O esforço de San Antonio em busca de seu sexto título. O que esperar?
Com contratações de peso e renovações de ídolos, Spurs mantêm força e saem como favoritos
1997. Este foi o ano em que os Spurs não foram para os playoffs da NBA pela última vez em sua história. De lá para cá, sob a batuta por inteira de Gregg Popovich, a franquia do Texas nunca mais falhou em chegar à pós-temporada, tendo abocanhado cinco títulos neste intervalo de 18 temporada, fazendo da equipe a mais vitoriosa destes últimos tempos.
Depois do título de 2014, San Antonio teve uma saída prematura nos Playoffs 2015, perdendo na primeira rodada para os Clippers, o que acabou reacendendo rumores sobre o fim de uma geração, com as possíveis aposentadorias de Tim Duncan e Manu Ginobili, que estavam, à época, com 39 e 37 anos, respectivamente. A offseason chegou e com ela, boas notícias. Timmy e Manu renovaram com a franquia e partem para uma última tentativa de título, com um elenco também renovado e recheado de muito talento. Será que os bons velhinhos de San Antonio terão gás até o fim? O esquadrão montado na offseason renderá o esperado? E as peças de apoio, grande trunfo da equipe sempre, será que todos conhecem bem? Bom, vamos ao que interessa.
Em uma offseason bastante barulhenta, os Spurs foram tidos por muitos como o grande vencedor, aquele que mais saiu ganhando. O que é bem verdade. Conseguiram assinar por 4 anos (último como opção do jogador) com LaMarcus Aldridge, agente livre mais cobiçado do período de Free Agency, e acertaram com o veterano David West por uma pechincha (pouco mais de US$ 3 milhões por dois anos), em uma clara demonstração do jogador querer ser campeão, formando, na teoria, um dos melhores garrafões da liga, mesmo com a ausência de Tiago Splitter (o brasileiro fora trocado para os Hawks).
Sem nenhum pivô sob contrato ainda (da última temporada, Aron Baynes foi para Detroit), a expectativa é que Pop comece com Duncan e Aldridge mesmo, sem que nenhum tenha que jogar na posição cinco, efetivamente. Os dois alas-pivôs possuem características muito semelhantes (até a altura é a mesma), inclusive Aldridge já chegou a ser comparado com Timmy algumas vezes, até mesmo como um substituto do veterano na franquia, dificilmente jogando junto, mas é o que se desenha. Com os dois e a inteligência de ambos, a equipe ganhará muito em velocidade na troca de bola sem perder o forte jogo de garrafão, mesmo que à meia distância, de onde os dois gostam de castigar os adversários. Vindo do banco, West é mais físico mas possui técnica invejáda por qualquer um de sua estatura na liga. Junte a eles Boris Diaw, ala-pivô/pivô ágil para seu tamanho que sai da área pintada, infiltra e ainda mata bola de três para ter, se não o melhor, o mais técnico garrafão da NBA.
A permanência de Kawhi Leonard no elenco será um fator fundamental para San Antonio. Com contrato renovado no valor de US$ 73 milhões garantidos por 5 anos (último como opção do jogador), Leonard é um dos mais completos jogadores da liga. Defende como poucos o perímetro, tem a capacidade de marcar jogadores mais altos e mais baixos, além de atacar a cesta com eficiência e arremessar de fora, tornando-se ano após ano um jogador melhor. MVP das finais de 2014 seria difícil imaginar algo bom para San Antonio neste sem a presença do ala. Também essencial no elenco, o titular Danny Green também teve seu contrato renovado (US$ 30 milhões garantidos por 4 anos, sendo o último sua opção) e deverá permanecer como dono da posição dois. Com Tony Parker sob contrato até a temporada 2017/2018, com o que têm agora, os Spurs deverão fechar os titulares com Parker-Green-Leonard-Aldridge-Duncan.
Daqueles que vinham do banco, na maioria das vezes, e jogavam efetivamente, Marco Belinelli, Jeff Ayres, Aron Baynes e Cory Joseph se foram, restando apenas Manu Ginobili, que acabou de renovar por 2 anos, Matt Bonner, que assinou por mais 1 ano e Patty Mills, que tem contrato até 2016/2017. Ginobili não vinha em boa fase mas tem experiência e poderá contribuir bastante, mesmo em pouco minutos. Bonner é um gatilho de três que ainda poderá ser útil, mesmo no auge de seus 35 anos e com o físico que já conhecemos. Mills, por sua vez, é um jogador bastante importante na rotação da armação da equipe, sendo da confiança de Pop. Na temporada, deverá ter mais tempo de quadra devido à saída de Joseph.
Recém-chegados, Jimmer Fredette e Ray McCallum chamam a atenção. Antes de ser escolhido na posição 10 do Draft 2011 e ido parar no Sacramento Kings, Fredette era um pontuador nato em BYU no College e tinha um belo fututo traçado na NBA. Não aconteceu. Fraco na defesa, Fredette até começou bem mas não teve consistência. Sua chegada a San Antonio deve se resumir a bolas de três, incluindo até jogadas desenhadas para seu arremesso livre. Na mão de Pop, até Danny Green é fundamental, então olho no ala-armador. Aos 23 anos e draftado em 2013, McCallum teve altos e baixos nos Kings, incluindo título e MVP da Summer League em 2014 e tempo dividido com a D-League nesses anos. Armador confiante e bom passador, chega para cobrir a lacuna deixada por Joseph e deverá ter seus minutos.
Do atual time campeão da Summer League 2015, os Spurs mantiveram Kyle Anderson (draftado na primeira rodada de 2014, o ala já tinha contrato garantido para essa temporada e tem o das duas próximas como opção da equipe) e assinaram com o MVP da final do torneio, o ala Jonathon Simmons, por 2 anos (último como opção da equipe). Versátil, Anderson teve evolução nítida como fora visto no torneio de verão e, se não é dos mais atléticos, tem boa técnica e grande capacidade de pontuar. Simmons não teve grandes atuações ao longo da Summer League, mas impressionou ao mudar de equipe ao longo do torneio, saindo dos Nets e partindo para o time de seu estado, os Spurs. Na reta final esteve muito bem, conseguindo assinar com a franquia apenas dois dias após o título. Anderson terá mais chances na rotação do que Simmons e deverá aproveitar bem.
As duas escolhas no último Draft não deverão ser aproveitadas. Escolhido na posição de número 26, o pivô sérvio Nikola Milutinov, assinou com o Olympiacos por 3 anos, no último dia 25 de julho, após saída do Partizan, enquanto que o pivô haitiano Cady Lalanne, escolhido na posição 55, não foi bem na Summer League e está sem contrato garantido. Aos 20 anos, Milutinov é um pivô de 2,13 m com bom jogo de pernas e bastante força, apesar de leve. Rápido, o pivô é capaz de dar um toco na defesa e acompanhar a transição ofensiva em no contra-ataque sem problemas.
Sempre questionados pela idade e pelo físico, o elenco dos Spurs terá mais uma temporada para provar a todos o contrário, novamente. Junto ao Golden State Warriors, a franquia parte como uma das favoritas a levar o Oeste. Se não faturarem o título, pelos menos mais uma campanha de 50 vitórias em temporada regular virá, estendendo a longa sequência para 17 temporadas consecutivas. Abram o olho, Pop, a assistente campeà da Summer League, Becky Hammon, e os Spurs vêm fortes para o sexto título e todos sabemos disso!