmente na defesa – teve 8,1 rebotes e 1,9 tocos de média. Tudo indica que ele pode ser ainda melhor agora um ano mais velho. Já Okafor, para muitos o verdadeiro nº1 da última classe do Draft, acabou caindo no colo dos 76ers na 3ª escolha. Campeão em Duke na NCAA, o ala-pivô tem um tremendo potencial ofensivo e não duvido que faça estrago já em sua primeira temporada.
Poderíamos estar falando de Joel Embiid também, o que seria ainda mais legal para Phily, mas o cara sofreu a milésima complicação de sua primeira lesão e não deve jogar em sua segunda temporada seguida. O número 3 do Draft de 2014 ainda não estreou na NBA.
O armador Tony Wroten e o ala Robert Convington, que vêm de boas temporadas, são mais dois nomes que devem estar no quinteto inicial do técnico Brett Brown. Resta saber se o elenco como um todo terá profundidade para sonhar com algo melhor. Vale lembrar que os Sixers vêm de uma campanha terrível de 18-64, e não é de uma hora pra outra que as coisas melhoraram.
Mesmo assim, na minha modesta opinião (e pode me chamar de maluco se quiser), jogando no Leste e com tantos jogadores de potencial, não há porque não pensar nos Sixers brigando por playoffs – mesmo que no fim das contas não cheguem.
Resultados 2014-2015: 18-64
Provável quinteto titular: Tony Wroten, Nik Staukas, Robert Convigton, Jahlil Okafor, Nerlens Noel
Briga por: vaga nos playoffs
PRÉVIAS THE PLAYOFFS: NBA 2015-2016