Pontos e impressões sobre o NBA Global Games Rio 2015
Tudo que aconteceu no final de semana do NBA Global Games Rio 2015 sob o olhar de quem esteve por lá. Dará saudades
No último domingo (18), chegou ao fim o NBA Global Games Rio 2015, evento que teve sua terceira edição na capital carioca e pela primeira vez com um jogo entre uma equipe brasileira e uma equipe da NBA em solos brasileiros. No final do sábado (17), vitória do Orlando Magic sobre o Flamengo por 90 a 73, algo que pouco teve impacto frente a tudo de bom que aconteceu ao longo da semana em que a NBA esteve presente por aqui, com cobertura da equipe The Playoffs.
A semana foi agitada: tivemos desde a exposição do Troféu Larry O’Brien para o público na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Barra da Tijuca, até a entrega da quadra reformada da Escola Municipal Santos Anjos, no Leblon, com presença de jogadores dos dois lados e clínica de basquete para cerca de 50 crianças.
No final de semana, mais movimentação: teve a inauguração da Arena 3X, na praia de Ipanema, onde foram realizadas atividades com a equipe de entretenimento do Magic, as dançarinas de Wolves e do Magic e o time de enterradas dos Kings, além de passagem de jogadores das equipes. No sábado (17), além do jogo, em Ipanema, os torcedores puderam acompanhar o jogo pelo telão e no domingo (18) a programação fechou nas areias da praia novamente. Passaram pelas areias de Ipanema os ex-jogadores Detlef Schrempf, Muggsy Bogues, além do recém-aposentado Jason Collins e a jogadora do Connecticut Sun, da WNBA, Chinenye “Chiney” Ogwumike.
Aqui traço alguns pontos e impressões que tive ao ficar bem próximo do evento durante o sábado:
PRÉ-JOGO
1 – TRANQUILIDADE: Chegando antes das 14h na HSBC Arena, a movimentação ainda era bem tranquila, tanto de jornalistas como de torcedores que teriam que retirar ingresso ainda. Muitas coisas ainda estavam sendo arrumadas na parte de fora.
2 – TRANQUILIDADE 2: Pelo que se pode ver, a Imprensa compareceu em menor número em comparação aos dois anos anteriores. O jogo não tinha o atrativo que era LeBron James no ano passado, ou Nenê e a primeira partida da NBA em solo brasileiro do ano anterior, mas fora um jogo histórico para o basquete brasileiro.
3 – PADRÃO NBA: O clima era mesmo de jogo da NBA. Treinamentos exaustivos pela equipe de entretenimento desde muito antes do jogo começar, seguranças aos montes (cada porta do interior da arena tinha um) e fartura em toalhas, isotônicos, etc. davam a tônica de como ia ser o negócio.
4 – PADRÃO NBA 2: Exposição da taça no ginásio, loja com produtos oficiais da marca e lugares e mais lugares para tirar foto também mostravam o quanto um jogo da NBA era para todo tipo de público. Às vezes não é preciso nem gostar do esporte para se divertir em um jogo assim, já que o entretenimento está lá a toda hora, saltando na sua frente.
5 – LAMENTÁVEL: A se lamentar, o entrevero causado por um torcedor flamenguista que ameaçou um torcedor corintiano, caso este não tirasse a camisa da “Democracia corintiana” que estava vestindo. O torcedor da equipe paulista estava com a mulher e dois filhos e foi até aconselhado pelo segurança a tirar a camisa. Mais uma das atrocidades do futebol. Em nota, a NBA qualificou o problema como da HSBC Arena, que indicou a empresa de segurança, e aguardou por justificativas.*
* NOTA DA REDAÇÃO: a assessoria de imprensa NBA esclareceu ao The Playoffs que não tomou conhecimento do ocorrido naquele momento. Segundo a nota, se tivesse sido informada, teria resolvido de maneira mais racional e eficiente.
JOGO
6 – AQUECIMENTO: Pelo Magic, Nikola Vucevic, Victor Oladipo e Evan Fournier não param um segundo. De costas para a cesta, Vucevic repetiu giros seguidos de gancho ou arremesso inúmeras vezes, tanto que pouco errou durante o jogo. No Flamengo, mais do que aquecimento, o momento também foi de falar com os familiares que estavam por perto. A família de Marcelinho Machado estava em peso nas cadeiras de quadra.
7 – FORÇA DA TORCIDA: Mesmo um pouco longe da lotação, a torcida flamenguista gritou como se estivesse no Maracanã. Marcelinho e Jerome Meyinsse foram disparados os mais celebrados. O carismático pivô norte-americano talvez tenha sido o mais ovacionado. Na torcida, muitas camisas de Lakers e Cavaliers, com Kobe Bryant e LeBron James liderando a preferência. Camisas do Magic também marcaram forte presença, sendo que o nome de Shaquille O’Neal era o que mais figurava nas costas dos adeptos.
8 – CELEBRIDADES: compareceram em peso, mas poucas acompanharam de fato. Com a camisa de Shaq, o ator José Loreto parecia ser o que mais curtia o jogo. Além dele, Ivo Meireles, Sandra de Sá (acompanhando o filho Jorge de Sá, que fez a transmissão pelo Sportv), os ex-jogadores de vôlei e casados, Emanuel e Leila, o também ex-jogador Geovane Gávio, o sambista Diogo Nogueira e a atriz Carolina Dieckmann, entre outros, também sentaram nas cadeiras de quadra. Os mais celebrados foram o ex-jogador Júnior, que fez história com a camisa rubro-negra nos gramados e o lutador de MMA, José Aldo, tietado por Tobias Harris, ala-pivô do Magic.
9 – PADRÃO NBA 3: O entretenimento foi um show à parte e marcou bem como os norte-americanos assistem ao jogo em suas arenas. Todo o intervalo era motivo para entrarem na quadra e fazerem algum tipo de atividade. Mesmo nos curtos tempos de 2 minutos e 10 segundo, o mascote do Magic, “Stuff” tinha algo para mostrar, seja brincando com as crianças lá no meio, dançando ou entregando prêmios, todos sempre a postos à beira da quadra. As dançarinas também, impecáveis, trocaram de roupa diversas vezes e dançaram nos curtos intervalos que eram possíveis, também sempre prontas para entrar na iminência de um tempo na quadra.
10 – PADRÃO NBA 4 – As homenagens na quadra foram algo à parte também. Lendas da NBA, Schrempf e Bogues foram homenageados no centro da quadra e devidamente aplaudidos. Porém, o melhor veio quando atletas lendários do Flamengo foram celebrados durante um dos tempos. Algodão (13 campeonatos cariocas e dois bronzes olímpicos em 48 e 60), representado por familiares, e Pedrinho Ferrer (21 anos de clube, o jogador a atuar pelo basquete do Flamengo por mais tempo na história) foram homenageados. Ao lado deles, o capitão Marcelinho também foi homenageado, escapando um pouco do tempo para o prestígio merecido da torcida.
11 – DO JOGO EM SI: Um pouco sobre o jogo, é incrível o desenvolvimento de Nikola Vucevic. Contra o norte-americano Meyinsse, um dos melhores (se não o melhor) por aqui, Vucevic deitou e rolou com ganchos e arremessos curtos, terminando como cestinha do jogo, com 18 pontos. Olho no montenegrino para esta temporada. Iniciando sua primeira partida como titular, Shabazz Napier esteve endiabrado em quadra e com certeza contribuíra bastante na rotação com Elfrid Payton. Mario Hezonja liderou a segunda unidade do time e mostrou-se já bem à vontade dentro do time. Por fim, Victor Oladipo está em grande forma e sua defesa melhorou muito. Se o ala manter-se em alto nível poderá sonhar com uma vaguinha no All-Star Game.
12 – COLETIVA PÓS-JOGO: Iniciada com o técnico do Magic, Scott Skiles, a entrevista coletiva pós-jogo começou pouco após o estouro do cronômetro, tanto que quando entrei, Skiles já respondia à primeira pergunta. Além dele, falaram José Neto, técnico do Flamengo, Marcelinho e Marquinho, pela equipe carioca e Vucevic e Oladipo pelo time da Flórida. Os melhores momentos da coletiva você acompanha AQUI, em matéria exclusiva.
Os Global Games são eventos sensacionais ao redor do mundo e aqui no Brasil não é diferente. Os ganhos são gigantes em vários aspectos. A sociedade ganha as atividades, os times brasileiros ganham com o aprendizado, as crianças ganham com clínicas e serviços, o público ganha com o espetáculo e os times da NBA ganham com a experiência internacional. Volte ano que vem, NBA Global Games. Se não for o Cristo, alguém aqui te receberá de braços abertos.
* Pedro Moreira foi enviado especial do The Playoffs para o NBA Global Games Rio 2015.